Coinbase Brasil mira no varejo das criptomoedas: conheça os planos da empresa neste vídeo

Diretor regional da maior exchange dos Estados Unidos cita Brasil na vanguarda de regulamentação de criptomoedas e elogia BC

Poucos países são como o Brasil em termos de importância para a estratégia de longo prazo da Coinbase, maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos.

Assim, a operadora, que conseguiu uma autorização para realizar a custódia de oito dos 11 ETFs de bitcoin (BTC) aprovados em meados de janeiro pela SEC, mira no chamado varejo do mundo cripto e quer reforçar seu aplicativo para usuários brasileiros. É o que contou o diretor da Coinbase para as Américas, Fábio Plein, à Inteligência Financeira.

Plein, que chegou à diretoria da exchange para a América Latina há pouco mais de dois anos, elogiou a atual gestão do Banco Central e disse que o avanço da regulamentação brasileira “pôs o Brasil na vanguarda” do mercado de criptoativos. Para ele, o Drex ainda será essencial para o crescimento da Coinbase aqui, apesar de “a solução não apresentar resultados imediatos ao consumidor”.

ETF + halving = mercado bull para bitcoin

A entrada de trilhões de reais no mercado de bitcoin. É o que o diretor da Coinbase no Brasil espera a partir da aprovação dos ETFs indexados ao índice da criptomoeda em Nova York. De acordo com Plein, a expectativa é de pelo menos a injeção de 1% de um capital de US$ 58 trilhões, montante gerido por BlackRock, Greyscale, e outras gestoras de ETFs.

Ou seja, pelo menos US$ 580 bilhões. “Mais adiante quem sabe podendo avançar para 3% disso alocado dentro de ETFs de bitcoin ou de cripto como um todo”, adianta Plein. “É algo que é factível de vislumbrar.”

Conforme o diretor da Coinbase no Brasil, o mercado do bitcoin caminha para convergência em 2024: de um lado, os ETFs devem fortalecer a demanda pelo finito bitcoin, com 19 milhões de unidades líquidas no mundo. Do outro, o evento mais importante do ano é o halving, que corta a oferta da criptomoeda ao aumentar a recompensa a mineradores.

Por um lado a gente está falando de ETF, um aumento de demanda, e do outro lado no halving, quando teremos uma redução da oferta.”

Fábio Plein, diretor da Coinbase para as Américas

Um novo tipo de investidor na Coinbase

Para Plein, o ETF de bitcoin tem a grande vantagem de “ampliar o acesso” ao mercado de criptomoedas para investidores “que não estão acostumados” com ativos digitais.

“Principalmente porque é um canal de chegada de usuários. É um momento de aceleração do entendimento dessa classe de ativos, com um reforço de distribuição”, diz.

É um passo importante também para o investidor institucional, complementa o chefe da Coinbase no Brasil.

Com mais investidores, a Coinbase aposta em conquistar mais e mais o investidor brasileiro no varejo.

“Nosso foco principal aqui no Brasil hoje está no varejo. Encontrando maneiras para gente de fato trazer mais e mais dessas novas pessoas para esse universo cripto, que escolham a Coinbase como exchange”, relata à Inteligência Financeira.

Ele conta que, por trás da meta de ultrapassar 1 bilhão de usuários globais, a Coinbase deve olhar bem para os mercados emergentes.

Quando iniciou sua operação brasileira, a exchange habilitou transações para pagar por ativos digitais pelo Pix. Para este ano, Plein reforça que a prioridade é melhorar a experiência do usuário no aplicativo. Além disso, a carteira da Coinbase, separada do aplicativo, deve ganhar a opção de negociar dinheiro físico.

A novidade está nos planos após a Coinbase adquirir a Yellowcard, uma carteira aberta para negociar ativos descentralizados na África.

“Lá a gente lançou essa alternativa, que vai possibilitar também essa entrada de dinheiro físico a partir de cripto”, afirma Plein.

Diretor da Coinbase no Brasil elogia BC: ‘Onda de inovação’

Plein admira a atual gestão do Banco Central brasileiro à frente da regulação das criptomoedas. Ele diz que a autoridade promove uma “onda de inovação” no sistema financeiro brasileiro.

Primeiro com o Pix, que se popularizou durante a pandemia. Agora, com o Drex, projeto de real digital e centralizado do BC que será usado para ‘contratos inteligentes’.

Citando o Drex como “importante” para o crescimento da Coinbase no Brasil, Plein diz que a postura do BC é mais favorável do que a da SEC (a CVM dos EUA) na regulação de criptomoedas.

“A postura do Banco Central é de querer escutar o mercado em vez de só ter um entendimento e impor isso, então acho que essa é uma das características também dessa gestão que acho que traz muitos ganhos por mercado como um todo”, conclui Plein.