Carrefour (CRFB3) registra prejuízo no 1º trimestre: É hora de investir na empresa?

Veja a recomendação dos analistas sobre comprar ou não ações da empresa

Seis anos após abertura de capital, o grupo Carrefour (CRFB3) anunciou, em 3 de maio, o primeiro prejuízo líquido no intervalo de janeiro a março. Na ocasião, CRFB3 fechou em forte queda, de 9,73%, cotado a R$ 9,46 – ao final do pregão de quinta-feira (11), o ativo valia R$ 9,81. 

Diante desse cenário, será que é hora de investir na empresa? A seguir, confira mais informações sobre a companhia e a perspectiva dos analistas.

O que é Carrefour (CRFB3)?

De acordo com a empresa, “a história do Grupo Carrefour começou com um encontro – de ruas, no caso. Foi num ponto em que duas vias se cruzavam no município de Annecy, no sudeste da França, que nossa primeira unidade surgiu. O ano era 1959. E o nome do estabelecimento ali fundado foi escolhido justamente por sua localização: Carrefour, que em francês significa cruzamento”.

A chegada da companhia ao Brasil se deu em 1975, quando foi inaugurado o primeiro hipermercado Carrefour em São Paulo. Com o tempo, o mercado brasileiro se tornou o segundo mais importante do Grupo Carrefour em todo o mundo, atrás somente do francês.

Um marco importante para a empresa ocorreu em 2015. Naquele ano, o Grupo Carrefour Brasil se tornou o primeiro varejista de alimentos presente em todos os estados do país.

Em junho de 2022, o Carrefour Brasil concluiu a aquisição anunciada em 2021 do Grupo Big, por R$ 7 bilhões. Na ocasião, segundo comunicado da empresa, a compra do Grupo Big junto à Advent International e Walmart vai permitir ao Carrefour “se consolidar como líder indiscutível do setor”, com fatia de mercado maior que o dobro do maior concorrente “e com uma cobertura abrangente em todas as regiões brasileiras, fazendo parte do grupo das 10 maiores empresas do Brasil”.

Bolsa

A abertura de capital na bolsa brasileira ocorreu em julho de 2017, por meio da negociação de ações no segmento de Novo Mercado da B3.

Últimos resultados

O grupo Carrefour (CRFB3) teve o seu primeiro prejuízo líquido no intervalo de janeiro a março deste ano. Também foi a segunda perda para um intervalo trimestral, após efeitos negativos em despesas financeiras para a aquisição do Big. A empresa teve que se financiar para pagar a compra da varejista.

Ainda sentiu despesas com a integração da varejista adquirida, algo que já era aguardado pelo mercado, mas também um impacto no Banco Carrefour relacionado a despesas de aquisição de clientes nas lojas compradas do Big.

No Grupo Carrefour, foram R$ 113 milhões em prejuízo líquido aos acionistas controladores de janeiro a março, versus R$ 370 milhões de lucro um ano antes.

O banco teve um recuo de 96% no lucro líquido, de R$ 75 milhões para R$ 3 milhões. Atrasos acima de 90 dias passaram de 12,3% para 13,2% da carteira de crédito do banco.

“Efeitos temporários”

O comando da empresa reforçou, em entrevista, a posição, já mencionada no balanço  do fim de 2022, que se tratam de efeitos temporários, dentro do projeto de crescimento do grupo. A rede afirma que espera terminar todas as conversões de unidades do Big até o fim do segundo trimestre, para retomar aceleração margem com ganhos de escala.

“Ao fim de junho, teremos todas as 124 lojas do Big convertidas, seis meses antes do planejado”, disse o CEO Stéphane Maquaire.

Como comprar ações de Carrefour (CRFB3)?

Primeiramente, para negociar ações de Carrefour (CRFB3), você deve abrir uma conta em uma corretora de valores. Depois disso, é só transferir o dinheiro que deseja investir para a sua conta e começar a negociar por meio do ticker (CRFB3).

Vale a pena investir em Carrefour (CRFB3)?

As ações de Carrefour (CRFB3) já haviam despencado em abril deste ano, após o UBS BB cortar a recomendação da empresa de compra para neutro e o preço-alvo de R$ 21 para R$ 13. No dia 19 daquele mês, após o anúncio do corte feio pelo banco de investimento, as ações caíram 8,37%, liderando as perdas do Ibovespa, fechando o dia cotadas em R$ 10,07.

De acordo com os analistas do UBS BB, a desaceleração na inflação de alimentos vai reduzir o crescimento nas receitas da companhia. “Esperamos que as vendas mesmas lojas do Carrefour Brasil caiam de 12,2% em 2022 para 5,7% neste ano, com menor inflação desacelerando as vendas do Atacadão, ainda mais com sua exposição a clientes corporativos”, comentaram.

O Safra afirma continuar “com uma visão bastante otimista sobre o setor de varejo alimentar, pois o vemos como resiliente e, ainda, com uma excelente perspectiva de crescimento, apesar de qualquer incerteza macro”.

“Esperamos um crescimento anual da receita em 2023 variando de 17% (Carrefour) a 34% (Assaí), impulsionado principalmente pela maturação de lojas recém-inauguradas, convertidas e/ou adquiridas, apesar da recente desaceleração da inflação de alimentos”, pontuam os analistas do banco.

A recomendação do Safra para Carrefour (CRFB3) é neutra, com preço-alvo de R$ 14,20 por ação (o preço anterior era de R$20,50 por ação). De acordo com os analistas, a consolidação do Grupo BIG é vista como “desafiadora”, o que foi atestado pelos resultados abaixo do esperado no segundo semestre de 2022.

Atualização de rating

O Citi também cortou a recomendação de Carrefour (CRFB3) de compra para neutro e o preço-alvo de R$ 22,50 para R$ 18,50. De acordo com os analistas do banco, “os resultados da companhia devem ser impactados pela redução na inflação de alimentos, reduzindo receitas, além de ter deterioração na margem por conta de um ambiente competitivo desafiador”.

Por fim, a Genial Investimentos atualizou suas estimativas para o Carrefour devido à pressão de rentabilidade trazida pelo Grupo Big no curto prazo e considerando o cenário de desinflação alimentar. A corretora acredita que a maior parte das sinergias operacionais com o Big só devam ser vistas após o segundo semestre. Sendo assim, cortou o preço-alvo da ação da varejista para R$ 17,50, de R$ 23, mas manteve a recomendação de compra.

Dividendos de Carrefour (CRFB3) 

O Conselho de Administração do Carrefour (CRFB3) aprovou, em abril,  a proposta de pagamento no montante de R$ 132,2 milhões em dividendos. O valor bruto dos proventos do Carrefour corresponde a R$ 0,0628 por ação.

De acordo com comunicado divulgado ao mercado, o valor “poderá ser modificado em razão das variações na quantidade de ações decorrentes de emissões de ações ou negociações com as próprias ações pela companhia”.

Apenas os investidores com ações do CRFB3 em 13 de abril têm direito de receber os rendimentos. Desde o dia 14 do mês passado, os papéis passaram a ser negociados sem direito aos dividendos.

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