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Quais são as desvantagens de investir em CDB?
Dos 17,1 milhões de investidores em renda fixa, 11,7 milhões têm CDB em carteira. Isso representa uma alta de 12% em relação a 2022, com saldo de R$ 712,3 bilhões e saldo mediano de R$ 6 mil. Os dados são da mais recente análise da evolução dos investidores na B3, referente ao fechamento do quarto trimestre do ano passado. Mas nem tudo são flores quando pensamos nesse produto queridinho da renda fixa. A seguir, confira os cuidados que você deve ter ao comprar um CDB.
Desconfie de rentabilidades acima da média
Você deve desconfiar de rentabilidades acima da média. Por quê?
Porque instituições financeiras menores ou com maior risco de crédito geralmente precisam oferecer remunerações maiores para obter financiamento. Em resumo, estamos falando de maior risco para o investidor.
“Em geral, quanto maior retorno do CDB, menor é o banco. Então, o banco que é maior vai te remunerar, dadas as condições do cenário econômico, um pouco abaixo dos 100% do CDI. Já os bancos médios e pequeno têm que remunerar a uma taxa CDI maior. Então, para dar 130% do CDI há um risco embutido, que é o risco de crédito do banco”, explica Castro.
Aliás, saiba o que significa “render 100% do CDI”.
“A despeito de avaliar o risco de crédito do banco, que é algo realmente complicado, o investidor tem que se prevenir. Ao investir em um CDB, é preciso seguir as limitações dadas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC)”, explica o planejador financeiro Carlos Castro, CEO da plataforma de saúde financeira SuperRico.
Nesse caso, o valor máximo garantido pelo FGC é de R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira.
Instituições financeiras menores ou com maior risco de crédito geralmente precisam oferecer remunerações maiores para conseguirem obter financiamento. Em resumo, estamos falando de maior risco para o investidor.
Fique de olho na cobrança do Imposto de Renda
Ao investir em CDB, você deve ficar atento ao Imposto de Renda. O tributo federal cobrado sobre esse tipo de título pode corroer parte dos rendimentos, sobretudo quando o resgate ocorrer no curto prazo.
Os CDBs seguem a tributação regressiva para o IR, a mesma que incide, por exemplo, sobre o Tesouro Direto. Por essa regra, aplicações de até 180 dias sofrem uma tributação de 22,5% sobre o rendimento. Essa taxa vai caindo conforme o prazo de aplicação se estende. Confira abaixo.
Período | Taxa de IR |
Até 180 dias | 22,5% |
Entre 181 e 360 dias | 20% |
Entrre 361 e 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
IOF é cobrado até o 30º dia do investimento
Além disso, na hora de investir em CDB, temos que ter em mente que aplicações de até 30 dias também estão sujeitas à cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Retirando os recursos com um dia de investimento, por exemplo, a tributação será de 96% sobre o rendimento. Conforme os dias passam, a alíquota vai caindo, até ficar isenta após o 30º dia.
Rentabilidade
Outra desvantagem do CDB diz respeito à rentabilidade, que pode ser considerada baixa, dependendo da Selic e, consequentemente, do CDI. Hoje, com a Selic em 11,25%, um CDB que paga 100% do CDI renderia 11,15% ao ano. Sendo assim, ainda que ganhe em rentabilidade da poupança, o CDB pode perder para outros ativos financeiros.
A poupança remunera 70% da Selic mais Taxa Referencial (TR), em um cenário no qual os juros são inferiores a 8,5% ao ano.
Por outro lado, em casos de Selic superior a 8,5% ao ano, como atualmente (11,25%) e ao longo do período da nossa simulação, a rentabilidade da poupança é de 0,5% ao mês mais Taxa Referencial, que também varia.
Valor mínimo do título pode ser elevado
Entre as desvantagens do CDB, a exigência de valor mínimo para comprar um título está entre elas. É possível investir nesse tipo de produto com valores baixos, mas algumas opções podem exigir investimentos considerados altos. Há CDBs, por exemplo, em que a aplicação mínima é R$ 50 mil.
Quando a liquidez é inimiga da rentabilidade
Na hora de definir em qual CDB você vai investir, é importante ter em mente que esse tipo de título tem diferentes prazos de vencimento. Há os que permitem a retirada diária (com liquidez) e os títulos com longos prazos para aplicação.
Em geral, os investimentos de longo prazo oferecem remunerações melhores para o investidor. Entretanto, é preciso ficar atento à contrapartida, que significa deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, ou seja, você não poderá contar com ele tão cedo.
“Sendo líquido, o CDB remunera menos. E, se ele remunerar mais, vai ter uma liquidez menor. Ou seja, a rentabilidade acaba sendo inversamente proporcional à liquidez”, destaca Castro.
Em resumo, não invista em CDBs de longo prazo, com uma rentabilidade melhor, caso você precise de liquidez. É o caso da reserva de emergência.
Vantagens do CDB
Apesar das desvantagens, o CDB é um produto que traz uma série de benefícios, sobretudo se você escolher a opção mais adequada para as suas necessidades. Confira a seguir.
Segurança
Como mencionado, o investimento em CDB possui garantia do FGC, então ele é um investimento tão seguro quanto a poupança dentro dos valores garantidos pelo fundo.
Ausência de taxas
Diferente de outras aplicações, o investidor não paga nenhuma taxa para a corretora ou banco quando adquirir um título. Em fundos de renda fixa, por exemplo, você terá que pagar uma taxa de administração ao gestor do produto.
Liquidez
A liquidez dessa aplicação pode ser diária. Nesse caso, o investidor pode realizar o resgate do valor aplicado a qualquer momento.
Rentabilidade
A rentabilidade é superior à da caderneta de poupança, especialmente em momentos de juros mais elevados.
Diversidade
É possível encontrar uma variedade enorme de CDBs, com diferentes prazos, valores, rentabilidades, prefixado, pós-fixado ou híbridos. É um produto que vai ajudá-lo a atingir seus objetivos financeiros.
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