Reserva de emergência: por onde começar? E onde investir?

A reserva de emergência deve ser iniciada o quanto antes, mas, ao mesmo tempo, nunca é tarde para começar

Com o 13º salário chegando, sempre é hora de pensar em constituir ou revisar a sua reserva de emergência. Você não sabe do que se trata uma reserva de emergência? Então, vem aqui, que te conto. A reserva de emergência é o valor destinado a cobrir seus gastos essenciais por um determinado período, geralmente de seis meses a um ano, caso algo lhe aconteça e você venha a perder sua fonte de renda.

Assim, a reserva de emergência, como sugere o nome é um dinheiro que você dever ter para uso em casos de emergência e não para gastos supérfluos. E, é sobre esse tema a nossa coluna de hoje. Separa o papel e a caneta, que no final você vai estar expert no assunto…

Por onde começar

Você deve começar a investir sua reserva de emergência o quanto antes, mas, ao mesmo tempo, nunca é tarde para começar, pois é essencial ter em mente que imprevistos acontecem e não têm data marcada.

Vamos ao passo por passo:

  1. O primeiro passo para constituir uma reserva de emergência é definir o valor desta reserva;
  2. O passo seguinte é estabelecer uma base para esta reserva;
  3. Posteriormente, escolher uma modalidade de investimento para proteger sua reserva de emergência da desvalorização.

Quanto investir na reserva de emergência

Visto por onde começar a investir a reserva de emergência, vamos em frente. Para definir o valor da reserva é determinante que você domine suas finanças (veja artigo “Há diferença entre educação financeira e inteligência financeira?”) e identifique quais são seus gastos fixos e essenciais no mês.

Vamos ao exemplo.

Pense o seguinte: se mensalmente seus gastos fixos e essenciais são de R$ 5 mil, você precisaria ter uma reserva de emergência de, no mínimo, R$ 30 mil para sobreviver 6 meses sem renda.

Fixando um prazo para constitui-la, você pode estabelecer um percentual de sua renda para mensalmente destinar a criação de sua reserva de emergência. O percentual da reserva de emergência vai variar de pessoa para pessoa. É muito particular, pois dependerá de sua renda, condições familiares, estilo de vida e etc…

Entretanto, a dica é pelo menos destinar de 10% a 20% de seu rendimento mensal a esta finalidade.

Apurado o valor que você precisa ter de reserva de emergência e usando como exemplo, a base de tempo de 2 anos e meio (30 meses). Chega-se ao cálculo que se você destinar mensalmente a esta finalidade, o valor de R$ 1 mil ao longo dos 30 meses para que você tenha os R$ 30 mil. Obviamente, o resultado final será maior, considerando que qualquer que seja o tipo de aplicação incidirá juros.

Onde investir a reserva de emergência?

A reserva de emergência deve ser aplicada em produtos que tenham alta liquidez, que tenham disponibilidade imediata de saque. Pois afinal, imprevistos não dão aviso prévio. Desta forma, os produtos recomendados são os da modalidade de renda fixa.

Nesta modalidade destacam-se Tesouro Direto, CDB’s ou até mesmo a poupança. Veja aqui na Inteligência Financeira na editoria “Onde investir” os textos que abordam esses assuntos.

Mas atenção: escolha os rendimentos de 100% ou mais do CDI.

Reserva de emergência deve ser revisada constantemente

Feita a reserva de emergência, é essencial ter o entendimento que a ela deva ser revisada constantemente e se, necessário repô-la. Lembre-se: o objetivo é atender suas necessidades em uma emergência.

Um exemplo da necessidade de revisão e reposição foi a pandemia. Muitas pessoas ficaram desempregadas ou tiveram seus empreendimentos prejudicados, inclusive eu!

Aí, a reserva de emergência foi totalmente ou parcialmente utilizada. Nestes casos de desemprego ou perda de renda, ao se recolocar ou restabelecer a renda, você precisa novamente avaliar suas necessidades e iniciar o processo de constituição ou reposição da reserva de emergência.

Outro ponto é a necessidade de reavaliar suas necessidades. Por exemplo: Você constituiu sua reserva de emergência com base nos seus gastos fixos e essenciais do passado e hoje seus gastos são maiores? É preciso reajustar a reserva de emergência.

Mudou de casa e o aluguel é maior ou seus gastos com internet e telefone aumentaram, até o aumento dos alimentos devem ser considerados nesta conta.

Os exemplos podem até parecer simples, mas todas essas questões exemplificam a necessidade de revisão periódica na reserva de emergência.

Qual é a conclusão?

Na verdade, a reserva de emergência deveria fazer parte de todo bom planejamento financeiro, sendo o primeiro objetivo quando se começa a investir.

E, quando eu falo em planejamento, instantaneamente vem a lembrança a frase do Gustavo Cerbasi:

“Planejamento financeiro traz uma série de benefícios como independência e previsibilidade. Mas a principal consequência é a paz”.

Você também concorda?

Até a próxima coluna!