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LCI ou CDB: qual investimento rende mais?
O ano está acabando, e que tal começar a pensar nos investimentos de 2024? Para quem quer abandonar a poupança, mas ainda não se sente seguro para sair da renda fixa, LCI ou CDB são opções interessantes. Quer conhecer mais esses produtos? A seguir, confira as semelhanças e diferenças entre os dois para que você decida qual é o melhor para as suas necessidades.
O que é um CDB?
Os CDBs, ou Certificados de Depósitos Bancários, são títulos de renda fixa emitidos exclusivamente por bancos. Assim, na prática, ao investir em um CDB você está emprestando dinheiro ao banco que, em troca, te paga um prêmio no fim do investimento (vencimento do título).
Os CDBs mais conhecidos são os de liquidez diária, títulos que permitem o resgate imediato dos recursos. Na média, esse produto rende em torno de 100% do CDI – portanto, cerca de 11,65% ao ano (entenda como o CDI e taxa DI impactam seus investimentos). Lembrando, no entanto, que essa é a taxa de rendimento bruto, antes do desconto do Imposto de Renda.
Títulos de prazos mais longos ou emitidos por instituições menores oferecem taxas maiores. Importante reforçar que, embora títulos mais longos paguem taxas melhores, eles não são indicados para quem precisa de liquidez diária (disponibilidade imediata dos recursos).
O que é uma LCI?
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um investimento de renda fixa emitido por instituições que financiam empreendimentos e atividades do setor imobiliário.
A dinâmica da LCI se parece muito com a de outros tipos de investimentos de renda fixa. Nesse sentido, você oferece um empréstimo a uma instituição, disponibilizando hoje esse dinheiro para ela, e em troca ganha um retorno maior lá na frente.
Na hora da compra do título, você já saberá os prazos e a rentabilidade. A grande diferença em relação a outros investimentos é que o emissor do título deve direcionar esse dinheiro para o setor imobiliário.
Em resumo, é como se você estivesse contribuindo para o desenvolvimento do país por meio do setor imobiliário brasileiro, que é de extrema importância para o PIB.
LCI x LCA
Pensando em diversificar os investimentos, a LCA também é opção com características muito semelhantes à LCI. Se, de um lado, a LCI financia imóveis, a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), por outro, foca no agronegócio.
Em resumo, a LCA é um ativo de renda fixa que direciona os valores captados dos investidores para financiar o agronegócio, auxiliando produtores rurais a comprar equipamentos e matéria-prima. Assim como a LCI, é isenta de IR.
Quais são os tipos de remuneração do CDB e da LCI?
Há três tipos de remuneração para os CDBs e as LCIs. Esmiuçamos cada uma delas abaixo:
Prefixada
Primeiramente, temos a remuneração prefixada. Um CDB ou LCI prefixado tem uma taxa fixa de retorno contratada no momento da compra. Dessa forma, você sabe exatamente quanto o dinheiro vai render até o fim da aplicação.
Se você considera que os juros estão altos e em breve vão cair, comprar prefixados pode ser uma boa estratégia. Isso porque o rendimento é calculado considerando a taxa atual de juros e pode continuar rendendo bem mesmo depois que a Selic cair.
Pós-fixada
Por outro lado, nos ativos pós-fixados a rentabilidade é atrelada a algum indicador, como o CDI ou o IPCA. O rendimento aqui varia de acordo com fatores econômicos.
Se a inflação está subindo e você quer se proteger, pode ser interessante comprar um CDB ou LCI atrelado ao IPCA. Se a Selic está alta e você quer aproveitar o bom momento para a renda fixa, vale optar por ativos atrelados ao CDI, que acompanha de perto a variação da Selic. (Com a taxa básica de juros a 11,75%, um investimento que rende 100% do CDI hoje equivale a 11,65% ao ano.)
Híbrida
Há também os ativos híbridos, que pagam um percentual fixo e o outro atrelado a um indicador (CDI ou IPCA).
