Previsibilidade, segurança e facilidade são alguns dos atributos que mais atraem investidores para os instrumentos de renda fixa. O Brasil tem dezenas de investimentos nesta classe de ativos, mas também é possível encontrar boas opções lá fora. Por que você faria isso? Porque os Estados Unidos, por exemplo, têm o mercado financeiro mais desenvolvido do mundo, e investindo na renda fixa deles, você tem uma opção a mais para diversificar sua carteira.
O primeiro passo: ter conta em corretora
Para investir em títulos de renda fixa nos Estados Unidos é preciso, primeiro, ter conta em uma corretora que ofereça esse tipo de produto. Os norte-americanos têm mais facilidade para comprar esses ativos, mas não significa que os brasileiros não tenham acesso. Há corretoras daqui que se especializaram no mercado estadunidense e importam vários produtos de lá.
Os produtos
Há muitas opções de investimento em renda fixa nos Estados Unidos. Uma alternativa interessante para os brasileiros é investir em fundos de investimentos que compram títulos prefixados, pós-fixados ou atrelados à inflação. “Esses fundos têm uma equipe de gestão qualificada e aplicações mínimas a partir de US$ 500”, explica Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities.
Outra opção é investir em ETFs. Zanin conta que há mais opções de ETFs de renda fixa nos Estados Unidos do que ações na Bolsa brasileira: são mais de 500 produtos americanos, contra cerca de 400 ações na B3. No mercado dos EUA o investidor tem acesso a ETFs segmentados, que focam somente em títulos de curta duração, pré-fixados, títulos municipais ou ativos de longa duração. Não faltam opções no cardápio.
O brasileiro ainda consegue comprar diretamente um título de dívida, mas essa opção é reservada aos investidores qualificados, ou seja, aqueles que têm mais de R$ 1 milhão em investimentos. As aplicações nessa modalidade começam em US$ 10 mil.
É seguro investir no mercado norte-americano?
O grande atrativo da renda fixa nos Estados Unidos é a segurança dos títulos. “Este é um investimento considerado de risco zero”, diz Zanin. A economia norte-americana é tida como a maior do mundo, então o risco de um calote do governo, em qualquer nível, é muito pequeno.
Porém, como nem tudo são flores, a segurança cobra seu preço e a rentabilidade é sacrificada nessa equação. Os títulos de renda fixa dos Estados Unidos tendem a pagar menos que os brasileiros, que são considerados mais arriscados pelo mercado.
Guilherme Zanin explica que a maioria dos títulos de renda fixa nos EUA é prefixada, ou seja, o retorno já é conhecido antes da aplicação e a rentabilidade não depende de índice algum. É uma característica diferente da observada no Brasil, onde o CDI é a principal referência dos títulos de renda fixa. O analista da Avenue fala em uma rentabilidade anual que vai de 1% a 3%, mas garante que o investimento faz sentido quando o investidor quer diversificar sua carteira e equilibrar os níveis de risco que cada aplicação corre.
Portanto, ao longo deste ano, vale a pena ficar de olho na trajetória dos juros nos Estados Unidos. A taxa básica do país atualmente está entre 0% e 0,25%, o que ainda favorece os títulos prefixados. Porém, o mercado espera um aumento na taxa, o que vai tornar ativos pós-fixados mais interessantes.
E os impostos?
Investir fora do Brasil não vai te livrar das garras do leão. O Imposto de Renda é cobrado em cima do lucro de investimentos feitos em fundos e ETFs. O processo de declaração não muda: o investidor solicita um relatório para a corretora e mostra o documento à Receita Federal.