Criador de conteúdo: Conheça 8 dicas para bombar sua empresa

É importante ficar atento às regras para entender em qual categoria é preciso entrar como Pessoa Jurídica

Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF
Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF

Uma coisa é fato: o criador de conteúdo veio para ficar. Tanto que uma pesquisa realizada pela consultoria YOUPIX, em parceria com a agência Brunch, apontou que um em cada três produtores de conteúdo tem a profissão como a principal fonte de renda.

Então, para não se perder em relação ao faturamento, e à entrada e saída de dinheiro, o melhor a se fazer é a chamada formalização. Ou seja, criar o famoso CNPJ.

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Dicas para o criador de conteúdo montar sua empresa

Diante disso, pedimos a ajuda de Fernanda Melo, economista, planejadora financeira CFP e colunista da Inteligência Financeira para dar algumas orientações para o criador de conteúdo bombar sua empresa.

1. De olho na ‘escada de faturamento’

O primeiro passo é fazer a seguinte avaliação: o seu faturamento está em uma tendência linear ou é crescente? “Isto porque, formalizar o trabalho como uma empresa é como subir uma escadinha de faturamento”, fala Fernanda.

Afinal de contas, um criador de conteúdo pode começar sua jornada como autônomo. Ou seja, basta emitir um recibo em seus trabalhos e declará-los no Imposto de Renda.

Mas quando o faturamento se tornar constante e crescente, é mais interessante abrir uma Pessoa Jurídica porque a carga tributária é menor.

2. Fique atento ao tipo da sua empresa

Diante disso, vale saber que existem várias categorias de pequenas empresas. Entre elas estão:

  • MEI (Microempreendedor Individual);
  • ME (Microempresa);
  • EPP (Empresa de Pequeno Porte).

Portanto, vale saber que o quê diferencia uma categoria da outra é o faturamento anual bruto da empresa. Enquanto o MEI tem um faturamento de até R$ 81 mil, a EPP gira entre R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões.

“Este sistema (MEI) é bem limitado, já que só permite algumas profissões listadas no CNAE, e isso não inclui atividades intelectuais e profissões regulamentadas, por exemplo”, esclarece a economista.

E por mais que este ano a profissão de influenciador digital tenha sido regulamentada pelo Ministério do Trabalho, na lista de profissões que o MEI engloba, não existe ainda o criador de conteúdo. “Estamos falando de uma ocupação que surgiu na era digital e ainda não consta nas classificações formais de empresas”, afirma Fernanda.

3. Escolha a opção ME

Portanto, o ideal é você abrir o seu CNPJ como Microempresa. Para isto, é preciso entrar nas três esferas (municipal, estadual e federal). Ou seja, tem que entrar no Estado, na Receita Federal, definir capital social e colocar o nome de acordo com a regra do tipo de empresa.

“A notícia boa é que atualmente, em menos de 10 dias, você consegue ter o CNPJ. E depois do CNPJ, precisa fazer o certificado digital, alvará e o cadastro para emissão de nota. Resumindo: é melhor contratar um profissional para essa burocracia”, aconselha a planejadora financeira.

E a vantagem do ME é que você só paga impostos quanto fatura, diferentemente do MEI, em que você precisa pagar a taxa mensalmente, mesmo sem faturar nada.

4. Hora de escolher o regime tributário

Nesse começo em que a empresa está dando os primeiros passos juridicamente, é ideal adotar o regime tributário do Simples Nacional, que é aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

“No Simples Nacional, o empresário que fatura até R$ 4,8 milhões ao ano tem um programa simplificado de arrecadação de impostos que unifica oito tributos”, explica Fernanda.

Ainda de acordo com a economista, a facilidade de se adequar ao Simples é que todos os impostos podem ser pagos em uma só guia. “PIS, COFINS, contribuição social, ISS em prestador de serviços. Tudo vai estar dentro desses 6% (de desconto no faturamento mensal)”, conta.

5. Fique atento ao capital inicial

Para entender melhor, capital inicial é uma reserva que você pode precisar nos meses em que não tiver lucro ou que o faturamento for muito baixo. “Já que nos primeiros meses ou até anos você pode não lucrar, é essencial que faça primeiro esse levantamento de gastos, para depois fazer o capital inicial”, afirma Fernanda.

6. Jamais misture a pessoa física com a pessoa jurídica

Por mais que todo o seu dinheiro pessoal venha da empresa, estabeleça um “salário”, que é chamado de pró-labore, para você não se perder no seu próprio negócio.

“Além de manter a organização, isto vai facilitar a tomada de decisão e te ajudar, inclusive, a conseguir empréstimos, caso seja necessário. Preste muita atenção nisso”, aconselha a economista.

7. Defina o seu local e horário de trabalho

Isto é muito importante para poder dar cara e visibilidade ao seu negócio. Além disso, ao agir desta forma, você se mostra mais profissional. “Sem esquecer da saúde mental. Afinal de contas, você passa a ter ideia de quando está trabalhando e quando tem tempo para fazer outras coisas, cuidar de outras responsabilidades”, fala Fernanda.

8. Plano de negócios e validação da ideia

Estude o seu nicho, a sua persona (seu cliente ideal), marketing digital, os profissionais do seu meio e o mercado. Assim, aumentam as chances de você se tornar um criador de conteúdo de sucesso.

O que fazer com o faturamento?

O ideal, claro, é fazer com que o dinheiro que você está recebendo gere mais rendimentos. Inclusive, atualmente, é possível investir como PJ. “Seja por pró-labore, distribuição de lucros ou transferindo da conta PJ para PF. Estando com o dinheiro disponível na conta PF, o passo a seguir é o mais simples: investir”, aponta a planejadora financeira.

Então, de forma prática, o passo a passo para você começar a aplicar parte do seu faturamento é:

  • Abrir uma conta em alguma Corretora de Valores;
  • Responder um questionário para descobrir seu perfil de investidor;
  • Diversificar a sua carteira de investimentos. “Não é para encontrar uma ação milagrosa que te deixará rico, nem para ficar acomodado só no Tesouro Direto (por exemplo). O ideal é distribuir o dinheiro em investimentos diferentes, buscando o melhor para cada momento do país”, aconselha Fernanda.

Como escolher os melhores investimentos?

Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75%, o que mostra ser um bom momento para investir em títulos prefixados. Isto porque, estes ativos financeiros vão ter uma rentabilidade predeterminada alta até o vencimento. Portanto, você sabe exatamente quanto ganhará até o dia do vencimento.

Mas é importante saber que a taxa de juros funciona como uma gangorra. “Se (a taxa de juros) está para cima, o preço está para baixo. Quando a inflação começar a se dissolver, provavelmente na segunda metade do ano que vem, a taxa de juros deve aumentar – e quem garantiu títulos prefixados altos agora, poderá vendê-los com um preço alto. Afinal, você terá títulos que rendem mais do que o mercado estará negociando”, afirma a economista.

E para finalizar, Fernanda conta que com a esperada retomada da economia, as empresas devem responder melhor. E com isso, as ações se valorizam. “Por isso, é importante ter uma carteira diversificada e descorrelacionada. Se algo de ruim acontecer para um dos seus cavalos, não arruína a corrida”, conta.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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