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Quer investir no futuro? Então aplique no ativo que nunca desvaloriza: o estudo
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O ensino ainda é seu melhor ativo: a média salarial do formado sobe 135%
Você sabia que em agosto, no dia 11, é comemorado no Brasil o Dia do Estudante? A data existe desde 1927, e foi criada para celebrar os cem anos da concepção das duas primeiras faculdades do Brasil: a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco, e a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, em São Paulo.
Em 1827, as duas universidades haviam sido montadas com autorização do imperador Dom Pedro I. A partir daí, grande parte dos brasileiros responsáveis por apresentar a nossa história, transformar o Brasil, entre outros feitos intelectuais, tiveram suas formações nessas instituições de ensino.
Estudar é o melhor investimento
Com essa breve história, deu para ter ainda mais certeza do que Benjamin Franklin, que é até hoje um grande nome da ciência e da política, resumiu sobre o ato de estudar: “an investment in knowledge pays the best interest”, ou em tradução livre, ‘o investimento no conhecimento paga o melhor juros’.
Para Emerson Wesley, coordenador de ciências contábeis da Faculdade FIPECAFI, em São Paulo, e autor do livro ‘Finanças Comportamentais: desejos, tentações e felicidade’ (Ed. Intersaberes), o pensador norte-americano citou essa frase, porque o estudo vai sempre render frutos.
“Primeiro: ninguém tira o conhecimento de você. Segundo, que estudar é a base para novos aprendizados. Você não consegue escrever um texto, se antes não souber o que são palavras. E você não consegue formar palavras, se antes não conhecer as letras. O conhecimento é como uma escada, quanto mais se tem, mais alto se consegue chegar e isso não tem a ver com dinheiro, status, poder, nada disso. Tem a ver com a capacidade humana de expandir sua visão de mundo, o que por si só, já vale a pena”, explica.
Mais conhecimento, mais renda
Um outro ponto importante quando a gente fala em estudo é que o aumento da escolaridade entre a população gera uma redução no trabalho informal, e claro, traz indiretamente como consequência algo que todo o cidadão quer: mais dinheiro no bolso.
“A melhor forma de você aumentar a sua renda é ter um diploma de ensino superior. Na média mundial, por exemplo, quem tem uma graduação ganha 40% a mais de salário. Já no Brasil, a média salarial do formado sobe 135%. É muito maior do que no resto do mundo”, conta Caroline Schulz, Co-CEO da Movva, startup de soluções de comunicação inteligente para engajamento educacional.
Qual a importância de ter educação financeira?
Estudar vai muito além de matérias como ciências, gramática, história, geografia ou matemática. É ideal que outras áreas também entrem na grade curricular, como a educação financeira.
Afinal de contas, conhecer sobre finanças é uma evolução natural do aprendizado humano sobre nossa relação com dinheiro.
“Educação financeira é uma forma de encontrar uma coexistência pacífica com o dinheiro, com nosso comportamento diante dele, porque para muita coisa na vida, iremos lidar com o dinheiro”, conta Wesley.
E não saber se relacionar com finanças é de certa forma desperdiçar seu esforço de trabalho.
“Temos que aprender a lidar com dinheiro e poupar para nossas metas, principalmente para nosso futuro, onde talvez não tenhamos mais a mesma vitalidade e empenho do que quando somos mais novos”, alerta Elle Braude, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar).
Por isso, é importante que a educação financeira comece ainda nos primeiros anos de vida.
Afinal de contas, ao ensinar finanças para as crianças, é possível fazer com que os pequenos desenvolvam bons hábitos para o futuro.
E isso irá facilitar a vida deles quando adultos, já que mudar comportamentos não é uma tarefa simples quando somos mais velhos.
“É importante ter um orçamento equilibrado, pensando não somente em escolhas do presente, mas também em escolhas futuras”, afirma Elle.
Novos modelos de estudos
Hoje em dia, aprender finanças pessoais, assim como qualquer outro tipo de estudo, não precisa, necessariamente, de um livro – seja ela digital ou em papel. Existem novos meios para que a educação chegue até você.
“O que os novos modelos de estudos podem oferecer, se tiverem um bom conteúdo, é a flexibilidade de horários e de acessos. Afinal de contas, eu posso estudar dentro de um ônibus, fazendo uma caminhada, ou indo ao supermercado, por exemplo. E isso é inegavelmente uma grande contribuição”, acredita Wesley.
Um ótimo exemplo desses formatos atualizados de educação é a “gamificação”, termo que vem da palavra “game”.
“Ao usar os jogos virtuais na educação, a gente, de alguma forma, reforça a aprendizagem e cria trilhas de aprendizagem, onde o aluno vai ganhando ponto conforme ele anda. Então, o aluno de certa forma não percebe que está aprendendo, está meio que competindo, mas, ao mesmo tempo, está aprendendo”, explica Caroline.
Tutorais para estudar
E ainda dentro do mundo da tecnologia, muitas pessoas vêm utilizando de plataformas como YouTube para aprender por meio de vídeos, principalmente os tutoriais.
E há também videocast e podcasts. Ou seja: alternativa de ensino é o que não falta.
Para Emerson Wesley, na hora de usar essa ferramenta para o aprendizado, o que precisa ser levado como prioridade é o conteúdo, independentemente da forma como esse material é produzido.
“O meu conselho é, se você gosta de vídeos tutoriais, por exemplo, descubra quem são as pessoas que produzem o melhor conteúdo, não necessariamente o mais divertido. Mas claro que se você encontrar um material bem humorado e com um ótimo conteúdo, pode apertar o play com vontade”, afirma.
Qual é a influência das redes sociais nos estudantes?
As redes sociais podem ser consideradas ótimas plataformas para absorver conteúdo, mas é necessário ficar de olho no tipo de conteúdo.
“Um perigo das redes sociais é que estudos mostram que a grande maioria das pessoas, quando se conecta numa rede social, o faz por entretenimento, não para estudos. E mesmo quando a pessoa se integra com a intenção do aprendizado, as mídias sociais são espaços abertos para o desvio de foco e atenção. Por isso, é importante ter consciência e cuidado ao usá-las”, alerta Wesley.
Jogos como forma de aprendizado
Sabia que o poker, o xadrez, as palavras cruzadas, o RPG, entre outros jogos de estratégia, podem também te ajudar a melhorar os estudos?
O que acontece é que esse tipo de desafio trabalha certas áreas do nosso cérebro que são responsáveis pela capacidade analítica, o raciocínio lógico e a tomada de decisões.
E vamos combinar: esses campos cerebrais são exatamente aqueles que mais precisamos na hora de mexer com as finanças, não é mesmo? Por isso, pode jogar sem medo de ser feliz.
E mais: use e abuse desses novos modelos de estudo para investir nesse bem tão precioso que é a educação. “A lógica é que para esse aluno aprender, você precisa mantê-lo engajado e a tecnologia passa a ser uma ótima ferramenta para você fazer isso”, afirma Caroline Schulz.
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