Qual é o melhor investimento em agronegócio para o primeiro semestre deste ano?

Conheça as oportunidades do setor e saiba por qual motivo elas são as mais recomendadas pelos especialistas

Não é de hoje que o agronegócio é destaque do crescimento da nossa economia. Tanto que atualmente o setor representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Portanto, trata-se de um mercado extremamente significativo para o Brasil.

E claro que o investidor pode ganhar dinheiro com essa classe de ativo. Diante disso, muitas pessoas buscam saber qual é o melhor investimento em agronegócio. E nós vamos te mostrar!

A importância de ter investimentos agro na carteira

Mas além do destaque na economia brasileira, ter ativos financeiros do agronegócio na carteira de investimentos é uma maneira estratégica de diversificar e aproveitar o potencial de crescimento do setor.

“O agro tem mostrado resiliência e expansão, mesmo em tempos de crise. O que pode oferecer uma certa estabilidade e potencial de retorno aos investidores. Além disso, existem várias formas de investir no agronegócio. Desde títulos de renda fixa relacionados ao setor até fundos de investimento e Fiagros. O que permite que os investidores de diferentes perfis e capacidades de investimento participem do mercado”, comenta Gustavo Araújo, economista e especialista em investimentos.

Então, com a ajuda dos especialistas, a Inteligência Financeira traz os produtos que são considerados oportunidades de investimento no agronegócio para o primeiro semestre de 2024.

Qual é o melhor investimento em agronegócio?

Mas antes, vale entender que as indicações feitas pelos profissionais são apenas recomendações. Por isso, como a gente sempre menciona por aqui, é muito importante conhecer bem o produto. Assim, é possível entender se o investimento é bom para o seu perfil e objetivos.

Dito isso, qual é o melhor investimento em agronegócio de acordo com Raony Rossetti, co-fundador e CEO da Melver? O profissional afirma que os melhores produtos para esses primeiros seis meses do ano são:

  • CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio);
  • LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio);
  • Fiagros (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios do Agronegócio);

E sobre os Fiagros mais especificamente, Gustavo Araújo pontua três fundos especificamente: Itaú Asset Rural Fiagro Imobiliário (RURA11), FG Agro Cadeias Produtivas (FGAA11) e Ecoagro (EGAF11).

Investimento em agro tem a ver com seu perfil

E por qual motivo esses ativos respondem o questionamento sobre qual é o melhor investimento em agronegócio? A resposta tem um pouco de relação com o seu perfil de investidor.

De acordo com Raony Rossetti, para quem é mais conservador, assim como para aqueles que estão começando a investir, a recomendação de alocar parte de seus recursos em LCAs se dá porque o produto tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

“Isso significa que o investimento realizado pelo investidor está protegido até certo limite em caso de falência ou liquidação extrajudicial da instituição financeira emissora da LCA. O valor máximo garantido para cada pessoa, física ou jurídica, contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro, será de R$ 250 mil”, explica.

Sobre os Fiagros especificamente, Gustavo Araújo dá detalhes sobre os três produtos. Veja só:

  • Itaú Asset Rural Fiagro Imobiliário (RURA11): “É um fundo diversificado que se concentra principalmente em produtores rurais e possui uma gestão experiente no setor”, comenta o especialista.
  • FG Agro Cadeias Produtivas (FGAA11): Focado no setor sucroenergético (açúcar e etanol), possui uma gestão experiente e uma estratégia de investimento em crédito corporativo.
  • Ecoagro (EGAF11): Focado no segmento de insumos, tem gestão compartilhada.

“Essas opções destacam-se tanto pela diversidade de segmentos dentro do agronegócio quanto pelo potencial de retorno financeiro. Alinhando-se às tendências de sustentabilidade e inovação tecnológica no setor”, comenta o economista.