Afinal, qual rende mais: CDB ou LCI?
Não é possível afirmar que os CDBs rendem mais que as LCIs, ou vice-versa. É preciso analisar produto por produto e entender qual mais tem a ver com as suas necessidades. Há bons CDBs e boas LCIs, assim como títulos que podem ser uma furada para o investidor.
Impostos
A principal diferença entre CDBs e LCIs é a incidência de impostos. Enquanto os CDBs estão sujeitos a Imposto de Renda (IR) e IOF (Impostos sobre Operações Financeiras), as LCIs são isentas de qualquer tipo de tributação.
O IOF em CDBs só incide sobre aplicações que duram menos de 30 dias. Após esse período, o imposto é zerado. A taxa é regressiva, o que significa que quanto mais cedo você tirar seu dinheiro do CDB dentro de 30 dias, mais IOF vai pagar.
No caso do IR, há cobrança do imposto mesmo se você carregar o título até o vencimento. A tabela também é regressiva, começando em 22,5% para quem vende o ativo em menos de 180 dias. Entre 181 e 360 dias, a alíquota de IR é de 20%; entre 361 e 720 dias é de 17,5%; e em aplicações que superam os 720 dias, é de 15% de Imposto de Renda.
As LCIs não estão sujeitas à cobrança de impostos porque o setor imobiliário é visto como estratégico pelo governo. O Estado decide não taxar esse investimento para fomentar o desenvolvimento do setor.
Liquidez: ponto para os CDBs
Quando o assunto é liquidez, a vantagem fica com os CDBs. Isso porque as LCIs são consideradas ativos de baixa liquidez, ou seja, é mais difícil vender esses títulos antes do vencimento caso o investidor precise.
Grande parte das LCIs só pode ser resgatada no vencimento. Algumas passam a ter liquidez diária depois de um período determinado, mas, mesmo assim, pode ser difícil encontrar compradores para tirar o título da carteira.
Prazos de investimento
Na hora de definir em qual LCI ou CDB investir, é importante ter em mente que esse tipo de título tem diferentes prazos de vencimento. Há os CDBs que permitem a retirada diária (com liquidez) e os títulos com longos prazos para aplicação.
Em geral, os investimentos de longo prazo oferecem taxas melhores para o investidor. Entretanto, é preciso ficar atento com a contrapartida, que significa deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, ou seja, você não poderá contar com esse dinheiro tão cedo.
Outro fator que faz as taxas serem maiores é o perfil da instituição que emite o LCI ou CDB. Instituições financeiras menores ou com maior risco de crédito geralmente precisam oferecer taxas maiores para conseguirem obter financiamento. Em resumo, estamos falando de maior risco para o investidor.
Segurança
Os dois tipos de aplicação são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) . O risco que o investidor corre é de falência da instituição financeira que emitiu o título, mas o FGC protege os investimentos de até R$ 250 mil e devolve o valor aplicado.
Quanto rendem R$ 100 mil em LCI ou CDB?
Para fins de comparação, confira quanto renderiam R$ 100 mil em uma LCI que paga 90% do CDI (baixa liquidez, mas isento de IR), um CDB que paga 100% do CDI (com liquidez diária) e um CDB que paga 120% do CDI (sem liquidez, para investimentos de cerca de três anos). Além disso, compare os valores com os proventos da poupança.
Quanto rende R$ 100 mil? | 6 meses | 1 ano | 2 anos | 5 anos |
LCI 90% CDI | R$ 105.261,58 | R$ 110.800 | R$ 118.110,32 | R$ 144.567,33 |
CDB 100% do CDI | R$ 104.690,02 | R$ 109.900 | R$ 117.064,67 | R$ 141.736,03 |
CDB 120% do CDI | R$ 105.603,03 | R$ 111.880 | R$ 120.638,84 | R$ 151.547,35 |
Poupança | R$ 103.557,46 | R$ 107,241,47 | R$ 112.720,69 | R$ 134.899,11 |
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