Criptomoeda a longo prazo: essa estratégia pode gerar bons retornos?

E veja também as melhores criptos para investir a perder de vista

O mercado de criptomoeda é bastante volátil. Tanto que o ano passado foi marcado exatamente pelo sobe e desce das moedas virtuais. E é aí que entram duas questões: será que é bom investir nesses ativos pensando em grandes períodos? Além disso, quais devem ser as melhores criptomoedas para investir a longo prazo?

Então, foi com essas duas perguntas em mente – e outros questionamentos – que a Inteligência Financeira procurou especialistas em criptoativos, que trouxeram suas visões sobre o assunto.

Criptomoeda a longo prazo

E uma resposta foi unânime entre os profissionais: as criptos servem, sim, como investimentos de longo prazo.

“Afinal, o rumo que as criptomoedas estão tomando é frequentemente baseado em interpretações de como será o futuro. Como, por exemplo, em relação à compreensão da moeda, da economia, da própria internet e da tecnologia. Portanto, investir em criptomoeda a longo prazo é indicado sim”, afirma Felipe Martorano, analista CNPI.

Por outro lado, para Gabriel Fioravante, professor da FIA Business School, a única criptomoeda a longo prazo é o bitcoin (BTC). “Por toda sua estrutura e mecanismos de contingência de inflação. Já as demais criptos, devemos sempre manter uma maior proximidade com os projetos por trás do ativo. Isso porque, em inúmeros casos, esses planos acabam sendo finalizados [e pode ocorrer a perda de dinheiro]”, explica.

Quais são as melhores criptomoedas para investir a longo prazo?

Mas, diferentemente de Fioravante, os demais especialistas entrevistados acreditam que outras moedas virtuais também podem ser interessantes para períodos maiores.

“As criptomoedas que são mais indicadas para o longo prazo são as que realmente possuem um projeto que traz uma solução usando a blockchain. Além disso, outro fator a se analisar é o tempo que aquela cripto já existe. Quanto mais antiga, maior é a sua capitalização e consequentemente sua confiança perante o mercado”, pontua Marcelo Magalhães, CEO da Ribus.

Dito isso, quais são as melhores criptomoedas para investir a longo prazo?

De acordo com Felipe Martorano, o ideal é começar com bitcoin (BTC) e ethereum (ETH). “Assim, dificilmente o investidor terá perdas permanentes”, acredita. Além dessas, outras boas criptomoedas a longo prazo são: polygon (MATIC) e stacks (STX).

“Os investidores que priorizarem a usabilidade da criptomoeda, escolhendo tokens com propósitos bem definidos, em vez de se concentrarem apenas no hype ou na narrativa do momento, têm mais probabilidade de obter um desempenho acima da média no longo prazo”, aponta Martorano.

Por dentro das criptomoedas a longo prazo

E claro que antes de você sair por aí aplicando parte do seu patrimônio em uma das melhores criptomoedas para investir a longo prazo, é necessário conhecê-las.

Afinal de contas, como falamos no começo dessa reportagem, as moedas virtuais são bastante voláteis. Então, é preciso entender o projeto por trás das criptos, os possíveis retornos financeiros e se elas condizem com seus objetivos.

Então, para você ficar um pouco mais por dentro do universo das moedas digitais, a gente separou um breve resumo sobre cada uma. E de bônus ainda trouxemos a média de rendimento das criptos no ano passado. Veja só:

Bitcoin (BTC)

Com rendimento médio de mais de 155% ao longo de 2023, o bitcoin (BTC) foi a primeira moeda digital totalmente descentralizada e independente do sistema financeiro tradicional.

É uma versão puramente peer-to-peer de dinheiro eletrônico que fornece ao usuário a capacidade de enviar e receber dinheiro de qualquer lugar do mundo. Isso a qualquer hora do dia e sem a necessidade de um único intermediário.

“O bitcoin (BTC) é considerado o ouro digital e possui uma oferta máxima de 21 milhões de moedas. O que garante sua integridade, além de trabalhar sua relação direta com seu modelo de inflação controlada”, conta Gabriel Fioravante.

Para conhecer mais sobre essa moeda virtual, é só conferir a matéria que publicamos aqui.

