Bolsonaro volta a falar em taxação de dividendos, ideia também defendida por Lula
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a falar nesta terça-feira (04) sobre a taxação de lucros e dividendos. Questionado sobre a fonte de receita para ampliar o Auxílio Brasil e corrigir a tabela do Imposto de Renda, Bolsonaro argumentou que a taxação de dividendos acima de R$ 500 mil, que está nos planos de um eventual segundo mandato, é suficiente para todas as promessas.
A ideia é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A tributação de dividendos também está na mira do ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT), que disputa com Bolsonaro o segundo turno da eleição presidencial.
Um projeto de lei que muda regras do Imposto de Renda e trata da tributação de dividendos está em tramitação no Senado. Em agosto, Guedes afirmou que o plano para financiar o Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023 passa por aprovar a reforma tributária. Segundo ele, somente com a tributação de lucros e dividendos, é possível bancar os R$ 52 bilhões necessários para tornar permanente o valor médio do benefício em R$ 600 e ainda sobra para corrigir a tabela do Imposto de Renda.
“Como bancar o Auxílio em R$ 600? Um dia depois da eleição, basta aprovar a reforma tributária no Senado, já que na Câmara ela já passou”, afirmou o ministro, na ocasião.
Em julho, ao defender a tributação dos dividendos, Guedes disse que o rico deveria ter vergonha não pagar imposto. Segundo ele, apenas Brasil e Lituânia têm isenção de dividendos. E que essa tributação nos Estados Unidos é de 22% e na França, de 38%.
Sobre esse tema, o ex-presidente Lula afirmou, em setembro que, , se eleito, fará uma reforma tributária que onere os mais ricos. “Precisamos fazer uma nova política tributária nesse país. A gente tem que desonerar os salários, tem que onerar as pessoas mais ricas desse país”, declarou. “Lucros e dividendos têm que pagar Imposto de Renda. Não é possível que a gente não consiga fazer uma política tributária que não garanta o Estado arrecadar o suficiente para cuidar do seu povo”, acrescentou.
Ao final de setembro, o vice-presidente e sócio da Arko Adviser, Cristiano Noronha, afirmou que, seja qual for o novo governo, haverá taxação de lucros e dividendos. “Não importa o governo, essa medida virá. Mas talvez Lula faça algo mais escalonado”, disse em evento realizado pela Fitch Ratings.
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