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Minha vida vai melhorar com a alta do PIB?
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A expectativa dos especialistas é que o desemprego deve cair e a inflação alivie
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Os especialistas indicam diversificar os investimentos para calibrar ganhos com riscos
Os economistas aconselham que os brasileiros continuem controlando bem o orçamento e evitem dívidas após a atividade econômica, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), aumentar 1% no primeiro trimestre em comparação aos primeiros três meses do ano. Apesar da alta em linha com o esperado e da expectativa de avanço em 2022, eles afirmam que o dia a dia das pessoas não deve melhorar do dia para a noite.
A expectativa dos especialistas é que o desemprego siga caindo devagar e que a inflação alivie lentamente. Contudo, os preços e os juros elevados ainda devem continuar consumindo a renda dos trabalhadores.
As previsões de crescimento da economia estão melhores agora do que no começo deste ano por três causas principais, analisa Mauro Morelli, estrategista-chefe da assessoria Davos Investimentos.
Na avaliação dele, o Auxílio Brasil foi bem-sucedido ao ajudar os brasileiros a sobreviver na pandemia de covid-19 e, consequentemente, impulsionou o PIB, apesar de não ser sustentável no longo prazo. Além disso, a disparada dos preços das commodities no exterior ajudou as exportações do Brasil, uma parcela importante da economia. E, também, a base de comparação do PIB dos últimos anos era muito baixa, o que faz a subida ser maior.
Contudo, o cenário ainda está distante de um céu de brigadeiro, conforme Morelli. “Olhando para frente, muitos desses motivos que ajudaram o PIB não devem continuar e não temos expectativa de investimentos e reformas em ano eleitoral que justifiquem um otimismo maior”, diz.
Ele prevê que o desemprego continue caindo devagar, que a inflação firme tendência de desaceleração apenas no terceiro trimestre e que os juros continuem altos. Nesse cenário, indica que os brasileiros aguardem para tomar decisões financeiras importantes, como a entrada em um financiamento, por exemplo. “Recomendo esperar até tirar as incertezas da frente, como inflação, eleição, guerra e pandemia”, sugere.
Jason Vieira, economista-chefe da gestora de recursos Infinity Asset, também aconselha evitar dívidas em um momento de tantas incertezas, mesmo que as pessoas tenham uma sensação de melhora com o desemprego em queda e a inflação em desaceleração. “É hora de ter uma postura mais defensiva em um cenário de crise em que o mundo está inserido”, afirma. O cenário do mundo combina alta de juros, covid-19 na China e guerra na Ucrânia.
Como ficam os investimentos
Os investidores que precisam ter uma reserva de emergência, ainda mais em um cenário de tanta incerteza, devem escolher títulos atrelados à Selic ou ao CDI, como o Tesouro Selic, CDBs e fundos DIs (também chamados de fundos simples), de acordo com os especialistas. Essas aplicações financeiras estão oferecendo retornos mais altos com a taxa básica de juros em 12,75% ao ano.
Contudo, para objetivos de médio e longo, os especialistas indicam diversificar os investimentos para calibrar ganhar retornos mais altos e calibrar os riscos da carteira. Os títulos atrelados à inflação são uma boa pedida para as pessoas se protegerem da alta dos preços. Já os títulos prefixados ficam mais atrativos com a perspectiva de fim do ciclo de alta de juros, segundo alguns especialistas.
Os ativos de risco andam sofrendo bastante no Brasil e no mundo em meio à inflação e aos juros altos, mas as ações brasileiras podem ter uma melhora a partir do momento em que ficar claro para o mercado financeiro que a inflação está desacelerando, na análise de Morelli. “Podemos ter uma virada importante”, afirma.
Contudo, neste cenário de incertezas, ele recomenda que os investidores montem as carteiras com foco no médio e no longo prazo. “Imagine que os seus objetivos da carteira de investimentos são a bola em um jogo de tênis. Não tire o olho deles. Siga esses objetivos sem se preocupar demais com o que acontece no curto prazo”, sugere.
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