Por que o bitcoin vale tanto?

Mesmo passando por desvalorizações, uma criptomoeda vale mais de R$ 100 mil

O bitcoin, a criptomoeda mais famosa do mundo, é também a mais valiosa do mercado de ativos digitais. Por ter sido a primeira moeda descentralizada, o bitcoin ainda gera dúvidas e incertezas em muita gente. Por que ele vale tanto, mesmo em um momento de baixa? E como ele atingiu esse valor? A Inteligência Financeira te explica.

Como o bitcoin é precificado?

A precificação da moeda é fruto de uma série de fatores. “Como o bitcoin não é criado por um Banco Central ou governo, que são as partes responsáveis ​​por alterar o valor de uma moeda fiduciária devido à inflação, crescimento econômico e outros fatores, o preço dele depende exclusivamente das forças do mercado.

Por isso, tanto a oferta quanto a demanda são fatores fundamentais para o bitcoin. Quanto mais pessoas estiverem interessadas, maior o preço.

Por outro lado, o oposto também pode acontecer. “Se muitas pessoas resolverem vender, mais moeda estará disponível no mercado e menos ela valerá”, explica Isabela Rossa, Country Manager da Coin Cloud.

Além disso, diferentemente da moeda fiduciária, o bitcoin é criado pelo poder de computação que valida as transações e cria novos bitcoins para circulação. No entanto, a criptomoeda é finita: a tecnologia é criada para minerar apenas 21 milhões de bitcoins. “Isso não pode ser alterado. Projeta-se que o último bitcoin será minerado até o ano de 2140”, ressalta Isabela.

Outros fatores externos também podem influenciar o preço da moeda, como o caso Elon Musk. No ano passado, o bilionário anunciou que a Tesla aceitaria o bitcoin como forma de pagamento, fazendo o ativo disparar. “Essa oscilação está relacionada com a perspectiva do mercado de haver, no futuro, um aumento da demanda. Além disso, o custo de mineração e as regulações também podem afetar o preço”, explica Isabela.

Quanto vale um bitcoin?

Atualmente, um bitcoin vale cerca de US$ 19 mil – ou R$ 103 mil. A moeda passou por uma forte desvalorização e hoje enfrenta o chamado “inverno cripto“.

Para você ter uma ideia, em outubro de 2021, o bitcoin atingiu seu maior valor de mercado, ultrapassando a marca de US$ 66 mil.

Ainda que valha um terço do que já valeu, pense que uma moeda, uma moedinha, só custa 19 mil dinheiros norte-americanos. E estamos falando de uma moeda virtual, aceita em poucos lugares como troca. O valor caiu bastante, mas, mesmo assim, ela vale muito. E é sobre isso que vamos falar logo abaixo.

Por que o bitcoin vale tanto?

Mesmo passando por um período de baixa, o bitcoin continua valendo um bom dinheiro. “Por ser emitido pela mineração, é quase como uma busca por ouro. Você não consegue encontrar em qualquer lugar, o que torna a moeda tão importante. Além do limite de produção, ainda tem a questão do FOMO (do inglês fear of missing out), que gera nos investidores a sensação de estar ‘perdendo algo’ e medo de ficar de fora desses ativos”, explica Guilherme Bento, sócio e analista de criptomoedas da Acqua Vero Investimentos.

Tudo começou com… pizzas

Ao ser criado, em 2009, o valor de mercado do bitcoin era muito baixo. A moeda foi se valorizando a partir do interesse das pessoas, o que automaticamente aumentou a demanda. “Em 2010, uma pessoa trocou 10.000 BTC por duas pizzas. Essa pessoa achou que estava fazendo um bom negócio na época. Mas, hoje, 10.000 BTC seria igual a R$1 bilhão”, destaca Isabela. Segundo a especialista, quanto mais as pessoas aprendem sobre a moeda e a tecnologia por trás dela, mais adesão ela ganha no mercado. 

Como investir em criptomoedas de maneira inteligente?

Para responder a essa pergunta, conversamos com o minerador de bitcoins, o brasileiro Ray Nasser. Ele é formado em economia e finanças pela Babson College (EUA), é minerador desde 2015 e atualmente é trader de criptomoedas. Dá uma olhada:

O bitcoin pode valorizar mais?

Na visão dos especialistas, sim. “Vimos uma alta histórica em 2021, com preço médio de US$ 64 mil e, atualmente, o preço médio está em US$ 20 mil.

O que fez o preço subir na época? Alta demanda, que era gerada por uma economia global mais saudável. Inverta essas duas variáveis e o preço da moeda naturalmente irá cair, como aconteceu. No entanto, à medida que o mercado começa a ter uma visão mais otimista, a adesão deve voltar a aumentar”, ressalta Isabela.

Segundo Guilherme, da Acqua Vero Investimentos, a queda recente do bitcoin pode ser boa para o futuro. “Muitos analistas enxergam esse inverno cripto com bons olhos. O investidor de longo prazo, que segura a moeda, pode se beneficiar”, aponta.