Ethereum (ETH)

Com um retorno financeiro médio de 90% no ano passado, o ethereum (ETH) é uma plataforma de código aberto descentralizada capaz de executar contratos inteligentes e aplicativos descentralizados (dApps) por meio da sua própria rede blockchain.

“Ao contrário da rede do bitcoin, a rede do ethereum é totalmente programável. O que significa que os programadores podem utilizá-la para criar qualquer tipo de aplicação e gerar cada vez mais demanda e valor à rede”, explica Martorano.

A gente também produziu uma matéria sobre o ethereum (ETH) que você vê aqui.

Polygon (MATIC)

Criada há 7 anos, essa criptomoeda – que teve retorno financeiro médio de mais de 28% no ano passado – é uma solução de segunda camada (Layer2) da rede ethereum. O projeto visa resolver os principais problemas de escalabilidade e taxas elevadas da rede.

“Sua finalidade é permitir que desenvolvedores e usuários possam criar e executar aplicativos descentralizados (dApps) a um custo acessível sem comprometer pontos importantes de segurança e descentralização da rede ethereum”, fala o analista.

Para saber mais sobre a polygon (MATIC), é só clicar aqui.

Stacks (STX)

Com mais de 616% de retorno médio em 2023, o stacks (STX) representa essencialmente uma camada secundária (Layer 2) do bitcoin (BTC). E que foi concebida para a execução de contratos inteligentes e aplicativos descentralizados (dApps).

“Sua principal vantagem reside na capacidade de utilizar o bitcoin (BTC) como ativo principal para liquidação de transações. O que resulta em operações mais eficientes e, sobretudo, seguras”, comenta Martorano.

Ainda de acordo com o especialista, o stacks (STX) apresenta um mecanismo de mineração inovador. “Isso porque, os usuários transferem a moeda base, BTC, para minerar STX. O que estabelece assim a segurança da blockchain Stacks utilizando o próprio BTC como fundamento”, explica.

Dessa forma, Martorano conta que o stacks (STX) apresenta um potencial considerável para se tornar uma ferramenta crucial no mercado de criptomoedas. “Busca-se integrar a agilidade dos contratos inteligentes da Ethereum com a segurança de uma das redes mais estabelecidas e descentralizadas do mundo: o Bitcoin”, afirma.

O ciclo de rendimento pode se repetir?

Portanto, depois de descobrir quais são as melhores criptomoedas para investir a longo prazo, a dúvida que fica é se o ciclo de bons retornos financeiros pode acontecer novamente.

Por exemplo, um investidor que comprou cripto há 10 anos e se deu bem, será que podemos dizer que isso se repete? Veja o que dizem os profissionais entrevistados.

“Na minha opinião, ainda há espaço para novos investidores entrarem no mundo das criptomoedas e começarem a investir. É provável que o bitcoin (BTC) não alcance novamente uma valorização de 100 vezes como de 10 anos atrás. Mas continuará a se destacar como uma classe de ativos promissora. Com muito mais potencial de valorização e proteção patrimonial do que o mercado de ações tradicional”, acredita Felipe Martorano.

No entanto, o especialista conta que é importante ressaltar que valorizações de 100 vezes ainda ocorrerão em outros criptoativos de menor valor de mercado. “Desse modo, quem quiser valorizações tão exponenciais como a do bitcoin (BTC) de 10 anos atrás, precisará correr mais riscos.”

Já na visão de Marcelo Magalhães, o mercado cripto repete os ciclos. “Diversas criptomoedas que surgiram após o bitcoin (BTC) deram oportunidades milionárias para os primeiros investidores. Então, se você avaliar bem um projeto, entender os fundamentos e perceber que eles realmente trazem soluções através da tecnologia, você pode sim aproveitar uma outra onda”, diz.

Por fim, a opinião de Gabriel Fioravante não é tão otimista. “Nunca podemos afirmar que os ativos seguirão subindo. Afinal de contas, tratamos as criptos como um mercado de renda variável. Por sua vez, o bitcoin (BTC), possui diversos mecanismos ligados à oferta e demanda, e carrega uma tendência de buscar novos patamares de preço”, finaliza.