Dia da Amazônia: por que investir em ESG e como fazer isso?

Especialistas mostram ao que você deve ficar atento quando o assunto é ESG para incluir em sua carteira

Na semana que passou, mais especificamente na terça-feira (5), comemoramos o Dia da Amazônia, um dos patrimônios naturais mais valiosos de toda a humanidade e a maior reserva natural do planeta. E o que isso tem a ver com você, investidor e investidora? Muita coisa. As questões ambientais ganham espaço nas discussões de investimentos que envolvem a sigla ESG. Então, por que investir em ESG?

O que é ESG?

ESG é sigla para Environmental, Social and Corporate Governance. Trata-se de um conjunto de práticas sustentáveis, com impacto ambiental, social e de governança positivos que podem ser adotadas por instituições e empresas.

Isso significa que a agenda das companhias vêm adotando, além do lucro, a transformação da sociedade como parte de seus objetivos. Assim, confira abaixo os principais pontos destacados por Yolanda Fordelone, economista do Econoweek, e por Rafaella Dortas, head de ESG do BTG Pactual. Afinal, por que investir em ESG pode ser importante para sua carteira?

Novos investidores, novas preocupações

Nos últimos anos, o número de pessoas físicas investindo na bolsa cresceu de maneira significativa.

Em 2018, o número de contas de investidores pessoa física na B3 era de 814 mil.

Já no primeiro trimestre de 2022, esse número chegou a 5 milhões.

Com a chegada de novos investidores, vêm também visões de mundo e prioridades de investimento inéditas, como a proteção ao meio ambiente e as pautas inclusivas. E muitos deles querem saber por que investir em ESG pode ser interessante.

Yolanda explica que a tendência é o Brasil ter desenvolvimento similar ao do cenário externo, onde o ESG, já presente há mais tempo, deve corresponder a 50% das carteiras de investimento até 2025.

Rafaella reforça o potencial de crescimento brasileiro em pautas ESG, alertando que a iniciativa por parte das empresas é cada vez mais cobrada pela sociedade e pelo mercado financeiro.

Porém, no caso do Brasil, a especialista lembra que a pauta ambiental é particularmente relevante, especialmente em tópicos como redução do desmatamento e aumento da preservação da biodiversidade.

Referências e opções de investimentos em ESG

Se você já percebeu que ESG é uma realidade, é hora de escolher investimentos alinhados com essas práticas. Rafaella cita as agências de rating como boas referências. São elas que avaliam empresas quanto a processos internos, inclusive sobre atuações ESG.

Por outro lado, a especialista lembra que uma iniciativa relevante para um setor pode não ser uma prioridade para outro.

Assim, pautas ambientais, por exemplo, agregam valor a uma companhia de energia, mas podem ser menos importantes para uma empresa de telecomunicação.

Por outro lado, as iniciativas de diversidade podem ser mais relevantes para setores focados em inovação, com o ocaso da telecomunicação.

Já sobre governança, o G da sigla ESG, as agências de rating focam em práticas de compliance e outras questões administrativas, seja por meio de informações públicas ou através de entrevistas com profissionais internos.

Como investir em ESG?

Uma vez descobertas as empresas que focam em ESG, investir nelas se dá por meio da compra de suas ações ou debêntures. Para isso, Yolanda afirma que as corretoras de valores podem dar grande auxílio caso se queira diversificar a carteira com aplicações ESG.

As especialistas também citam como referência o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), uma carteira teórica de ativos na bolsa de valores do Brasil formada por empresas alinhadas às práticas ESG.

O ISE B3 funciona como um indicador médio da cotação dos ativos de tais empresas, ajudando o investidor a selecionar os investimentos que melhor se adequam aos seus perfis.

Outra opção de investimento são os fundos de ações que replicam o ISE B3.