LC, LCA e LCI: o que são, como funcionam e como investir nas letras de renda fixa

Modalidades de investimento têm risco mais baixo e retorno previsível

Ativos de renda fixa costumam ser os preferidos dos investidores mais conservadores, mas também têm valor na estratégia de balancear riscos de uma carteira mais arrojada. Eles têm risco mais baixo, no entanto, o retorno é mais previsível. Em alguns casos, sabe-se com exatidão qual será o rendimento ao final do período; em outros, tem-se uma ideia da trajetória do indicador ao qual o título é atrelado. 

Entre as principais opções de renda fixa estão os CDBs e os títulos do Tesouro, além das chamadas “letras”: Letra de Câmbio (LC), Letra do Crédito do Agronegócio (LCA) e Letra de Crédito Imobiliário (LCI). 

Aqui você aprende mais sobre cada uma delas e como elas podem fazer parte da sua estratégia de investimento. 

O que é LC?

A Letra de Câmbio (LC) é uma forma de captação de recursos utilizada por empresas de crédito. Ao adquirir uma LC, o investidor empresta dinheiro à companhia emissora. Essa, por sua vez, paga o empréstimo com uma taxa de rentabilidade no vencimento do título, quando o investidor poderá resgatar o dinheiro investido e os rendimentos do período. 

Há três tipos de LC disponíveis para o investidor: 

  • LC prefixada é aquela cuja rentabilidade corresponde a uma taxa definida no momento da compra do título (8% ao ano, por exemplo). Nesse caso, é possível calcular com precisão qual será o lucro no dia do vencimento.   
  • LC pós-fixada tem taxa de rentabilidade atrelada a um índice econômico, como o IPCA. Ao adquirir um título dessa modalidade, o investidor tem uma ideia do lucro, mas não pode calculá-lo com exatidão. Isso porque o indexador pode variar até a data de vencimento do título – lembrando que as letras são investimentos de longo prazo, de períodos superiores a um ano. 

Exemplos de indexadores econômicos são a taxa DI, ligada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), sistema de empréstimo mútuo entre bancos, e a taxa básica de juros do país Selic

  • LC híbrida combina uma taxa acordada no instante da aquisição do título e outra atrelada a um indexador econômico. Ou seja, sendo um dos mais comuns o IPCA, índice oficial da inflação. Um título que oferece uma taxa fixa além do IPCA é um investimento para se proteger da perda de poder de compra causada pela inflação. 

Como funciona a LCA?   

A Letra do Crédito do Agronegócio (LCA), como o próprio nome já diz, é uma captação de recursos destinada a empreendimentos do setor do agronegócio. Diferentemente da LC, emitida por empresas de crédito, os emissores de LCA são os bancos. 

Assim como no caso das LCs, há LCA prefixada, LCA pós-fixada – em que a taxa DI também é um dos indexadores mais comuns – e LCA híbrida.    

Como investir em LCI? 

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é idêntica à LCA, com a diferença de destinar recursos a empreendimentos do setor imobiliário. Assim como acontece com LC e LCA, há LCI prefixado, pós-fixado e híbrido.  

Garantias e tributos que o investidor precisa conhecer

Todas as letras contam com cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso significa que, em caso de quebra dos bancos ou empresas emissoras de títulos, cada investidor tem direito a indenização de até R$ 250 mil, pagos pelo FGC, instituição de proteção a acionistas

Uma das grandes vantagens de LCA e LCI está na isenção de Imposto de Renda. Embora tais tipos de investimento devam ser declarados, não há pagamento de alíquota. As letras devem ser colocadas na seção “Bens e Direitos” dentro do programa de declaração de Imposto de Renda da Receita Federal e o rendimento do ano fiscal é preenchido em “Rendimentos isentos e não tributáveis”. 

Já investidores de LC estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda. A alíquota é regressiva dependendo da permanência do título na carteira:

  • Alíquota de 22,5% para até 180 dias;
  • 20% de 181 a 360 dias;
  • 17,5% de 361 a 720 dias;
  • 15% para mais de 721 dias.

Perfil do investidor

Em geral, o investimento em letras requer prazos maiores de aplicação até o resgate. Por isso, não são opções adequadas para investir uma reserva de emergência, de que a pessoa pode precisar a qualquer momento.

Os retornos são maiores à medida que o prazo aumenta, mas podem ser tidos como modestos frente a outras opções com maior risco – especialmente num cenário com taxas de juros mais baixas. Por isso, perfis mais conservadores buscam elas, ou seja, possuem menos tolerância a risco.