Compro ouro; vendo ouro: saiba quando investir no metal pode ser vantajoso

Em momentos de crise, como em uma guerra, muitos investidores compram ouro em busca de um investimento seguro

É comum observar, diante de uma crise como a da guerra entre Israel e o Hamas, muitos investidores trocarem produtos arriscados por outros considerados mais seguros. Nesse cenário, o investimento em ouro ganha relevância no mercado financeiro. 

O ouro sempre foi recomendado justamente para momentos de incerteza de mercado. Isso porque, quando se tem um problema econômico mundial, como uma pandemia ou uma guerra, por exemplo, as pessoas correm para o ouro. E a justificativa para tal é que o metal precioso é um ativo considerado de proteção. 

Dito isso, a seguir, para ficar mais por dentro do assunto, você confere quando, como e por que investir em ouro.

Percentual em carteira

Em linhas gerais, recomenda-se a qualquer investidor que tenha, dentro de uma carteira, um percentual pequeno de 5% do patrimônio em ouro como proteção e diversificação dos investimentos para momentos de incerteza de mercado. 

Entre as formas de se investir no metal, os fundos são a opção mais simples – outras maneiras são investir diretamente pela B3 ou por meio da compra de barras de ouro físicas, opção pouco recomendada devido à burocracia, às taxas cobradas e à baixa liquidez. 

Então, se você optar pelos fundos, saiba que toda a movimentação de contratos futuros fica a cargo de gestores profissionais, e o cliente pode se beneficiar da performance obtida dessas movimentações. Inclusive, muitos planejadores financeiros defendem que o ouro deveria entrar na carteira de qualquer investidor. Vale ressaltar, entretanto, que o metal tem muita oscilação.

Assim, o investidor conservador pode se assustar com o produto, sendo mais indicado para o perfil moderado e o arrojado. Além disso, o ouro é cotado em dólar, e não em real. Assim, quando falamos em investimento em ouro, entra em cena ainda a oscilação do câmbio. 

Ao se investir em ouro, não se deve esperar grandes rentabilidades, e sim proteção à carteira. Porém, em alguns movimentos do mercado, há grandes chances de se conseguir bons lucros para quem tem uma parcela da carteira destinada ao ouro. 

Por que o ouro sobe quando uma guerra começa? 

Em guerras ou eventos que abalam o mundo todo, como foi a pandemia de covid-19, os investidores têm a tendência de comprar ouro. E isso vem acontecendo nos últimos dias por conta, claro, da guerra entre Israel e Hamas.

Aliás, a Inteligência Financeira respondeu seis dúvidas a respeito do conflito na região da faixa de Gaza, para você que busca informação para entender o que se passa na região e poder compreender melhor sobre investimentos seguros nesse atual momento.

Hoje, ninguém no mercado consegue dizer qual será a extensão do conflito entre Israel e o Hamas e quanto tempo ele deve durar. Por isso, muitos investidores têm ficado mais cautelosos em relação às suas aplicações financeiras.

Inclusive, o conflito pode envolver outras nações, de dentro e fora da região. O governo de Israel está sendo apoiado pelo seu tradicional aliado, os Estados Unidos, enquanto os olhos se voltam a países da região e outros grupos islâmicos, como o Hezbollah.

Mas afinal, como investir em ouro?

Voltamos ao ponto principal da nossa matéria: o investimento no metal precioso. Então, além do ouro na forma física, existem também opções de produtos na bolsa de valores que permitem acesso ao investimento no metal a preços acessíveis e com maior liquidez

Cada uma das alternativas têm vantagens e desvantagens, e é importante entender os riscos e custos associados a cada uma antes de tomar uma decisão de investimento. Conheça: 

ETFs 

Os ETFs são fundos de investimento nos quais as cotas são negociadas como se fossem ações. Existe disponível na B3 o ETF GOLD11, que busca replicar as oscilações de preço do ouro através do investimento em outro ETF (IAU). O IAU é negociado no mercado americano e acompanha as cotações da commodity.  

Outra opção é o ETF gerido pela XP Asset, que acompanha a variação do índice LBMA Gold Price. O indicador é um índice global da ICE, utilizado como preço de referência do ouro à vista em dólares. Esse preço é divulgado duas vezes ao dia e é formado pela negociação realizada via leilão eletrônico de ouro custodiado em Londres.

BDRs de ETFs 

Outra opção na bolsa é o BDR de ETF, um “certificado de compra” de um ETF com negociação lá fora. Encontram-se três opções na B3, mas apenas uma delas está disponível para todos os investidores: o BIAU39, certificado do ETF IAU. 

Esse fundo, assim como o ETF GOLD11, busca acompanhar a variação do índice LBMA Gold Price.

Fundos de investimento para investir em ouro

Outra alternativa para investir no metal são fundos de investimentos que têm ouro na carteira. Nesse caso, o investidor vai delegar a forma de se expor ao metal para gestores profissionais. 

Contratos futuros 

Por fim, também há a alternativa de o investidor adquirir contratos futuros de ouro. Ou seja, um compromisso de compra ou venda do metal negociado no Mercado Futuro. Os ativos dessa categoria disponíveis na B3 são OZ1, OZ2, OZ3. 

Os contratos futuros têm vencimento e podem envolver alavancagem. Portanto, não recomendado para investidores iniciantes. 

Vantagens e desvantagens de investir em ouro 

Uma das vantagens de investir em ouro é que o metal não tem relação com nenhuma moeda fiduciária. Ou seja, não depende de nenhuma economia. Por isso, o metal é um ativo seguro. 

Além disso, o ouro é uma forma tangível de investimento que pode ser mantida fisicamente ou em uma conta bancária. 

Já entre as desvantagens do investimento, os especialistas ressaltam que o metal precioso não é um gerador de renda, como ações que pagam dividendos e títulos de renda fixa que pagam juros semestrais. 

Vale ressaltar ainda que seu preço é volátil, o que pode trazer prejuízos ao investidor em determinados períodos, principalmente no curto prazo. 

O que influencia o preço do ouro? 

Existem diversos fatores que podem influenciar a cotação do ouro. Porém, por se tratar de uma commodity limitada, a oferta e demanda pelo produto é o principal fator de variação do preço. 

O cenário da economia mundial é o que dita a busca pelo metal, já que está ligado à segurança. Assim, a cotação pode ser afetada por várias questões, como a estabilidade geopolítica, a evolução da economia mundial, mudanças nas taxas de juros e nas políticas monetárias. 

Outros fatores que podem afetar o preço do ouro incluem flutuações cambiais, que tornam o metal mais ou menos acessível em diferentes países. 

Além disso, os preços do ouro também podem ser afetados pelas negociações em mercados futuros, nos quais os investidores compram e vendem contratos de ouro com o objetivo de especular ou fazer hedge, bem como pelo desempenho de outros ativos financeiros, por exemplo, ações e títulos.