Com juros ainda altos, investidores vão para renda fixa

Destaque foram as LCAs, que dispararam em número de CPF e volume investido

Confira a carteira ideal, segundo analistas do mercado - Ilustração: Inteligência Financeira
Confira a carteira ideal, segundo analistas do mercado - Ilustração: Inteligência Financeira

A disparada da Selic – que passou de 2% no início de 2021 para os atuais 13,75% – segue impulsionando a entrada de investidores pessoa física na renda fixa, segundo dados antecipados ao g1 pela B3.

A renda fixa costuma se tornar mais atraente para os investidores em momentos de juros elevados, em especial os investimentos atrelados à própria Selic.

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No segundo trimestre deste ano, a renda fixa chegou a 11,9 milhões de investidores pessoa física, alta de 27% em relação ao mesmo período de 2021.

O valor em custódia também disparou: com um crescimento de 48% na mesma comparação, atingiu R$ 1,325 trilhão.

O saldo mediano por investidor, no entanto, teve queda: recuou de R$ 8,4 mil para R$ 8 mil (-5%).

Renda variável segue atrativa

Os dados da B3, no entanto, mostram que os investidores não saíram da renda variável: o número de investidores pessoa física cresceu 40% na comparação entre os primeiros trimestres de 2021 e 2022, para 4,4 milhões.

Mas o valor em custódia levou um tombo de 17%, para R$ 453 bilhões – pouco mais de um terço da renda fixa.

Segundo aponta o estudo feito pela bolsa, o investidor tendeu a manter suas posições em renda variável, buscando diversificar seus investimentos.

“Mais informados, eles têm preferido manter um portfólio diversificado, combinando ativos de renda fixa e renda variável, de olho no longo prazo”, afirma em nota Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3.

O levantamento da bolsa mostra que a diversificação das carteiras das pessoas físicas vem crescendo: em 2016, 75% desses investidores detinham somente ações; em 2022, essa fatia caiu para 33%.

Onde as pessoas estão investindo

Entre os produtos de renda fixa, a quantidade de investidores do Tesouro Direto cresceu 29% na comparação entre primeiros trimestres, para 2 milhões.

O valor total em custódia subiu 30% – mas o saldo mediano (saldo por CPF) caiu 3%, para R$ 2,4 mil.

Houve altas expressivas também nos números de investidores em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), de 20%; Certificados de Operações Estruturadas (COEs), de 34%; e de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), de 39%.

“Mas os grandes destaques foram as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), que dispararam 111% na quantidade de CPFs e 104% no volume investido”, apontou a B3.

Número de investidores em BDR disparou 422%

Para quem busca a renda variável, no entanto (considerada um investimento de risco maior), os BDRs têm se mostrado atrativos.

Esses papeis, que são recibos de ações de empresas estrangeiras que podem ser adquiridos no Brasil, passaram de 299 mil para 1,6 milhão de investidores em 12 meses – um crescimento de 422% frente a um ano antes.

Na mesma comparação, o valor em custódia subiu 21%, para R$ 6,7 bilhões. Mas o saldo mediano investido levou um tombo: passou de R$ 1,9 mil para R$ 71.

De acordo com a B3, os BDRs com mais investidores pessoa física são (em ordem alfabética):

  • Apple
  • Amazon
  • Walt Disney
  • Alphabet (Google)
  • Inter & Co
  • Meta (Facebook)
  • Mercado Livre
  • Nubank
  • Tesla
  • XP
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