IPCA no Brasil e CPI nos Estados Unidos: inflação de 2023 domina as atenções na semana

Dados de dezembro e consolidados do ano passado prometem esquentar as discussões sobre os rumos dos juros aqui e lá fora

Quanto mais a taxa Selic vai cair no Brasil? Quando o Federal Reserve vai começar a cortar os juros nos Estados Unidos? As respostas para essas duas perguntas passam primordialmente pelo comportamento dos índices de inflação. E o calendário econômico da segunda semana de 2024 tem como destaque justamente os dados sobre a variação de preços aqui e lá fora.

Antes de tudo, vale lembrar que as primeiras decisões de política monetária – tanto do Copom quanto do Fed – estão previstas para 31 de janeiro.

Então, os indicadores que saem nesses próximos dias prometem esquentar as discussões sobre o que vem pela frente.

IPCA 2023 fica dentro da meta?

O calendário econômico desta nova semana basicamente está centrado nos eventos marcados para a quinta (11): as divulgações do IPCA e do CPI. Serão publicados os números de dezembro e o consolidado no acumulado de 2023.

Por aqui, o Banco Central persegue a meta de inflação de 3,25% – com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

A expectativa é que o IPCA 2023 encerre dentro do teto dessa meta. Ou seja, abaixo de 4,75%.

Se o prognóstico se confirmar, será a primeira vez que o objetivo será cumprido desde 2020. A inflação no Brasil disparou 10,06% em 2021 e depois teve um aumento de 5,79% em 2022.

Com a virada de ano, o BC passa a perseguir a meta de 3% (1,5% a 4,5% pela margem). Assim, quanto mais os dados inflacionários estiverem convergindo ao centro taxa, maior será a chance de a Selic seguir caindo.

No Boletim Focus, a estimativa atual é de que os juros básicos da economia brasileira encerrem 2024 recuando de 11,75% para 9%. Um novo relatório sai já nesta segunda (8).

CPI vai desacelerar?

Lá nos Estados Unidos, a ata da última reunião de 2023 do Fed sinalizou que a inflação no país ainda preocupa. As autoridades monetárias estadunidenses consideram que os juros estão no pico ou perto dele no atual ciclo de aperto.

Mas ainda evitam debater diretamente sobre quando o ciclo de cortes poderá começar.

O que pode mudar essa posição? Um dos fatores é se o CPI mostrar um processo desinflacionário consistente.

Na leitura de novembro, o índice de preços ao consumidor americano ficou em 3,1% na taxa anual. A meta perseguida pelo Fed é de 2% ao longo do prazo.

Contudo, o núcleo do CPI, que desconsidera itens voláteis como alimentos e energia, está em 4% no acumulado em 12 meses.

Finalmente, sempre é bom lembrar a importância de prestar atenção nas expectativas dos agentes financeiros.

Números ruins (piores que o esperado) elevam as chances de juros altos por mais tempo. Por outro lado, dados benignos (que surpreendam positivamente) colaboram para quebrar o sentimento de cautela por parte do Fed.

Calendário econômico – 8 a 12 de janeiro

Segunda (8)

08h00: IAEmp/Indicador Antecedente de Emprego de dezembro (Ibre-FGV)
08h25: Boletim Focus (Banco Central)

Terça (9)

Sem indicadores relevantes

Quarta (10)

09h00: Prognóstico da Safra de 2024 (IBGE)

Quinta (11)

09h00: IPCA/Taxa de inflação de dezembro e consolidado de 2023 (IBGE)
10h30: CPI/Taxa de inflação de dezembro e consolidado de 2023 dos EUA
16h00: IPC/Taxa de inflação de dezembro e consolidado de 2023 da Argentina
22h30: IPC/Taxa de inflação de dezembro e consolidado de 2023 da China

Sexta (12)

00h00: Balança comercial de dezembro e consolidado de 2023 da China