Que a renda fixa voltou a ficar atrativa nos últimos meses não é novidade para ninguém. A alta dos juros e da inflação contribuíram para o cenário, e aqueles que querem diversificar apostando na modalidade podem investir em ETFs de renda fixa.
Os ETFs de renda fixa, assim como os outros, seguem um determinado índice. Funciona como um fundo de investimento, no qual os interessados compram cotas e as decisões de alocação dos recursos ficam por conta de um gestor. Nesse caso, o investimento é feito em ativos de renda fixa e segue índices como o IPCA (índice da inflação) ou o IMA (Índice de Mercado Anbima).
Segundo Marcos Iorio, gestor da Integral Investimentos, os ETFs de renda fixa têm atraído investidores por uma série de fatores. “Eles geralmente têm taxas de administração mais baixas, portanto são mais baratos para o investidor. Além disso, comprando uma cota você consegue diversificar a carteira, reduzindo os riscos”, explica.
Outra vantagem envolve a tributação. A alíquota de Imposto de Renda para os ETFs de renda fixa que investem em títulos com vencimento médio superior a dois anos é de 15% sobre o lucro obtido, independentemente do período em que o investidor ficou aplicado. Além disso, os ETFs de renda fixa não têm o come-cotas – desconto semestral de tributo.
Em novembro de 2021, a B3 ainda passou a oferecer o serviço de empréstimo de cotas de ETFs de renda fixa. O objetivo é ampliar e facilitar a realização de estratégias por parte dos investidores. “É mais uma vantagem, já que possibilita novos posicionamentos no mercado de renda fixa e tende a trazer liquidez”, ressalta Marcos.
Renda fixa também tem riscos
Apesar das vantagens, você precisa saber que o ETF de renda fixa traz alguns riscos. “Eles não têm risco de crédito – ou seja, de calote -, mas tem o de mercado. A renda fixa tem volatilidade e o investidor precisa saber disso. O nome ‘renda fixa’ não é uma promessa de rentabilidade constante”, ressalta Martin Iglesias, professor e especialista líder em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco.
A negociação das cotas de um Fundo de Índice de Renda Fixa acontece no pregão da Bolsa de Valores. ETFs que seguem um índice de inflação, por exemplo, estão expostos à flutuação e a valorização das cotas oscila de acordo com o dia. Por isso, o mais indicado é ter uma estratégia a longo prazo.
Segundo Martin, há opções para todos os perfis de investidor. “Vemos nos ETFs indexados à inflação uma oportunidade, já que temos acompanhado uma elevação das taxas. Mas é importante ter essa visão de longo prazo. Muitas pessoas se assustam depois de uma queda e acabam vendendo sua cota. Muitas vezes é uma oportunidade de entrar e aplicar mais”, ressalta.
O Itaú destaca em suas recomendações de ETFs de renda fixa o ETF IMAB5 como uma opção interessante para perfis conservadores e os ETFs IMAB5+ e IMAB para perfis mais moderados e arrojados. O grande ponto, no entanto, é a diversificação. “A nossa recomendação, mais do que um produto individual, é usar ele como composição de uma carteira. O ideal é que os ETFs de renda fixa sejam combinados com outros ativos”, ressalta Martin.