Selic vai cair 0,50 ponto na semana que vem, mas BC pode acelerar cortes ainda neste ano, diz Rodrigo Azevedo, da Ibiúna

Rodrigo Azevedo falou com exclusividade à primeira edição do PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira

A taxa Selic vai cair 0,50 ponto na próxima reunião do Copom, na semana que vem. E, na sequência, o Banco Central (BC) poderá acelerar o ritmo de reduções para 0,75 ponto. Há boas chances disso ocorrer na última reunião do ano, em dezembro. Ou, até mesmo, no primeiro encontro do comitê monetário do ano que vem, entre os dias 30 e 31 janeiro de 2024.

Essa é a previsão de um especialista no assunto, o economista Rodrigo Azevedo, sócio e gestor da Ibiúna, que administra R$ 34 bilhões. Ele também foi diretor de Política Monetária do BC entre outubro de 2004 a abril de 2007, cargo que hoje é ocupado por Gabriel Galípolo.

Rodrigo Azevedo falou com exclusividade à primeira edição do PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira.

O PodInvestir sai no dia 15 de setembro, aqui no site e nas principais plataformas de streaming.

Selic vai cair

Em entrevista ao PodInvestir, o gestor da Ibiúna projetou que o ciclo de corte da Selic deve se estender até o meio do ano que vem, com uma taxa de juros terminal entre 8% e 9%.

“O que nós, na Ibiúna, achamos? A gente acha que, sim, está contratada uma desaceleração da economia três meses a frente. No entanto, temos que reconhecer que a gente também tem sido surpreendido com a atividade econômica”, afirmou Rodrigo Azevedo, justificando os porquês de um cenário otimista com a aceleração de cortes da Selic.

“A gente acha que o componente (do setor de) serviços da inflação vai cair mais rápido do que o consenso espera nesse momento. Até mais do que o Banco Central também espera. Então, nós achamos que existe a chance de que na última reunião (do Copom) desse ano ou na primeira do ano que vem, o ritmo de queda deixe de ser só 50 pontos-base (50%) e passa a ser 75 pontos-base (0,75%) por reunião”.

Confira no vídeo a seguir, um trecho editado da versão completa do PodInvestir, podcast da Inteligência Financeira que estreia no dia 15 de setembro, aqui no site e nas principais plataformas de streaming.

Neste trecho, Rodrigo Azevedo, sócio e gestor da Ibiúna, fala das suas expectativas para a próxima reunião do Copom, que acontece na próxima quarta-feira (20).

Banco Central tem dados exclusivos sobre a economia

No início da entrevista, o gestor da Ibiúna relembrou seus tempos na diretoria do Banco Central, que era então presidido por Henrique Meirelles.

De acordo com Rodrigo Azevedo, os executivos do BC têm, de fato, acesso a um volume exclusivo de dados sobre a economia. Mas, em geral, as projeções não costumam divergir das casas especializadas.

“A diferença grande que existe, eu acho que é aí que talvez ter tido uma experiência no Banco Central ajuda a pensar sobre o cenário, é que cada diretor, de posse do mesmo conjunto de informações, pode interpretar e tomar uma decisão diferente”, afirmou.

“É por isso que você fica perguntando: ‘será que o diretor A e B vai votar por 50? Ou será que ele vai para 75?’. Ora, se todo mundo olhasse a mesma informação e a mesma projeção, em princípio não teria que ter essa dúvida”, comentou.

Para ele, essa divergência de interpretação está, sim, relacionada a critérios pessoais de cada diretor.

“Cada um incorpora na sua análise os seus vieses, o seu apetite a risco, a seu maior compromisso com a inflação, a sua preocupação com o crescimento. Então, é natural haver uma divergência de opinião sobre que nível da Selic que eu quero fazer, dependendo da avaliação individual de cada diretor”.

Sobre o PodInvestir

PodInvestir é um podcast original da Inteligência Financeira. A apresentação é do jornalista de finanças e economia Renato Jakitas.

Todos os meses, conversamos com os principais gestores de fundos de investimento do Brasil, de forma descontraída, sobre os temas que movimentam o mercado financeiro e que mexem com o bolso do investidor.

O PodInvestir sai no dia 15 de setembro, aqui no site e nas principais plataformas de streaming.