Com mercado aquecido, vale a pena investir em debêntures agora?

Estes são instrumentos de renda fixa, mas carregam riscos atrelados às suas emissoras

Fique atendo ao rating de crédito na hora de escolher as debêntures. (Ilustração: Marcelo Andreguetti)
Fique atendo ao rating de crédito na hora de escolher as debêntures. (Ilustração: Marcelo Andreguetti)

O mercado de debêntures está aquecido em 2022 e deve continuar assim até o fim do ano. Com investidores procurando a renda fixa para aproveitar a Selic em 13,75% ao ano e empresas reforçando o caixa para atravessar um período desafiador, as condições para um movimento forte de oferta estão dispostas. 

Empresas como Assaí (ASAI3), Hypera (HYPE3), Braskem (BRKM5) e PetroRio (PRIO3) compõem a lista de emissores de debêntures em 2022. 

Ações que podem subir até 40% em um ano: inscreva-se para conferir empresas onde analistas enxergam oportunidade de alta na Bolsa brasileira.

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Mas um mercado aquecido e nomes de peso emitindo debêntures são argumentos para dizer que é uma boa apostar nesse instrumento? Como em quase tudo nos investimentos, a resposta é: depende. 

Perfil de investidor

O primeiro passo é entender se o seu perfil de investidor é compatível com o investimento. Apesar de serem instrumentos de renda fixa, as debêntures são consideradas sofisticadas e ainda é preciso lembrar que ao comprar um título desses, o investidor está emprestando dinheiro para uma empresa. Portanto, o retorno do investimento vai depender da saúde financeira da companhia. 

Classificação da debênture

Outro fator importante para ficar de olho é a classificação da debênture.

Agências de classificação de risco dão notas a esses títulos dependendo da chance de calote que enxergam para o instrumento.

Debêntures com menor classificação de risco costumam ter rentabilidade maior para atrair investidores. 

Ainda é preciso considerar quando a debênture foi emitida, alerta Felipe Lima, gestor na FL Asset.

“Se a emissão foi feita há muito tempo, a classificação de risco pode estar desatualizada. Porém, no geral, as empresas oferecem debêntures de boa qualidade”, afirma o especialista em renda fixa. 

Vale a pena investir em debêntures agora? 

Há boas oportunidades nesse mercado, mas não é tão simples encontrá-las. “É um tipo de instrumento que não é tão trivial. Pode ser acessado por qualquer um, mas recomendo que tenha ajuda profisisonal”, diz Lima. 

Prefixadas

Quem aposta no fim do ciclo de alta da Selic nos 13,75% ao ano, como agentes do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central, pode investir em debêntures prefixadas emitidas durante o ciclo de alta. Isso porque elas têm um prêmio fixo, precificado enquanto a Selic está alta, e vão manter a rentabilidade independentemente da política monetária adotada pelo Banco Central.

Se o BC optar por para de aumentar a Selic, o investidor tem nas mãos um título de boa rentabilidade e que pode se valorizar quando a taxa básica de juros começar a cair. 

CDI ou IPCA?

Quando não têm rentabilidade prefixada, as debêntures geralmente têm prêmio atrelado ao CDI ou ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

É mais comum que esses ativos estejam ligados ao índice de inflação.

Geralmente pagam juros semestrais, o que, segundo Lima, diminui o risco do investimento.

“Você tem retorno aos poucos e isso diminui o risco de calote”.

O especialista ainda alerta para os títulos ligados ao CDI e defende que eles precisam pagar mais que CDBs indexados ao índice. “Nas debêntures você tem um risco de liquidez (de não conseguir vender o ativo) maior e ainda tem o risco da empresa que emitiu e do setor onde ela atua”, explica Lima. 

Para ele, as debêntures ligadas ao IPCA são uma boa opção para quem quer se proteger da inflação e ainda ter um ganho real. 

Debêntures incentivadas

Há uma classe especial de debêntures, emitidas para financiar projetos específicos e de interesse para o desenvolvimento do país. As debêntures incentivadas podem ser uma boa alternativa para investidores que querem rentabilidade maior.

Isso porque esses títulos são livres de Imposto de Renda, o que não acontece com as debêntures comuns.

O incentivo está aí: sem IR, maiores as chances das empresas captarem recursos para investimentos que podem beneficiar o Brasil.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS