Ver a cotação do dólar abaixo dos R$ 5 novamente parece algo cada vez mais distante – pelo menos no curto prazo. A última vez que isso aconteceu foi em 22 de junho, quando um dólar valia R$ 4,966 no fechamento do dia. Enquanto esse cometa Halley não passa, precisamos nos acostumar com a moeda norte-americana valendo pelo menos cinco vezes mais que o real.
Essa adaptação passa por uma mudança na carteira de investimentos para aproveitar a fraqueza da nossa moeda. Além de ações de empresas brasileiras, há outros investimentos indicados para começar essa adaptação. Vamos a eles:
Ações
Empresas que têm receita em dólar tendem a se beneficiar com a cotação da moeda nas alturas. As empresas que exportam seus produtos podem ser uma boa alternativa enquanto o real está desvalorizado.
Matheus Jaconeli, economista da Nova Futura Investimentos, destaca os setores de papel e celulose, com Suzano e Klabin, e proteínas, com JBS e Marfrig avaliadas como boas escolhas para composição de portfólio.
Já Gabriela Sporch, da Toro Investimentos, indica também as ações ligadas ao minério de ferro. Vale e Gerdau estão na lista da especialista em finanças. Também vale a pena ficar de olho em empresas ligadas ao petróleo, como Petrobras e PetroRio.
BDRs
O investimento em BDRs só cresce no Brasil, e não é à toa. É uma forma fácil e indicada por especialistas de aumentar a exposição da carteira a dólar. “Por serem certificações de empresas que estão no exterior, os BDRs têm relação positiva com a moeda norte-americana”, explica Matheus Jaconeli.
É comum que brasileiros busquem, ao investir em BDRs, exposição a empresas de tecnologia, um mercado enorme nos Estados Unidos e que ainda está em desenvolvimento no Brasil. Os fundos de investimento do Brasil têm mais de R$ 5 bilhões em ativos das maiores empresas de tecnologia dos EUA.
Quem busca um investimento mais amplo pode apostar em fundos que replicam o desempenho das ações norte-americanas. No lado dos ETFs, as indicações de Matheus e Gabriela são o IVVB11, que replica o desempenho do índice S&P 500, e o NASD11, que acompanha a variação do Nasdaq Composite, que reúne as maiores empresas de tecnologia dos EUA.
Tesouro IPCA+
Ativos de renda fixa atrelados à inflação tendem a pagar mais quando o dólar está alto. Com a moeda norte-americana cara, os preços no Brasil são pressionados, já que compramos muitos produtos importados. Por isso, o economista da Nova Futura Investimentos recomenda os títulos do Tesouro IPCA+, que pagam um prêmio de até 5,27% somado à taxa de inflação oficial do Brasil.