Como se proteger da inflação com ações

Alguns setores têm mais facilidade no repasse de preços
Pontos-chave:
  • Setores de energia e commodities devem estar na mira dos investidores
  • Especialistas recomendam os papéis de varejo ligado ao público de alta renda

A inflação é uma das grandes vilãs na vida financeira de qualquer investidor. Em 2022, o aumento de preços preocupa brasileiros, norte-americanos e investidores de todas as nacionalidades. Porém, dá para montar uma carteira para se proteger contra a inflação com ações. 

Para Helder Wakabayashi, analista de investimentos na Toro, as ações são uma das melhores opções de proteção contra a inflação. “Todas as empresas tendem a repassar custos em seus produtos e serviços”, diz. 

Porém, quem quer se proteger da inflação com ações precisa ficar atento à capacidade que as empresas têm de repassar a alta de custos. Setores com alta competitividade e baixa margem de lucro, como o varejo e construção civil, são exemplos de segmentos para não ter na carteira que luta contra a inflação. 

Setor de energia tem as ações mais recomendadas 

Na lista de setores recomendados para se proteger da inflação com ações, o de energia é um dos mais recomendados. “Empresas ligadas à transmissão têm contratos atrelados à inflação, então a alta de preços é parte da fonte de receitas”, explica Matheus Jaconelli, analista da Nova Futura Investimentos. 

Na lista de ações recomendadas pelo especialista estão Taesa (TAEE11), CPFL (CPFE3), Engie (EGIE3) e Transmissão Paulista (TRPL4). 

Por que investir em commodities? 

As matérias-primas entraram em um forte ciclo de alta desde o início da guerra entre Ucrânia e Rússia. O aumento de preços em energia, commodities metálicas e agrícolas é o grande responsável pela preocupação global com a inflação. Portanto, investir em ações de empresas que vendem esses produtos pode ser uma boa. E a Bolsa brasileira está cheia de opções dessa área. 

Na categoria de commodities energéticas estão empresas ligadas ao petróleo, como Petrobras (PETR3, PETR4) e PetroRio (PRIO3). 

Ações ligadas ao minério de ferro também merecem lugar na carteira de luta contra a inflação com ações. O destaque de Matheus Jaconelli é a Vale (VALE3), com menção também à CSN (CSNA3). 

No setor de commodities agrícolas, o investidor pode pensar na inclusão de SLC Agrícola, já que é uma empresa com receita em dólar. 

JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), que foram as protagonistas do último Duelo IF, também são boas opções para quem procura empresas que ganham em dólar, algo que gera proteção contra a inflação. 

Produtos para os ricos sofrem menos com a inflação

Por último, os especialistas recomendam alguns papéis do varejo ligado ao público de alta renda. “A sensibilidade à inflação desse consumidor é menor, porque a renda disponível é maior”, explica Matheus Jaconelli.

Iguatemi (IGTI11) e JHSF (JHSF3) têm empreendimentos voltados para o público de alta renda e podem entrar na carteira de luta contra inflação com ações.