Entenda um pouco sobre os produtos

E como você deve bem saber, antes de investir em qualquer ativo financeiro, é preciso conhecer bem o produto. Inclusive, aqui na Inteligência Financeira, você encontra diversos conteúdos que explicam detalhadamente sobre os investimentos.

Mas para você ter uma ideia básica sobre CRAs, LCAs e Fiagros, confira o que é e como funciona cada um desses produtos.

Certificados de Recebíveis do Agronegócio

“Os CRAs são um tipo de investimento em que o investidor empresta dinheiro para empresas que trabalham com agricultura, pecuária ou outras atividades do campo. Essas empresas, portanto, precisam de dinheiro para financiar suas atividades, como comprar equipamentos, plantar ou criar animais. Dessa forma, ao comprar um CRA, o investidor está basicamente emprestando dinheiro para essas empresas. Em troca, elas prometem pagar de volta o valor emprestado. E esse montante é acrescido dos juros acordados”, explica Rossetti.

Letras de Crédito do Agronegócio

Já nos LCAs, de acordo com o CEO da Melver, o investidor empresta dinheiro para instituições financeiras. Como os bancos, por exemplo, que utilizam esses recursos para financiar atividades no agronegócio, como agricultura, pecuária ou agroindústria. “As LCAs são consideradas um investimento seguro porque são garantidas pelo FGC, que protege o investidor em caso de falência do banco”, reitera o especialista.

Fiagros

Os Fiagros, por sua vez, são uma modalidade de investimento coletivo que tem como objetivo captar recursos financeiros para financiar atividades do agronegócio. “Quando o investidor aplica em um Fiagro, então, ele está colocando seu dinheiro em um fundo que investe em diversos tipos de ativos relacionados ao agronegócio. Trata-se de uma forma eficiente de diversificação”, considera Rossetti.

Em relação aos Fiagros mencionados, Gustavo Araújo explica que esses produtos oferecem oportunidades de investimento especializados. Tudo isso, claro, dentro do setor agrícola com diferentes focos.

Então, para sermos mais específicos, RURA11 atua na produção rural, FGAA11 no setor sucroenergético e EGAF11 trabalha nos insumos agrícolas.

“Suas estratégias de investimento, gestão especializada e histórico de desempenho são fatores que os tornam atraentes. Além de oferecerem dividendos competitivos e estarem alinhados com as tendências de crescimento e sustentabilidade no agronegócio”, pontua o especialista.

Investimento no agronegócio: projeções para o semestre

E além de conhecer mais a fundo cada produto, é legal também ficar por dentro do que o mercado aponta como possível rentabilidade desses ativos financeiros. Desse modo, a gente, claro, questionou os especialistas, que trouxeram as suas projeções.

Mas atenção, como dito, esses dados são baseados nos retornos financeiros passados. Ou seja, são hipóteses. Por isso, os valores podem variar para mais ou para menos. Diante disso, fica aqui, mais uma vez, a importância de estudar e entender qual é o melhor investimento em agronegócio para o seu perfil e objetivos.

Portanto, vamos às projeções.

De acordo com Raony Rossetti, mesmo com a queda prevista para a taxa de juros no Brasil, os CRAs devem seguir performando com taxas próximas a 1% ao mês. “Já as LCAs devem manter uma média de rendimento próxima a 90% do CDI”, acredita.

Já em relação aos Fiagros, Gustavo Araújo, afirma que a expectativa é que o ativo RURA11 entregue dividendos de 11,65% em 2024.

“Para o Fiagro FGAA11, é esperado que entregue um dividend yield de 11,75%. E, por fim, o Fiagro EGAF11, que visa pagar dividendos mensais, tem como meta distribuir rendimentos de no mínimo o CDI mais 4%, com expectativa de dividendos de 12,50%”, comenta.

No entanto, vale pontuar que neste setor de agronegócio há uma alta volatilidade. Ou seja, muita oscilação nos preços. O que pode preocupar investidores mais conservadores ou inexperientes. Por isso, é importante iniciar os investimentos de forma mais conservadora.