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O IPCA está em tudo: saiba como funciona o principal índice de inflação
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O IPCA é medido e calculado pelo IBGE todos os meses
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São analisados 377 itens, como arroz, mensalidade escolar, consulta médica e lazer
Você pode não saber exatamente o que é o IPCA, mas aqui vai uma dica: ele está em tudo. Nas suas compras do supermercado, na roupa que você veste, nos cursos que você consome ou até mesmo naquela ida rápida até a farmácia. Entender mais sobre o índice, a sua composição e o impacto no seu cotidiano e nos investimentos faz toda a diferença. Preparamos um pequeno guia para responder as principais perguntas sobre um dos indicadores mais importantes do Brasil.
O que é o IPCA?
IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele foi criado em 1979 para medir o nível de preços de bens e serviços disponíveis na nossa economia. Em outras palavras: ele é um índice de inflação que acompanha o preço daquilo que as famílias brasileiras compram e consomem.
Como ele é calculado?
O índice é medido e calculado pelo IBGE todos os meses. Para chegar ao valor, o IBGE faz uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais e prestadoras de serviços nas principais áreas urbanas do país. A pesquisa é feita todos os dias, considerando o valor à vista dos itens. O levantamento inclui cerca de 400 mil preços de 30 mil estabelecimentos. O “recheio” é variado: são analisados desde itens básicos, como arroz e feijão, até mensalidade escolar, consulta médica e atividades de lazer.
Atualmente, 377 itens têm seus preços coletados todos os meses, divididos em nove grupos: alimentação e bebidas; habitação; artigos de residência; vestuário; transportes; saúde e cuidados pessoais; despesas pessoais; educação e comunicação. Cada categoria e região do país tem um peso no resultado final. Itens de alimentação, por exemplo, costumam ter um peso maior que vestuário. Essa coleta de preços é repetida mês a mês, com comparativos que mostram se a inflação aumentou ou diminuiu.
Por que o IPCA sobe ou desce?
Geralmente, os preços de uma economia se ajustam pela oferta e demanda. Ou seja, o preço de um produto ou serviço tende a subir quando a procura aumenta e a oferta permanece igual ou diminui. O contrário também pode acontecer. Mas, outros fatores também contribuem para a variação da inflação, como, por exemplo, os resultados das safras de alimentos, preço do dólar e gastos públicos.
Um ponto importante: a redução do IPCA não significa que os preços gerais diminuíram. Nesse caso, eles aumentaram menos do que no mês anterior. A deflação, que é a queda dos preços, só acontece se o IPCA for negativo.
Como o IPCA impacta o seu bolso?
Se a inflação sobe, significa que as coisas estão ficando mais caras. “Geralmente, a variação do IPCA é positiva, o que significa que os bens e serviços estão subindo de preço. Quando os preços sobem durante muitos meses, como tem sido atualmente, o salário das pessoas não aumenta na mesma velocidade. Ou seja, elas acabam perdendo poder de compra”, explica Gabriel Ferreira, especialista em investimentos e sócio-diretor da gestora de recursos Komatu.
E os investimentos?
Geralmente, a inflação alta faz com que o Banco Central aumente a Selic para conter a pressão sobre os preços. Com juros mais altos, alguns títulos de renda fixa tendem a se beneficiar. “Nos últimos dois anos, vimos a Selic subir de 2% para quase 13% ao ano. Ou seja, o Tesouro Selic, que é atrelado à taxa básica de juros, está remunerando seis vezes mais”, ressalta Komatu. A Selic também é usada como indexadora de outros investimentos, como LCIs e LCAs, CDBs e CDIs. No fim das contas, o IPCA também impacta, mesmo que indiretamente, a rentabilidade desses papéis.
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