Você já deve ter lido aqui mesmo, na Inteligência Financeira, que 2022 será um ano volátil quando o assunto é investimentos. Mas, por que isso deve acontecer? “A volatilidade tem a ver com a variação de preços. É comum que ela seja associada a riscos e esteja presente em períodos de maior incerteza. Historicamente, anos eleitorais trazem mais volatilidade para inúmeros ativos. Além disso, têm outras coisas acontecendo que afetam os investidores brasileiros, como a retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos e o aumento de juros no Brasil. Tudo isso contribui para um cenário mais instável”, explica Gustavo Akamine, analista da Constância Investimentos.
Ou seja, se você investe na Bolsa e em ativos de renda variável, pode esperar por um ano com fortes emoções. Mas, a volatilidade por si só não é sinônimo de risco. É nela também que aparecem boas oportunidades de investimento. “É comum que todos os ativos sofram com essa variação, mesmo que eles não tenham tanto a ver com as mudanças de cenário. Muitas vezes o mercado cai como um todo, o que abre oportunidades para investir se você estiver disposto a manter sua estratégia por um período maior a ponto de normalizar esse risco”, explica Gustavo.
Ganhar dinheiro nesse cenário, portanto, significa entender que o sobe e desce do mercado financeiro faz parte do jogo, e que manter uma estratégia de longo prazo pode ser uma boa saída. “O mercado brasileiro está sendo muito penalizado em relação ao passado e a outros mercados e moedas. Nesse momento, acreditamos que os ativos estão desvalorizados. Portanto, as empresas brasileiras estão baratas. Para o investidor de longo prazo é um cenário interessante”, ressalta Gustavo.
No que você deve prestar atenção?
Alguns setores acabam se beneficiando deste período de volatilidade, despertando a atenção dos investidores. “Temos inúmeras empresas de commodities no Brasil que são exportadoras e, no período de depreciação do câmbio, elas tendem a se valorizar mais. É o que temos visto nas últimas semanas. Além disso, com juros mais altos, os bancos também se beneficiaram”, explica Gustavo.
Apesar das oportunidades, fica um alerta: investir em ativos mais arriscados requer conhecimento e informação. “É fundamental aprender mais sobre o tema, entender os riscos e que é possível ter ganhos expressivos, mas também perdas expressivas. É importante também reservar uma parcela de dinheiro que não vai fazer falta. A dica é olhar para um horizonte que ultrapasse os riscos atuais”, ressalta o assessor.