Menos engessada, previdência privada se adapta aos novos investidores

Taxas foram reduzidas ou eliminadas e você pode escolher o pacote de ativos
Pontos-chave:
  • As taxas de carregamento praticamente sumiram
  • É possível escolher quais os ativos podem fazer parte do seu investimento

Quem não quer chegar aos 70 anos com as finanças todas em dia e uma boa grana para poder curtir tudo o que a maturidade é capaz de proporcionar? Com certeza esse deve ser pelo menos um dos seus sonhos. O porém é que, assim como no mundo inteiro, o principal desafio das pessoas é planejar e investir para aposentadoria.

Isso porque todos os governos têm identificado um déficit nas previdências sociais. Afinal de contas, cada vez mais a população vem envelhecendo.

“Por isso, a perspectiva é ter menos pessoas ativas no mercado de trabalho e, consequentemente, poucos cidadãos para sustentar a previdência social”, comenta Alexandre Brito, gestor e sócio da Finacap Investimentos.

Comece a investir para aposentadoria hoje

Claro que a gente ainda não sabe o que o futuro nos reserva em relação a esse tema. Sobretudo, uma coisa é certa: não dá para ficar parado, vendo a banda passar, correto?

Então, está mais do que na hora de buscar investimentos para aposentadoria. E como você bem deve imaginar, o plano de previdência privada pode ser uma escolha interessante.

“Hoje em dia, esse tipo de produto teve uma redução importante das taxas cobradas, como as de carregamento, que praticamente sumiram. Mas também em relação aos valores de administração do ativo, que também estão em queda”, afirma Martin Iglesias, especialista líder em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco.

O poder na mão dos investidores

Só de pensar na redução das taxas cobradas já é um baita alívio. Mas as atuais vantagens do plano de previdência não param por aí.

De uns quatro anos para cá, mais ou menos, é possível escolher quais os ativos podem fazer parte do seu investimento para aposentadoria.

O plano de previdência deixou de ser algo, digamos, engessado, e passou a colocar nas mãos dos investidores o poder de escolha.

“Então, ele pode decidir se quer algo mais conversador, como uma renda fixa, por exemplo, ou algo mais arrojado, como fundo de ações. Também é possível optar por uma parte em ativos que investem no exterior e por aí vai. Tem um leque de opções”, afirma George Wachsmann, sócio-fundador e CIO da Vitreo.

Outro ponto bem interessante do plano de previdência envolve a chamada portabilidade. Ou seja, quando você tem um fundo de investimento e quer mudar de estratégia.

“Geralmente, quando o cliente opta por tomar essa iniciativa, a alíquota volta ao ponto de partida, ou seja, ao seu valor máximo. Mas na previdência isso não acontece. Você consegue migrar de um plano para outro mantendo a estrutura de tempo tributário”, comenta Iglesias.

Vale saber, também, que no plano de previdência é possível escolher quem serão os beneficiários em caso de morte. É o chamado tratamento sucessório.

“E tem mais: esse tipo de investimento não entra em inventário, por exemplo”, conta Wachsmann. E isso pode ser uma mão na roda, já que o investimento poderá ser usado em caso de emergência. 

Como é a tributação do plano de previdência

Além disso, no comparativo com outros investimentos de longo prazo, o plano de previdência também leva algumas vantagens.

A começar pelo fato desse produto não ter o sistema de come-cotas, mesmo que não tenha ocorrido resgates.

Sem esquecer do regime tributário, que é o que vai definir o percentual que será pago de Imposto de Renda quando houver a retirada do dinheiro do plano de previdência.

De acordo com Brito, o regime tributário pode ser progressivo ou regressivo. “O progressivo funciona assim: quanto mais você resgata ou converte em renda, maior será a alíquota de Imposto, que pode chegar até 27,5%”, explica o gestor.

Já o regressivo envolve o tempo de investimento. “É um regime que beneficia aquele que faz aplicação a longo prazo”, continua Brito. Portanto, funciona da seguinte forma:

PGBL ou VGBL: qual é o melhor?

Também é importante definir qual será a previdência escolhida entre os chamados Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

Na primeira opção, o dinheiro investido ainda não foi tributado. “O PGBL é mais indicado para clientes que fazem sua declaração de IRPF pelo modo completo, já que o produto tem o benefício de poder retirar até 12% do que iria pagar no Imposto de Renda e investir no recurso”, explica Brito.

Por outro lado, na hora de resgatar o plano de previdência no modelo PGBL, será necessário pagar o IRPF em cima de tudo que foi captado.

“Já no VGBL a tributação ocorrerá somente sobre o ganho de capital, e não sobre todo o recurso. Por isso, esse modelo é indicado para clientes que fazem declaração pelo modelo simples do Imposto de Renda (com o desconto padrão de 20% do IRPF)”, esclarece o gestor.

Assim sendo, essa é mais uma decisão que ficará ao critério do investidor.

Mas claro que na dúvida é sempre interessante buscar a ajuda de um especialista, que irá identificar o seu estilo de vida, objetivos etc, e assim, indicar o melhor caminho para investir para aposentadoria.

Quanto tempo deixar o dinheiro no plano de previdência?

E como a ideia é resgatar o dinheiro para curtir a maturidade com mais tranquilidade, o ideal é que o plano de previdência tenha um prazo de validade de, no mínimo, 7 a 10 anos.

Mas claro que quanto mais tempo você deixar o dinheiro rendendo neste tipo de aplicação, melhor para o seu futuro.

“Sem esquecer que quanto mais cedo a pessoa começar, mais fácil será para guardar uma determinada quantidade todos os meses. Afinal de contas, a ideia do produto é planejar e investir para aposentadoria”, reitera Martin Iglesias.

Cálculo para investir na aposentadoria

O especialista em investimentos ensina uma equação simples para saber quanto será necessário da sua renda para aplicar no fundo de previdência.

“É só pegar a sua idade e subtrair 15. Ou seja, se você tem 25 anos, precisará separar 10% para investir na aposentadoria. Já quem tem 30 anos, será necessário 15% da renda”, ensina.

Por esse motivo, o plano de previdência é considerado uma ótima alternativa para quem tem, no máximo, 50 anos de idade.

Afinal de contas, com essa faixa etária ainda dá tempo de planejar o futuro com equilíbrio e aproveitar tudo de melhor que a terceira idade, e a aposentadoria, podem proporcionar.