Nasce o primeiro ETF que paga dividendos do Brasil

Parceria entre Nubank e B3 segue o índice Bovespa Smart Dividendos B3

Em parceria com a B3, o Nubank está lançando o primeiro ETF que paga dividendos do país. O nome do investimento é Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11). O novo produto foi lançado nesta quinta-feira (28), junto com outro ETF, o Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11). A principal diferença entre eles é que os dividendos do NSDV11 não são distribuídos aos cotistas, mas reinvestidos no próprio fundo, como já acontece com os ETFs do mercado brasileiro.

Os dois ETFs têm como referência o índice Bovespa Smart Dividendos B3, que nasceu de uma parceria entre Nubank e B3. Por isso, qualquer pessoa pode aplicar, mas é preciso atentar ao perfil de investidor.

Como funcionam os ETFs?

ETF é a sigla em inglês para exchange traded fund, que pode ser traduzido para algo como fundo negociado em bolsa. Dessa forma, o fundo de investimento que tem como referência algum índice, como o Ibovespa ou o Índice Brasil-100. 

Então, os ETFs funcionam como cestas cheias de ações, em que estas cestas copiam a carteira de um índice – como o Ibovespa, que reúne os papéis mais negociados da B3.

Índice mostra as empresas que mais pagam dividendos

A parceria entre Nubank e B3 criou o Índice Bovespa Smart Dividendos B3, um índice smart beta. O foco é selecionar empresas pagadoras de dividendos do Ibovespa.

No mercado financeiro, smart beta é o nome deum índice criado a partir de outro índice. O Ibovespa Smart Dividendos B3 é o primeiro derivado do Ibovespa.

O novo índice terá uma seleção inteligente de empresas que fazem parte do Ibovespa e que pagam dividendos aos acionistas de forma recorrente. As ações dessas companhias vão compor os novos ETFs do Nubank.

Cenário de ETFs…

…. no mundo…

O volume investido em ETFs no mundo cresceu 20% ao ano nas últimas duas décadas e, até julho de 2023, haviam cerca de US$ 10,6 trilhões investidos neste mercado, segundo dados da ETFGI, plataforma independente de pesquisa e consultoria em ETFs. 

… e no Brasil

Apenas no Brasil, o volume investido em ETFs foi de R$ 44,9 bilhões em agosto de 2023, de acordo com dados da B3 (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). 

Critério leva em conta o dividend yield de seis anos para cá

Para selecionar as empresas, os gestores calcularam o dividend yield em seis anos. Esse indicador mostra quanto uma companhia distribui de dividendos em relação ao preço das suas ações. 

Além disso, a ordem vai do maior para o menor dividend yield. Os ativos que irão compor o Ibovespa Smart Dividendos B3 são os primeiros 25% dessa lista.

Além da recorrência de pagamento de dividendos, foram analisadas as empresas que pagaram os maiores valores nos últimos seis anos.

Rebalanceamento é quando a B3 reavalia as empresas que formam o índice Ibovespa para fazer alterações da carteira, se achar necessário.

Imposto de Renda do NDIV11 e do NSDV11

O Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11) e o Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11) são dois ETFs que têm como referência o índice Bovespa Smart Dividendos B3.

Enquanto o primeiro distribui dividendos aos acionistas, o segundo prefere reinvestir os valores no próprio fundo. 

É possível investir nos dois ETFs a partir de R$ 100, valor de uma cota. Cada um têm taxa de administração de 0,5% ao ano, sem cobrança de taxa de performance. 

Já o Imposto de Renda cai no momento da venda. A alíquota que incide sobre esse tipo de investimento é de 15% sobre o ganho líquido. No caso dos dividendos que são distribuídos, a tributação cai na fonte e é de 15% sobre o valor pago aos cotistas. Ou seja, os investidores recebem os dividendos já descontados do imposto. Ambos os ETFs têm liquidez de dois dias úteis.