Quer fazer um intercâmbio? Gastos vão além de passagens e estudo

Gastos extras podem ser esquecidos, menos pelo seu bolso

Fazer um intercâmbio é o sonho de muita gente. Afinal de contas, é bastante enriquecedor passar 3, 6, 12 meses em um país diferente, estudando e aprendendo mais sobre a cultura do lugar. Mas, conseguir realizá-lo… Aí pode estar o problema. Até porque, intercâmbio custa dinheiro.

Mas não é para você se desesperar. Antes de pensar que tudo será muito caro e que nunca vai conseguir, você precisa se organizar minimamente. Para Bruno Musa, economista e sócio da Acqua Vero, “o mais importante na economia para um intercâmbio e para qualquer coisa na sua vida é se estruturar”.

Um bom começo precisa ser organizado

Portanto, antes de pensar em quanto dinheiro precisa separar, se é uma boa ideia investir e quanto será gasto com o intercâmbio, você precisa ter suas finanças do presente muito bem organizadas. Não adianta nada querer investir sem saber quanto você tem disponível.

É importante entender quais são suas fontes de renda e as fontes de saída. Analisando esses dois movimentos, você vai conseguir perceber, por exemplo, se tem algum gasto que é supérfluo, ou se dá para cortar.

Com isso, você consegue, também, perceber quanto é possível separar todo mês para investir no intercâmbio. Quanto mais cedo você fizer essa análise, mais tempo terá para seu dinheiro render. Mas calma que já já chegamos nessa parte.

Então, quando você tiver definido o local que quer passar uma temporada fazendo intercâmbio, é importante entender a variação da moeda para o país que você está indo. Isso porque, segundo Musa, você precisa estar atento para que, independente de onde vá, sua renda ainda será em real, ou seja, será preciso sempre fazer a conversão para saber exatamente quanto as coisas vão custar. 

Se estiver planejando fazer um curso de 6 meses de duração nos Estados Unidos, por exemplo, é preciso converter o valor de dólar para real. E isso vale para todos os gastos que você terá lá.

Sabendo quanto tempo você fará o intercâmbio, para onde você vai, quanto irá custar a moradia, a viagem até lá e o curso, é hora de calcular tudo e botar no papel para saber quanto, no mínimo, você precisa ter.

E isto é só o começo. Não podemos esquecer jamais de que outros gastos aparecerão ao longo do intercâmbio, e isto também precisa estar nos seus cálculos.

Gastos extras podem pesar

Os gastos extras, que geralmente esquecemos, são tão importantes quanto, e podem pesar muito no bolso.

Já parou para pensar que você vai precisar se alimentar 3 vezes por dia? E que pode querer comer coisas diferentes em lugares diferentes, em um restaurante ou lanchonete um pouco mais caro? 

E não só isso. Para se locomover pela cidade ou até mesmo pelos lugares ao redor de onde você estiver, será preciso comprar passagem. Para ir estudar, você vai conseguir ir a pé ou será preciso pagar pelo transporte diariamente? Se sim, quanto é o transporte onde você está indo?

Outro tópico importante que não pode ficar fora da sua lista de gastos é com a saúde. Nos Estados Unidos, por exemplo, o sistema de saúde é pago. Se acontecer alguma coisa, você vai precisar ter uma grana de emergência. 

Agora, sobre o lazer… Aqui depende muito de quanto você tem disponível e do quanto quer aproveitar sua viagem. O ideal é pesquisar o que você pode aproveitar na região que você vai, mas sempre dando brecha. Você pode ir para um barzinho, um show, um parque. Essas coisas são difíceis de prever, mas é importante saber que podem acontecer.

Caso você vá para uma região com um clima muito diferente do que você está, como no hemisfério norte, pode precisar comprar roupas. Esse gasto pode acontecer independente disso, mas, nesse caso, será necessário. 

Onde investir para o intercâmbio?

Desse modo, é de extrema importância colocar todos estes quesitos no papel para chegar a um valor que seja o mais realista possível. Feito isto, uma ótima dica para conseguir o montante necessário um pouco mais rapidamente tem nome: investimento.

Afinal de contas, investir pode ser uma boa opção se você tiver tempo e dinheiro. Nesse caso, a sugestão do especialista é investir em CDB e no Tesouro Selic, ou em algo que renda acima do CDI. Mas independentemente da escolha, é importante ser acompanhado por uma corretora para avaliar quais suas necessidades, disponibilidade e a melhor opção para seu caso específico, principalmente se você tiver uma grana a mais para investir e tempo.

De modo geral, é importante pensar em todas as variáveis e tentar ter ciência de que imprevistos podem acontecer e que esses gastos certamente virão.

Check list dos gastos de um intercâmbio

Agora que já detalhamos como você precisa se organizar para fazer um intercâmbio, separamos um check list com os gastos que você terá. É uma forma de não esquecer de nada o que irá consumir na hora de contabilizar tudo.

  1. Passagem aérea;
  2. Bagagem e roupas (inclusive, itens de frio, se você for passar o intercâmbio em uma cidade com baixas temperaturas);
  3. Livros para estudar;
  4. Curso de língua que for fazer no local ou qualquer estudo;
  5. Hospedagem;
  6. Transporte público dentro da cidade que você for ficar;
  7. Passagem para conhecer as cidades ao redor;
  8. Passeios turísticos ou city tours;
  9. Três refeições por dia (fora aqueles lanches mais diferentões que podem ser típicos de onde você for);
  10. Baladas e barzinhos (é importante entender qual será a sua frequência de idas para festas, que incluem a entrada e mais o que for consumir);
  11. Plano de saúde ou gastos no geral com saúde, incluindo remédios e visitas inesperadas ao médico (é importante ter uma reserva).

Colaboração: Daniel Navas