Você sabia que é possível ganhar dinheiro investindo em infraestrutura?

Te explicamos o que é o Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra), e ainda te mostramos os 13 fundos existentes e os mais rentáveis até agora

Todo país precisa focar parte de seus esforços em infraestrutura. Afinal de contas, é necessário aprimorar os serviços direcionados à população, principalmente aqui no Brasil. Isso porque, as necessidades de melhorias no setor de transportes, telecomunicações, saneamento e outras áreas estratégicas são constantes. E é aí que entra em cena um novo ativo financeiro: o Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra).

O que é um FI-Infra?

Disponível para o investidor desde 2020, a ideia por trás desse produto de renda fixa foi a de criar um instrumento para aumentar o investimento privado para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil.

“Uma vez que o governo não tem condições de arcar com todas essas demandas ao mesmo tempo, acaba por contar com o suporte da iniciativa privada que, através da captação de dinheiro por debêntures incentivadas, consegue tocar tais projetos. Tudo isso por meio de um financiamento de baixo custo tanto para o tomador (empresas) quanto para o investidor pessoa-física”, explica Marcos Milan, professor da FIA Business School.

Para complementar, Maurício Kubota, head de produtos da RB Investimentos, conta que 85% da carteira desses fundos tem que estar aplicado em debêntures de infraestrutura de condomínio fechado. “Que podem ser negociados em bolsas listados e fechados”, diz.

Outro ponto importante a saber é que o FI-Infra é aberto ao público em geral. Ou seja, qualquer pessoa pode fazer o investimento, não havendo a necessidade do investidor ser qualificado ou profissional.

Como funciona o FI-Infra?

Dessa forma, para aqueles que já estão mais por dentro do mundo das aplicações financeiras, os Fundos de Investimentos em Infraestrutura são parecidos com um fundo de investimento imobiliário (FII). “Isso porque a gestão de um FI-Infra é realizada por um profissional responsável por escolher os títulos em que o fundo irá investir. Desde que estes estejam alinhados às regras deste tipo de fundo”, comenta Milan.

Além disso, vale saber que a portaria que regulamenta esses ativos traz duas características fundamentais. “A primeira dá a possibilidade de qualquer pessoa investir em tais fundos, seja via bolsa, ou via gestora de recursos. E a outra é a isenção de Imposto de Renda sobre ganho de capital para pessoas físicas”, esclarece Rodrigo Negrini, sócio e CEO da Soul Capital e especialista em finanças.

Então, ao aplicar nesse produto, o investidor terá a possibilidade de ter retornos de longo prazo, pois geralmente as características dos investimentos feitos via FI-Infra são em projetos de grandes períodos.

“Inclusive, é comum que se pague dividendos de FI-Infra mensais aos cotistas, também em função das características dos projetos presentes em tais fundos. E por fim, na eventualidade de liquidar (vender) suas cotas antes do fechamento do fundo, pode-se apurar alguma valorização a depender das condições gerais de mercado”, acrescenta Negrini.

Qual a taxa de rendimento anual de um FI-Infra?

Ainda segundo o especialista em finanças, pela amostragem da B3, os retornos dos fundos de infraestrutura variam de 9% a 15% ao ano, com possível valorização complementar de cota, podendo subir mais 1 ou 2 pontos percentuais. “É importante levar em consideração o cenário econômico atual, por isso, essas taxas podem variar constantemente”, argumenta.

Vantagens dos Fundos de Investimento em Infraestrutura

Portanto, agora que você já conheceu um pouco sobre o FI-Infra, é hora de entender quais são os lados positivos de investir nesse fundo. Veja só.

Segurança

Segundo Rodrigo Negrini, esse tipo de ativo é bastante seguro, já que tem uma geração de caixa estável, como por exemplo, as obras de estradas. “Com isso, o risco de calote e atrasos dos pagamentos fica diminuído”, afirma.

Boa garantia de diversificação

Os fundos de infra também são uma diversificação importante de portfólio para investidores que estão acostumados a renda fixa tradicional ou investimento em empresas e ações. “Afinal de contas, ao investir em um único ativo, o investidor concentra seu risco neste produto. Por outro lado, ao aplicar nesse fundo, o investidor reduz o seu risco por meio da pulverização de seu investimento em setores distintos de infraestrutura”, conta Marcos Milan.

Isenção de Imposto de Renda

Essa é uma vantagem bem interessante. Afinal de contas, pessoa física não paga IR sobre o rendimento do investimento, o que melhora o retorno do título.

Liquidez

Como o FI-Infra é negociado no ambiente de bolsa, o investidor pode comprar ou vender as cotas do produto da mesma forma que faz com ações ou fundos imobiliários. “O que é diferente do investimento em um único debênture, no qual normalmente o investidor não tem a possibilidade de abrir mão de sua posição antes do vencimento do ativo”, pontua o professor da FIA Business School.

E quais são as desvantagens do FI-Infra?

