Como a queda da taxa Selic impacta seu bolso?

6 pontos que vão te ajudar a entender os motivos de a Selic mexer tanto com suas finanças

No início deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou a nova taxa de juros: 13,25% ao ano. A Selic, sigla para “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia” é a taxa básica da economia e é o principal instrumento de política monetária do Banco Central para o controle da inflação. Ela baliza todas as demais taxas do mercado.

Desde abril, o mercado financeiro já falava na nova taxa de juros, e a redução da Selic era praticamente um consenso. Entretanto, apesar dos anseios, o Banco Central sinalizava a necessidade de doses de “paciência e serenidade”.

No entanto, a queda da Selic veio com a desaceleração da inflação e a deflação. Assim, os índices conduziram a inflação para rota de convergência com a meta anual, fazendo com que o Banco Central reduzisse a Selic em 0,50 ponto percentual em agosto.

Desta forma, este corte foi o primeiro (assim se espera) desde agosto de 2022. Além disso, a projeção de que a taxa Selic encerraria o ano em 12% foi revisada para 11,75% ao ano.

O que a queda da Selic tem a ver com o seu bolso?

Você vai ver abaixo, como a Selic impacta no seu bolso:

1. Diminuindo os juros dos empréstimos e financiamentos

Isto significa que você vai pagar menos juros ao utilizar o limite da conta (cheque especial), ao parcelar a fatura de cartão de crédito, ao utilizar o crédito rotativo e ao adquirir outros empréstimos. Contudo, não se engane, pois mesmo com alguma redução, os juros destes produtos permanecem altas. Tenha cuidado. A dica é sempre olhar e comparar as taxas;

2. O crédito fica mais acessível

Com isso, os consumidores têm mais acesso ao crédito e aos empréstimos. Assim, o consignado e o crédito pessoal e os financiamentos (imóveis, veículos) ficarão mais baratos, pois terão juros menores, o que estimula o consumo das famílias e das empresas.

3. Queda do desemprego

Dessa forma, o crédito mais barato estimula o crescimento da economia, do consumo e dos investimentos. Isso faz com que as empresas contratem mais, contribuindo para a redução da taxa de desemprego do país, que hoje está em 8%.

4. Redução dos rendimentos da renda fixa

Quando a Selic cai, os rendimentos das aplicações em renda fixa como poupança, CDB e Tesouro Direto diminuem e, assim, aumentam os investimentos na renda variável, como veremos a seguir.

5. Aumento dos investimentos em renda variável

Com a redução dos rendimentos da renda fixa, cai a atratividade da classe de ativos e a renda variável volta para o radar dos investidores. Mas atenção: renda variável tem mais a ver com perfis moderados e arrojados, que suportam o risco e buscam rentabilidade no longo prazo.

6. Valorização da Bolsa de valores

Por outro lado, com a nova taxa de juros e o crescimento da economia, a bolsa de valores tende a valorizar. Isso porque as empresas devem apresentar melhores resultados como consequência da redução das despesas financeiras, do crédito mais barato e aumento de investimentos, refletindo em melhorias nos resultados. Juros mais baixos sinalizam aumento de consumo e da produção das empresas, que estão diante de capital mais barato para novos investimentos. Por consequência, há um aumento no interesse dos investidores nas corporações de capital aberto, elevando as cotações das ações.