Carrefour (CRFB3) tem primeiro prejuízo no 1º trimestre desde IPO

A companhia saiu de lucro de R$ 370 milhões um ano antes para perdas de R$ 113 milhões entre janeiro e março de 2023

Seis anos após a sua abertura de capital, o grupo Carrefour (CRFB3) teve o seu primeiro prejuízo líquido no intervalo de janeiro a março, e a segunda perda para um intervalo trimestral, após efeitos negativos em despesas financeiras para a aquisição do Big. A empresa teve que se financiar para pagar a compra da varejista.

Ainda sentiu despesas com a integração da varejista adquirida (algo que já era aguardado pelo mercado), mas também um impacto no Banco Carrefour relacionado a despesas de aquisição de clientes nas lojas compradas do Big.

No Grupo Carrefour, foram R$ 113 milhões em prejuízo líquido aos acionistas controladores de janeiro a março, versus R$ 370 milhões de lucro um ano antes.

Se considerar todos os acionistas, o lucro de R$ 406 milhões virou perda de R$ 112 milhões no primeiro trimestre.

O banco teve um recuo de 96% no lucro líquido, de R$ 75 milhões para R$ 3 milhões. Atrasos acima de 90 dias passaram de 12,3% para 13,2% da carteira de crédito do banco.

Anteriormente, o prejuízo trimestral já registrado pela rede desde a sua oferta inicial de ações ocorreu no segundo trimestre de 2019, com prejuízo (pós IRFS 16), de R$ 427 milhões.

O comando reforçou, em entrevista, a posição, já mencionada no balanço do fim de 2022, que tratam-se de efeitos temporários, dentro do projeto de crescimento do grupo, e a rede espera terminar todas as conversões de unidades do Big até o fim do segundo trimestre, para retomar aceleração margem com ganhos de escala.

“Ao fim de junho, teremos todas as 124 lojas do Big convertidas, seis meses antes do planejado”, disse o CEO Stéphane Maquaire.

Equipes de análise e investidores tinham identificado sinais de alerta após a publicação dos dados de vendas da empresa, apresentados no dia 24 de abril, quando a varejista relatou concorrência mais forte e queda da inflação afetando vendas (reajustes aceleram receita nominal).

Por isso, o mercado passou a projetar lucros menores e margens mais comprimidas.

Como informado no dia 24, a receita líquida avançou 30,7% para, R$ 27,1 bilhões (incluindo Big). As vendas “mesmas lojas” que não consideram a empresa comprada, subiram 5,7% (sem postos de combustível e sem efeito calendário)