Aumenta o número de vítimas de golpes bancários, aponta pesquisa

Maioria é homem, com nível superior e acima dos 60 anos
Pontos-chave:
  • Os bancos têm 57% de confiança dos entrevistados e as fintechs, 55%
  • Entre os crimes mais frequentes, a clonagem ou troca de cartão é citada por 64%

O percentual de pessoas que já foram vítimas de golpes ou tentativas de golpe envolvendo contas bancárias vem aumentando gradativamente, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Eram 21% em setembro de 2021, 22% em dezembro e agora 31%, mostra a edição de junho do Radar Febraban. Entretanto, a grande maioria (68%) declarou não ter sido vítima de golpes ou fraudes. A pesquisa foi realizada com 3.000 pessoas, entre os dias 21 de maio e 2 de junho, nas cinco regiões do país.

Qual é o perfil das vítimas?

Conforme o levantamento, os mais atingidos pelas fraudes são homens (33% dos entrevistados), os que ganham mais de cinco salários mínimos (41%), têm nível superior (38%) e quem está na faixa etária acima de 60 anos (35%).

Quais são os crimes financeiros mais comuns?

Entre os crimes mais frequentes, a clonagem ou troca de cartão é citada por 64%, alta de 16 pontos em relação a dezembro de 2021 (48%), em questão de múltipla resposta.

As demais menções tiveram variações em torno de dois pontos em relação a dezembro passado, diz a Febraban em nota, acrescentando que as referências ao golpe da central falsa caíram para de 28% para 26%.

Já as citações ao golpe do WhatsApp vêm crescendo gradualmente: 21% em setembro/2021, 24% em dezembro/2021 e agora 25%, informa a Febraban. Também aumentou o percentual referente ao golpe do leilão ou da loja virtual (de 5% em dezembro do ano passo para 7% nesse levantamento).

Avaliação sobre os bancos é positiva

Ainda de acordo com o Radar Febraban, os bancos contam hoje com 57% de confiança dos entrevistados e as fintechs com 55%. As empresas privadas têm 50% de confiança.

De acordo com a Febraban, permanece positiva a avaliação a respeito da contribuição do setor bancário para o país e a sociedade. Essa percepção favorável é maior quanto à contribuição para o desenvolvimento da economia brasileira (54%) e a ajuda no enfrentamento do coronavírus (50%) – esta última com maior recuo comparativamente ao final do ano passado na medida em que diminui a preocupação com o tema.

Todos percebem o aumento dos preços

Segundo a pesquisa, para 93% dos entrevistados houve percepção de que a inflação e os preços dos produtos aumentaram ou aumentaram muito do início do ano até agora. “Em todos os estratos, esse percentual fica igual ou acima de 90%, chegando a 96% entre os que ganham acima de cinco salários mínimos.”

O consumo de alimentos e de outros itens do abastecimento doméstico é o que mais impacta no orçamento das famílias (78%), representando aumento de nove pontos em relação ao levantamento de dezembro passado, destaca a Febraban. Atualmente, esse percentual chega a 82% entre as mulheres.

“Repete-se em junho de 2022, o mesmo percentual de 42% de dezembro de 2021 dos entrevistados preocupados com o preço do combustível. Esse impacto no custo de vida é citado sobretudo pelos homens (45%), quem está na faixa de 25 a 44 anos (46%), tem renda familiar entre 2 a 5 salários mínimos (48%) e ensino superior (48%).”

Situação financeira das famílias deve recuperar ano que vem

A maior parte dos entrevistados (51%) acredita que a situação financeira familiar só irá se recuperar depois de 2022 (47%) ou nem irá se recuperar (4%), conforme o levantamento. “Uma parcela de 25% dos entrevistados acredita que a recomposição financeira da família irá ocorrer ainda em 2022 e 8% afirmam já ter havido uma melhora financeira em 2021, perfazendo 33% que já se recuperaram; além de 10% que afirmam não terem sido afetados.”

Entrevistados estão cautelosos

Sobre a economia do país, os entrevistados se mostram mais cautelosos e 68% afirmam que só haverá recuperação após 2022. “Esse percentual é o mesmo das rodadas de junho e setembro de 2021, quando também se imaginava que a retomada econômica somente ocorreria no ano seguinte.”

Os mais pessimistas quanto à recuperação da economia somam 9% e são principalmente os menos escolarizados (12%) e com menor renda (11%).

O levantamento revela ainda que 67% dos entrevistados esperam aumento da taxa de juros este ano e 68% apostam no aumento da inflação e aumento do custo de vida.

Comprar imóvel está no topo dos desejos

A pesquisa da Febraban também revela que, em um cenário de recuperação econômica em que as pessoas tenham recursos excedentes no orçamento familiar, a compra de um imóvel seria é o principal desejo de 31% dos entrevistados, especialmente de quem tem entre 25 a 44 anos (35%). “Se somada a intenção de reformar a casa (16%), esse item relacionado ao imóvel chega a 47%”, afirma.

Em segundo lugar, como destino dos recursos extras, comparecem os investimentos bancários, seja poupança (20%) – citada com mais frequência pelas mulheres, aqueles acima de 60 anos, com ensino médio e que ganham entre 2 a 5 salários mínimos – ou outros tipos de investimentos (18%) – mais citados nos segmentos de maior escolaridade e renda, informa a Febraban.