Claro que o ativo financeiro também tem o seu lado negativo. Por isso, a gente mostra aqui para você quais são essas desvantagens.

Risco

Todos os investimentos possuem riscos, a gente sabe, mas no caso do Fundo Incentivado de investimento em Infraestrutura, por exemplo, a concentração de ativos de um determinado tipo ou segmento específico pode aumentar as chances de perdas. “E aí, se houver alguma mudança de regulamentação ou alguma dificuldade encontrada pelo tomador do dinheiro via debêntures, pode gerar uma redução no investimento”, diz o CEO Soul Capital.

Desvalorização da cota

Isso pode acontecer caso a taxa básica de juros subir, por exemplo. Dessa forma, a cota tende a desvalorizar por conta da demanda maior por outros tipos de renda fixa indexados em CDI (tipicamente FI-Infra tem seus créditos indexados em inflação).

Maior volatilidade

Por mais que o FI-Infra seja um ativo cuja carteira é de renda fixa, ele pode sofrer sim com a volatilidade. Afinal de contas, o produto é negociado em bolsa, no mercado secundário. “Então, esse investimento possui um risco de mercado um pouco maior do que os fundos abertos, por exemplo. Sem esquecer que, além da marcação a mercado dos ativos da carteira que vão marcar o valor patrimonial do fundo, tem o valor a mercado das cotas desse fundo. Então, você também fica exposto a essa relatividade que o mercado secundário traz”, alerta Maurício Kubota.

Principais Fundos de Investimentos em Infraestrutura listados na bolsa

Atualmente, existem 13 FI-Infra listados na B3. São eles:

  1. BTG PACTUAL DÍVIDA INFRA FIC. FDO. INC. IE. RF. CP (BDIF11);
  2. INTER INFRA FIC INFRA RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO (BIDB11);
  3. BOCAINA INFRA – FDO INV COTAS FDO INV INFRA RF CP (BODB11);
  4. SPARTA INFRA CDI FIC FI INFRA RENDA FIXA CP (CDII11);
  5. CAPITÂNIA INFRA FDO. INV. FDO. IE. RF. CRED. PRIV. (CPTI11);
  6. ITAU FDO INV COTAS FDO INCENT DE INV INFR. RF CP (IFRA11);
  7. SPARTA INFRA FIC FI INFRA RENDA FIXA CP (JURO11);
  8. KINEA INFRA – FDO INV COTAS FDO INC. INV INF RF CP (KDIF11);
  9. NU INFRA FIC INCENTIVADO EM INFRAESTRUTURA RF CP (NUIF11);
  10. ÓRAMA FIC DE FUND INCENT DE INV INFRAESTRUTURA RF (OGIN11);
  11. RIO BRAVO ESG FIC INFRA RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO (RBIF11);
  12. SUNO INFRA DEBÊNTURES FIC. FDO. INC. IE. RF (SNID11);
  13. XP FDO INV. COTAS FDO INC. INV. EM INFR. R. FIXA (XPID11).

“Dos 13 fundos listados, os três que apresentaram melhor performance dos últimos 12 meses foram: o Bocaina Infra (BIDB11), com rentabilidade de 22,49%; o BTG Pactual Dívida Infra (BDIF11), com 21,05%; e o Capitânia Infra, com variação de 16,12%”, diz Marcos Milan.

Como investir em Fundo de Infraestrutura?

Se você ficou interessado e gostaria de aplicar parte do seu patrimônio em FI-Infra, saiba que em primeiro lugar, claro, você precisa estudar um pouco mais e entender se esse tipo de ativo financeiro serve para o seu perfil e objetivos.

Feito isso, então, o próximo passo é se cadastrar em alguma corretora e solicitar o investimento. “Pessoas que tenham alguma insegurança em fazer isso sozinho pode recorrer ao gerente do banco ou a um assessor de investimentos que o conduzirá pelas etapas apesar de muito simples”, aconselha Negrini. Vale reforçar, aliás, que o código do ativo é sempre composto por um ticker de 4 letras seguido do número 11.

Como declarar o FI-Infra no Imposto de Renda?

Para finalizar esse bê-á-bá sobre os fundos de infraestrutura, e dando um spoiler para você, leitora e leitor, vamos explicar como declarar ao Leão seu investimento.

“Os FI-Infra devem estar na seção de bens e direitos, sob o código 99 (outros). O valor a declarar deve ser aquele que você pagou no momento da aquisição dos fundos. Já os rendimentos recebidos ao longo de 2023 devem estar em rendimentos isentos e não tributáveis”, ensina Marcos Milan.

Invista com inteligência

Bem, agora é com você, investidor e investidora. Analise com calma e veja se, de fato, o Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura é bom para a sua carteira de investimento. Inclusive, produzimos um conteúdo que te mostra quanto rendem diversos valores em FI-Infra. Assim, você tem mais insumos para decidir sobre a aplicação. E caso o fundo seja para você, selecione aquele produto que mais tenha a ver com seus objetivos e seja feliz.