Como proteger seu patrimônio da volatilidade do mercado?

Ações, renda fixa, criptomoedas e fundos imobiliários: saiba como diminuir os riscos ao investir
Pontos-chave:
  • A renda fixa funciona como uma proteção, mas evite os títulos prefixados
  • Ações de empresas com receitas dolarizadas ou de commodities podem ser uma boa saída
  • Os fundos do agronegócio vêm se destacando como uma boa alternativa de investimento

Em um ano volátil como 2022, proteger seu patrimônio e tomar cuidados redobrados nos investimentos se tornou ainda mais importante. O momento pede cautela, mas é possível, sim, ter bons retornos tanto na renda fixa, quanto na variável. Separamos abaixo algumas dicas para você proteger seu patrimônio:

Renda fixa: esqueça os prefixados

No ano passado, a renda fixa atraiu muitos investidores. Neste ano, não deve ser diferente. “Estamos em um bom momento para investir em renda fixa. Temos taxas de juros subindo para conter a inflação, que também não pára de subir. É uma época adequada para aumentar o investimento nos títulos atrelados a indicadores como Selic e IPCA”, ressalta Tarcísio Duarte, assessor de investimentos e sócio da Philos Invest. Segundo ele, o investimento em renda fixa funciona como uma proteção. O risco, nesse caso, é apostar em títulos prefixados e acabar ganhando menos no futuro. “Se você tem uma exposição alta em renda variável, é o momento de revisar a carteira e diminuir os riscos”. 

Ações: prefira as de empresas que se beneficiam com a alta dos juros

Quando o assunto é investimento em ações, Tarcísio destaca: “Analisando os indicadores, vemos que a Bolsa brasileira está barata, e pode continuar caindo. Acho que vamos manter esse patamar de incerteza, principalmente em um ano de eleições. A inflação continua subindo, o Banco Central aumentando a taxa de juros e, consequentemente, isso piora o valuation das empresas listadas, que perdem valor no mercado. Enquanto a inflação não parar de subir, não devemos ter um respiro na Bolsa”. Para se proteger, segundo ele, além de ter uma boa parcela dos investimentos em renda fixa, é importante escolher empresas que se beneficiam com o aumento de juros. “Empresas com receitas dolarizadas ou de commodities podem ser uma saída”, ressalta o assessor.

Criptomoedas: escolha as já consolidadas

Os criptoativos continuam sendo os ativos de mais alto risco. “Eles ainda são novos no mercado. O que vem acontecendo é que surgem muitas moedas todos os dias. E isso é um risco grande. Você precisa escolher com muito cuidado uma delas para investir. Para se proteger, é importante buscar moedas mais negociadas, com histórico de negociação mais consolidado. Fuja de criptomoedas muito recentes e com market cap baixo, ou seja, as com menor valor de mercado”, diz Tarcísio. Por ser um ativo de risco, o ideal é manter uma parcela menor da carteira investida em cripto. 

Fundos imobiliários: foco nos ativos de papel

Desde de 2020, por conta do aumento do IGPM, da vacância dos imóveis e de outros fatores, os fundos imobiliários vem caindo. A desvalorização é grande, mas, ainda assim, você pode encontrar boas oportunidades no mercado. “A recomendação é escolher ativos que dependem menos de uma taxa de locação alta, como acontece em shopping e logística, e olhar mais para os ativos de papel. Uma opção que tem se destacado é o Fiagro. O agronegócio é o grande responsável pelo nosso PIB, e investir nesse mercado é sempre positivo”, ressalta Tarcísio.