Como a volatilidade impacta seu bolso e qual o antídoto contra ela
Todo investidor bem informado e que lê a IF já sabe: 2022 trará desafios para a carteira. Saiba o que fazer
Um investidor não precisa ser experiente para ouvir falar em volatilidade pela primeira vez – e nem para sentir os seus efeitos sobre suas aplicações. Este é um termo comum no mercado financeiro. É um daqueles assuntos que economistas discutem diariamente, com efeito direto e imediato na carteira de todos. Por isso, é importante entender sobre o assunto e se preparar, porque 2022 deve trazer muita oscilação nos investimentos.
Volatilidade histórica e implícita
A volatilidade é o quanto um ativo se move em torno de sua média. Se em um ano uma ação teve média de preço de R$ 9,50 e chegou a extremos de R$ 9,75 e R$ 9,30, a volatilidade foi baixa, já que o preço se moveu pouco em torno da média.
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Aqui, é importante separar dois conceitos: volatilidade e risco. Eles podem estar relacionados, mas não são a mesma coisa. “O primeiro fala sobre oscilação de rentabilidade e o outro sobre o risco do ativo virar pó. O fato de um ativo oscilar muito não é o que vai determinar se ele vai ficar mais caro ou barato”, explica Enrico Cozzolino, analista da Levante Ideais de Investimentos.
Ainda é importante conhecer os dois tipos de volatilidade: a implícita e a histórica. “A implícita mede variações no momento atual, enquanto a histórica olha o comportamento de um ativo ao longo do tempo”, diz Cozzolino.
“A volatilidade implícita mostra o que o mercado está esperando hoje. Em semanas com acontecimentos importantes, como reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), a tendência é que a volatilidade implícita suba”, afirma Marink Martins, fundador do site de análises MyVOL.
Volatilidade à vista
Uma das formas mais fáceis de identificar o nível de volatilidade implícita de um ativo é dar uma olhada na negociação de um derivativo. “Podemos olhar para contratos derivativos de ações da Petrobras para vermos a expectativa de oscilação. É muito importante entender o que o mercado está esperando em termos de volatilidade”, diz Martins.
Na prática, o investidor pode olhar o preço atual das ações preferenciais de Petrobras, por exemplo, e ir atrás dos preços de exercício de opções de compra e venda, já que esses ativos falam sobre a expectativa de um papel no futuro. É uma forma de ter uma noção da oscilação que o mercado espera para um papel. Se hoje o ativo vale R$ 29,20 e há um grande volume de contratos com opção de compra a R$ 26 sendo negociados, dá para dizer que o mercado espera uma oscilação significativa para o ativo.
Esta é uma forma simples de identificar a volatilidade implícita de um papel. Há ainda várias fórmulas que especialistas fazem para calcular isto e chegar em um resultado mais assertivo. Se você ainda não conhece o mercado de opções leia esta matéria da Inteligência Financeira.
O antídoto contra a volatilidade
Qualquer investidor bem informado sabe que o ano que vem trará desafios para a sua carteira. Um deles está relacionado à volatilidade, que sempre esteve presente antes e depois de eleições presidenciais. “A volatilidade nem está tão alta este ano comparada ao que esperamos para o ano que vem, quando devemos ver algo parecido com o que vivemos no segundo trimestre de 2014, na disputa entre Dilma e Aécio”, diz Marink Martins.
Quem olhar para os lados e achar que não há como fugir da volatilidade vai gostar da dica de Enrico Cozzolino: “o jeito de minimizar a volatilidade é diversificar”.
A forma de diversificação varia muito de acordo com o perfil de investidor, mas especialistas recomendam a todos, de conservadores e arrojados, que não concentrem o patrimônio em poucos ativos. E para os conservadores que acham que ativos de renda fixa não são voláteis: cuidado! É possível haver a suspensão de negociações de títulos do Tesouro Direto marcados a mercado caso de alta volatilidade.