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Private equity: saiba como investir em empresas de capital fechado e ter retornos acima do CDI
Quando a gente pensa em investir em uma empresa pelo mercado de capitais, logo você pensa nas companhias de capital aberto. Mas você sabia que também é possível aplicar em empresas que não estão na bolsa de valores? Pois é, o investimento é feito por meio da modalidade private equity.
Mas, o que é private equity?
Portanto, private equity é uma modalidade de investimento alternativo em empresas que ainda não têm capital aberto na bolsa de valores.
“Esses investimentos são feitos por fundos especializados que compram participações significativas em empresas. E assim, buscam agregar valor por meio de gestão estratégica, melhorias operacionais ou expansão de mercado, para depois venderem essas participações com lucro. O objetivo, então, é alavancar o desempenho da companhia antes de uma venda ou abertura de capital (IPO)”, explica Henrique Castiglione, CEO da EWZ Capital.
Aliás, vale saber que o private equity é bastante difundido globalmente. Já no Brasil, este segmento de investimento vem se desenvolvendo rapidamente nas últimas duas décadas.
“Por aqui, esta é uma atividade regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Instituição que define regras para os investidores, gestores e os veículos de investimento desta modalidade”, comenta Marcelo Tommasi, líder de fusões e aquisições do Grupo Crowe Macro Brazil.
Como identificar um private equity
Como dissemos, portanto, empresas de private equity normalmente não são listadas na bolsa. Então, a informação sobre essas participações não é amplamente divulgada ao público geral.
“No entanto, investidores podem acompanhar relatórios e prospectos dos fundos que investem nessas empresas. As gestoras de private equity divulgam informações detalhadas aos seus cotistas por meio de relatórios periódicos”, ensina Castiglione.
Inclusive, importante mencionar que o investimento em private equity é geralmente destinado aos chamados investidores qualificados. “Que são aqueles, conforme a definição da CVM, que possuem ao menos R$ 1 milhão em investimentos, ou um investidor profissional que tem certificação reconhecida pela CVM”, conta Tommasi.
Private equity e venture capital
Outro ponto de atenção na hora de investir em empresas que não estão na bolsa de valores é entender a diferença entre private equity e venture capital.
Afinal de contas, enquanto o primeiro investe em empresas mais maduras, já estabelecidas e geralmente com um histórico sólido de faturamento, em venture capital, o foco são companhias em estágio inicial (startups). Ou seja, que ainda estão desenvolvendo seus produtos e modelos de negócios.
“Desse modo, venture capital assume maiores riscos buscando retornos explosivos. Por outro lado, private equity busca retornos mais consistentes em negócios já consolidados”, esclarece Castiglione.
Ativos financeiros disponíveis
E dentro desse universo, a principal forma de investimento é por meio de fundos de private equity. Mas não para por aí. Existem outras formas, que são:
- Fundos de fundos (FoFs): ativos que investem em diversos fundos de private equity.
- Investimento direto: investidores muito sofisticados podem aplicar diretamente em empresas privadas.
- Plataformas de crowdfunding: algumas ferramentas permitem investir em empresas privadas, mas em menor escala.
Como o private equity ganha dinheiro
E claro que você pode estar se questionando de onde vem a rentabilidade desse tipo de ativo financeiro. Para que, assim, parte desse montante seja distribuído em rendimento para os investidores.
E de acordo com Castiglione, os fundos de private equity ganham dinheiro da seguinte forma:
- Ao valorizar as empresas investidas: por meio de estratégias como aumento de eficiência, expansão geográfica, inovação ou reestruturação.
- Na venda das participações: “o lucro é realizado na venda da empresa (total ou parcial), que pode ocorrer via IPO ou por uma negociação direta com outros investidores ou empresas”, afirma o especialista.
- Por dividendos: isso porque, em alguns casos, os fundos também recebem dividendos das empresas investidas enquanto mantêm a participação.
Por que investir em private equity: vantagens
Como bem sabemos, antes de aplicar parte de seu patrimônio em qualquer ativo financeiro, é preciso entender se o produto é bom ou não para o seu perfil e objetivo. Mas não é só isso. Também é importante ficar de olho nos prós e contras do investimento.
Dessa maneira, a principal vantagem do private equity, de acordo com Marcelo Tommasi, está na taxa de retorno elevada. “Muitas vezes, este tipo de investimento pode gerar retornos superiores ao CDI. E, em alguns casos, multiplicar o valor investido em um período de 5 a 10 anos”, comenta.
Além disso, outros benefícios do ativo financeiro são:
- Diversificação: já que oferece exposição a empresas que não estão disponíveis na bolsa.
- Impacto estratégico: participação em projetos de reestruturação ou crescimento de empresas.
Riscos do investimento: por que não investir?
Por outro lado, existe o ponto não tão positivo de investir em private equity. E entre os riscos está a baixa liquidez. “Afinal, o investidor pode ter que esperar anos até que o fundo realize os investimentos”, afirma Henrique Castiglione.
Outro ponto a se considerar é o risco de mercado. “Isto porque, o resultado da performance das empresas investidas vai direcionar o retorno que o investimento vai ter”, argumenta Tommasi.
Além disso, é interessante analisar a qualidade do gestor de private equity. “O que acontece é que a escolha das empresas investidas e o apoio que o gestor vai fornecer à empresa, muitas vezes, será um diferencial para a qualidade da performance da empresa e, consequentemente, do retorno que será colhido”, diz o especialista.
Como investir em empresas privadas
E se você ficou interessado em fazer parte do investimento em empresas que não estão na bolsa de valores, veja só o passo a passo para investir em private equity.
1. Perfil de investidor
Você precisa ter R$ 1 milhão em investimentos, conhecer o mercado de capitais, ter paciência e aptidão a tomar riscos.
2. Escolha do fundo
Analise a gestora, histórico de desempenho e foco do fundo (setor, geografia).
3. Due diligence
Entenda o regulamento e os custos associados. “Para aprender um pouco mais sobre o assunto, recomendamos a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), que oferece material informativo, bem como programas educacionais relativos a esses investimentos”, pontua Tommasi.
4. Investimento
Invista no fundo com horizonte de longo prazo e expectativas realistas.
5. Acompanhamento
Monitore os relatórios da gestora e o desempenho do fundo.
“Private equity não é para todos. Mas para quem busca diversificação e retornos acima da média, essa classe de ativos pode ser uma escolha estratégica. Lembre-se, portanto, de alinhar sua estratégia com seus objetivos financeiros e capacidade de assumir riscos, buscando orientação profissional antes de investir”, conclui Castiglione.
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