6 dicas para se planejar financeiramente em 2023

Poupar é priorizar uma vida melhor no futuro em nome de uma satisfação no presente. É preciso ter disciplina, assim como a atividade física

Disciplina é liberdade

Poupar é um esforço diário. Um dia estamos pensando, estudando e lendo sobre investimentos. No outro, somos capturados pela publicidade e temos vontade de gastar. É natural. Poupar é priorizar uma vida melhor no futuro em nome de uma satisfação no presente. Por isso, não só a motivação basta, é preciso ter disciplina. Assim como a atividade física.

Poupar não deve ser abdicar de tudo e viver contando o cafezinho, mas saber encaixar a poupança como parte do seu orçamento. Um alvo saudável é 30% da sua receita, esse valor permite manter uma vida presente com alegria e ainda ter tranquilidade para construir um patrimônio.

Se conheça antes de tudo

Um bom planejamento busca entender a vida do investidor, sabendo quais são seus sonhos, desejos e metas. Para isso, é importante se questionar: quanto eu custo para ser quem eu sou?

Estou falando de conhecer seus custos fixos: quanto paga de aluguel, gasolina, escola dos filhos, assinatura de streaming? Some a esta conta o quanto pretende investir por mês.

Seus investimentos precisam estar previstos no salário, tal como um custo fixo. Assim, esse compromisso não fica apenas para o mês que sobrar dinheiro – ao contrário, é muito mais difícil manter aportes constantes na sua conta investimento.

A inflação é vilã

Seu esforço de poupar pode ser desperdiçado se o dinheiro guardado for perdendo poder de compra ao longo do tempo. Ou seja, aquele R$1 que comprava uma garrafa de refrigerante nos anos 2000, se tivesse ficado embaixo do colchão, hoje não compraria nem uma latinha.

Para se proteger disso, não é preciso correr para estocar antes que o preço aumente. Para isso, existem investimentos que rendem mais do que a inflação.

Chamamos de “ganho real” aquele rendimento já descontado da inflação. Exemplo: um título do Tesouro Direto que rende IPCA+6%, significa que além da inflação, ele tem um rendimento real de 6%.

Lidando com os fantasmas do passado

Quase 80% das famílias brasileiras declararam estarem endividadas em 2022. Excetuando os casos em que a desigualdade social é mais grave, em muitos deles, as pessoas consideram que ganham bem, mas não sabem lidar bem com as finanças.

Se hoje você se encontra com dívidas, é importante saber o quanto de juros está sendo cobrado. Geralmente, os juros de um empréstimo não superam os oferecidos na renda fixa, ainda que a SELIC esteja em patamares elevados no momento.

Por isso, busque primeiro cuidar da sua saúde financeira, cortando os gastos desnecessários, eventualmente buscando fazer uma renda extra, com o foco em futuramente ser um investidor.

Tudo não terás

Para investir nós só conseguimos ter 2 desses três itens do tripé: alto retorno, baixo risco ou curto prazo.

Se estamos pensando em curto prazo, já escolhemos 1 dos três, que é a rapidez. Se esse é o nosso dinheiro para as férias, você não vai querer arriscar, então escolhemos baixo risco. Por isso, vamos abrir mão do alto rendimento.

Se você não quer perder para a inflação, você pode buscar um produto atrelado à Selic. Pode ser um tesouro Selic, ou uma conta que rende 100% do CDI. Se vai para o exterior e não quer sofrer com a variação cambial, você pode buscar um fundo cambial.

Não tenha medo de começar

Não se deixe abalar com nomenclaturas e códigos que você ainda não conhece.

Ao abrir sua conta de investimentos em uma corretora, o primeiro passo será conhecer o seu perfil de investidor. É como um questionário de personalidade das revistas de antigamente. Não existe resposta certa ou errada. Ao final, você saberá se é um investidor conservador, moderado ou arrojado, bem como uma recomendação de carteira adequada.

Investimentos existem para permitir a manutenção do padrão de vida, a garantia de uma aposentadoria tranquila e uma segurança do patrimônio construído. Por isso, comece o quanto antes puder.