Pensando em proteger sua carteira de ações? Então olhe para estes 5 setores

Estrategista destaca os segmentos para você diversificar seu portfólio
Pontos-chave:
  • A ideia é se proteger em momentos de crise e conseguir ter ganhos consistentes a longo prazo

A diversificação de setores está entre as principais dicas dos especialistas quando o assunto é montar uma carteira de ações. Por quê? Para equilibrar riscos e aumentar o potencial de valorização no prazo definido pelo investidor, aponta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

“Não é aconselhável ficar dependente de um único ramo de negócio. A história brasileira mostra que os setores oscilam de tendência. Alguns crescem acompanhando um determinado ciclo econômico, enquanto outros podem se beneficiar em um outro tipo de cenário”, diz. “Mas se a pessoa diversificar bem, ela pode se proteger em momentos de crise e conseguir ter ganhos mais consistentes a longo prazo”, acrescenta.

E quais seriam os cinco setores dentro da Bolsa de Valores brasileira, a B3, essenciais para o investidor ter no radar? O especialista destaca o financeiro, a mineração, o agronegócio, a saúde e os shoppings. Veja a seguir os motivos:

Financeiro

“A gente entende que o Brasil repetidamente mostra que tem uma taxa de juros de longo prazo alta comparada a outros países, o que favorece os bancos. Entre eles, Bradesco (BBDC3; BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) se mostram muito sólidos. Além disso, é um setor com ações que são boas pagadoras de dividendos, com instituições que têm possibilidades de inovar, por mais que as fintechs tenham ganhado terreno. O Banco do Brasil (BBAS3) também é uma empresa para ficar atento. Por mais que seja mais vulnerável a um comando político, o banco consegue sim ser bem rentável quando foca em seu nicho de atuação.”

Mineração

“Tem vantagens bem interessantes para o investidor se apoiar para o longo prazo, com nomes relevantes como Vale e Gerdau, que tem grandes consumidores externos. A bolsa brasileira oscila mais que as demais, o mercado brasileiro vive um momento de volatilidade bem acima do normal, e isso tira um pouco aquela confiança de que você consegue dormir tranquilo tento na carteira apenas empresas que dependem 100% do mercado local. Quando você tem grandes compradores como a China, que é um dos principais clientes das nossas mineradoras, você tem uma certeza que elas podem crescer em ritmo consistente por um bom período. Acredito que o setor de mineração vai continuar sendo um dos destaques da bolsa nos próximos anos.”

Agronegócio

“O agro está cada vez mais conectado com a tecnologia e com o mercado financeiro. Algo que não acontecia tanto nas gerações passadas. Essa evolução, de uma forma geral, traz ganhos de produtividade, faz com que as empresas do setor escalem rapidamente e ganhem patamares ainda maiores. Obviamente, traz um retorno para acionista a longo prazo bem interessante. Entre as listadas na Bolsa, a Jalles Machado dá sinais que tende a ser uma das maiores adiante. Minerva é um outro nome importante em termos de frigoríficos.”

Saúde

“A população brasileira, assim como a mundial, está vivendo mais. Ou seja, o aumento da expectativa vai demandar mais serviços de saúde e de qualidade de vida. Essa realidade abre oportunidades para o crescimento das empresas que já estão listadas na Bolsa, como a Rede D’or e a Hapvida, assim como outras que podem abrir capital nos próximos anos.”

Shoppings

“Os shoppings fazem parte de um setor que aqui no Brasil é muito forte e redondo. Eless se consolidaram em grandes metrópoles, têm um público-alvo bem definido, o que muitas vezes facilita a sustentabilidade deles a longo prazo, mesmo com competição do e-commerce. A gente ainda vê um potencial de crescimento grande. Você vê JHSF, Iguatemi e Multiplan, que são papéis bem interessantes. O Brasil também é um país com a violência elevada e o shopping acaba entrando como um estabelecimento considerado seguro. A JHSF, por exemplo, tem um negócio bem focado no público com renda bem elevada. Historicamente, o luxo não é tão impactado por momentos de crise. Ou seja, estar focado em empresas que atendem esse público acaba desviando ou defendendo o investidor em momentos mais adversos. Então esse setor tende a ter também bons anos adiante de solidez, de expansão. É bem tranquilo, bem sustentável e bem interessante para o acionista.”

Colaborou Henrique Silva