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Com alta da Selic, 2025 ‘vai ser muito bom para quem tem dinheiro na renda fixa’, diz especialista
Com a perspectiva de juros em 15% ao ano, qual a produto de renda fixa traz os melhores retornos?
A escalada da taxa de juros Selic sinalizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) vai certamente frear a economia e complicar a vida dos empresários. Mas vai gerar perspectiva positiva para o investidor de renda fixa para todo o ano de 2025. Essa é a opinião do estrategista em renda fixa do Itaú BBA, Lucas Queiroz.
Para ele, após o comunicado que acompanhou a reunião dos diretores do Banco Central (BC) na última quarta-feira (11), ficou claro que a Selic pode chegar a 15% no ano que vem. Essa alta, inclusive, já está no preço dos ativos do mercado financeiro. E quem tem dinheiro para aplicar, vai se beneficiar de um período de retornos fortes dentro da renda fixa.
“O ano vai ser difícil para o empresário? Acho que vai ser desafiador. Para a empresa em si? Vai ser bastante desafiador. Para o investidor, não. O ano vai ser muito bom para quem tem dinheiro para investir”, disse ele.
Queiroz falou sobre o cenário de investimento durante debate nesta quarta-feira com a especialista em recomendações e portfólio do Itaú Unibanco, Camila Fioravante. O programa foi mediado por Renato Jakitas, repórter especial da Inteligência Financeira e apresentador do podcast PodInvestir.
Para Lucas Queiroz, com a alta esperada da Selic para algo em torno de 15%, o investidor já consegue neste momento travar no mercado retornos com IPCA+ 8%. É o caso por exemplo das NTN-Bs negociadas no site do Tesouro Direto. “Mesmo o prefixado, você consegue travar um rendimento a 14%”, comentou.
No curto prazo, tanto Queiroz quanto Camila Fioravante, especialista em recomendações, afirmam que os investimentos de renda fixa mais conservadores, os pós fixados atrelados ao CDI são as barbadas de 2025.
“A gente tem um cenário em que o Banco Central vai ter que se mostrar mais duro. Porque ele tem que tomar as expectativas de inflação. Nesse tipo de cenário, o Banco Central coloca a taxa de juros num nível bastante acima do que vai ser o nível de equilíbrio de longo prazo. E é por essa razão que investimentos atrelados à taxa Selic rendem muito mais do que os outros nesse período”, explicou Queiroz.
Mas não é por isso que o investidor deve se contentar apenas com os aportes em títulos de Tesouro Selic. Para Camila Fioravante, entre o pós fixado em juros e a opção em inflação (IPCA+), o investidor acerta ao apostar nos dois.
“A gente entende que tanto o Tesouro Selic, quanto uma NTN-B, um Tesouro IPCA+, ambos são relevantes e deveriam compor a carteira”, afirma Fioravante.
Ela conta que o mercado espera por uma tendência de alta na inflação, daí porque o BC opera o atual choque de juros. Mas com uma autoridade monetária mais atuante, como demonstra o Copom nesse momento, a tendência é que a inflação retroceda. Isso tornaria os prêmios embutidos nos títulos de renda fixa NTN-B apostas de sucesso para o investidor em 2025.
“A gente passa a ter uma visão muito mais positiva para a classe de inflação. Isso, visto que todo esse cenário acaba trazendo prêmios mais atrativos e gerando um potencial de retorno mais atrativos para a carteira dos nossos clientes”, explicou.
Em sentido oposto, os títulos pré-fixados, em que o investidor trava o retorno do produto, independentemente do cenário que se desenvolve, perdem espaço nas carteiras. Mas isso, conta, não significa que o investidor deve deixar de ter o ativo no portfólio. “A gente reduziu a exposição, mas é importante deixar um pouco”, afirma.
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