Renda fixa: como aproveitar a mudança na curva de juros?

É importante observar as taxas futuras e avaliar o cenário
Pontos-chave:
  • Quando se negocia a taxa de um título que vence lá na frente, estamos falando de juros futuros
  • Nas últimas semanas temos observado um recuo nas taxas dos títulos prefixados.

Nos últimos meses, com o aumento expressivo da taxa de juros, a renda fixa se tornou a queridinha de muitos investidores. De fato, a Selic permanece alta, em 13,75%, mas mais importante que isso é entender outro movimento: dos juros futuros.

“No mercado de renda fixa, quando estamos negociando a taxa de um título que vencerá em alguns meses ou anos à frente, estamos falando de juros futuros” explica Lucas Queiroz, estrategista do Research voltado para pessoa física do Itaú BBA.

Ou seja, como o próprio nome diz, esses juros são analisados em títulos que possuem vencimento a longo prazo.

Os juros futuros afetam tanto a renda fixa, quanto a variável. Hoje, vamos focar na renda fixa.

As taxas, neste caso, refletem em geral a trajetória esperada da taxa Selic do momento atual até o prazo do título”, ressalta Lucas. 

O que está acontecendo com esses juros?

Nas últimas semanas temos observado um recuo nas taxas dos títulos prefixados.

“Esse movimento acontece pois, como o Copom sinalizou que 13,75% ao ano deve ser o final do ciclo, os investidores que tinham expectativas de trajetórias mais agressivas para os juros estão desfazendo suas apostas”, explica Lucas. 

De acordo com o estrategista, essa mudança de tendência traz também mudanças no retorno dos títulos. “No curto prazo, o investidor que possui títulos prefixados está tendo rentabilidade, pois a redução das taxas implica aumento dos preços. É o processo de marcação a mercado“, ressalta.

Qual a melhor estratégia para aproveitar a renda fixa agora?

O estrategista ressalta que as previsões do Itaú BBA não tiveram grandes alterações. “Ao contrário do mercado, que vem recuando bruscamente suas projeções para os juros, nosso cenário pouco se alterou. Esperamos uma redução gradual dos juros e apenas na segunda metade de 2023. Por isso, temos uma carteira recomendada no Itaú”, explica. 

Para te dar um norte, a carteira é composta por:

  • 60% de Tesouro Selic
  • 15% de Tesouro IPCA+ 2026
  • 10% de Tesouro IPCA+ 2035
  • 10% de Tesouro Prefixado 2025
  • 5% de Tesouro Prefixado 2029

“Desta forma buscamos acompanhar o mercado em parte da alta recente, porém com um grande “colchão de liquidez” que são os 60% em pós fixados. A função é amortecer algum resultado ruim e ter espaço para novas compras caso as taxas voltem a subir”, ressalta o estrategista.