Pensando em diversificar a carteira? Conheça 6 alternativas ao Tesouro Direto que também são de renda fixa

Saiba também se a poupança é uma boa opção no cenário de juros altos

Com a taxa básica de juros em 12,25% ao ano e em tendência de alta, muitos investidores têm buscado os rendimentos do Tesouro Direto, sobretudo por meio do Tesouro Selic. Mas não são somente os títulos públicos os únicos ativos vantajosos com os juros no patamar atual. A seguir, confira seis alternativas na renda fixa para aproveitar o cenário e diversificar investimentos.

1, 2 e 3 – CDBs, LCAs e LCIs

De acordo com Luise Coutinho, head de produtos e alocação da HCI Invest, além do Tesouro Direto, os títulos de emissão bancária, como os CDBs, LCAs e LCIs, são boas opções para o investidor aproveitar a alta de juros e diversificar investimentos.

“É importante sempre fazer a conta considerando o Imposto de Renda para ver se compensa escolher os ativos isentos de IR (LCAs e LCIs) ou os tributados (CDBs)”, afirma a especialista.

Esses ativos, segundo Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital, são geralmente o segundo passo da jornada do investidor depois do Tesouro Direto. Conforme o especialista, com esses títulos, na prática, o investidor empresta recursos para uma instituição financeira em troca de uma remuneração que em geral é maior do que a dos títulos do Tesouro Direto, em função de se tratar de um emissor privado, e não o governo.

“Enquanto o Tesouro Direto remunera, por exemplo, cerca de 100% do CDI, existem CDBs com taxas acima de 110% do CDI, além de LCIs com taxas de 95% isentas de IR para o investidor pessoa física. Esses títulos são considerados conservadores. Isso porque, além de não apresentarem volatilidade de preço, possuem a garantia do FGC limitada a R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira”, acrescenta Arend.

4 – LCDs

Coutinho lembra que, no ano passado, surgiram também novas modalidades de investimento em renda fixa, como as LCDs (Letras de Crédito do Desenvolvimento). São títulos, afirma ela, que têm como objetivo fomentar investimentos em infraestrutura, indústria, inovação, micro, pequenas e médias empresas. São emitidas pelos bancos de desenvolvimento.

“Assim como as LCIs e LCAs, possuem isenção de IR para pessoa física. Além disso, são cobertas pelo FGC. Logo, também são ótimas opções de investimentos”, destaca a head de produtos e alocação da HCI Invest.

5 – LIGs

Mais uma possibilidade de investimento isento de IR são as LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas). Porém, elas não possuem garantia do FGC. “Em termos de segurança, entretanto, contam com a garantia do banco emissor e de uma carteira de financiamento imobiliário”, pontua Coutino.

“De forma geral, para mitigar o risco da carteira, o importante é ter cautela na escolha do emissor do título, não concentrar a exposição em nenhum conglomerado financeiro e respeitar o limite do FGC nos títulos que possuem cobertura”, resume a especialista.

6 – Debêntures

Para os investidores mais experientes e que estão dispostos a assumir um risco maior em troca de mais retorno, afirma Arend, há também a alternativa do crédito privado, como as debêntures.

“Esses títulos vão apresentar volatilidade na carteira do cliente. Não possuem a cobertura do FGC, de forma que apresentam um maior risco de crédito. Aqui é muito importante fazer uma seleção cuidadosa das empresas por trás dos papéis”, diz o especialista em renda fixa.

Assim, a rentabilidade desse ativos é mais alta do que a dos títulos do Tesouro e dos títulos bancários.

E a poupança?

Apesar do rendimento atrelado à Selic, a poupança não é considerada uma boa alternativa ao Tesouro Direto para diversificar investimentos. Vale lembrar que, se a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + TR (Taxa Referencial). Já se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, como atualmente, a poupança rende 0,5% ao mês + TR.

“Como a taxa Selic hoje está em 12,25%, o rendimento da poupança é limitado a 0,50% ao mês mais a Taxa Referencial. Ou seja, em torno de 6,97% ao ano, mais a TR. Se considerarmos a inflação, o ganho real é bem pequeno”, explica Coutinho.

De acordo com Filipe Arend, o ponto principal é que “existem alternativas com o mesmo nível de risco e taxas mais altas”.

“Por exemplo, as instituições que oferecem para os seus clientes a poupança também têm a opção de LCIs e LCAs e CDBs, com taxas mais altas, a mesma proteção do FGC e a liquidez diária, só que com remunerações mais elevadas”, reforça o especialista.

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