B3 (B3SA3) embarca no bilionário mercado de crédito de carbono

Parceira com ACX, de Abu Dhabi, prevê que plataforma brasileira entrará em vigor no primeiro trimestre de 2024

A B3 anunciou que fechou acordo com a ACX Group para montar uma plataforma para negociação no mercado voluntário de créditos de carbono.

O negócio pode ser o ponto de partida para ingressar num mercado avaliado pelo Banco Mundial em quase US$ 100 bilhões por ano.

A expectativa da operadora brasileira de infraestrutura de mercado é de que a plataforma comece a funcionar no primeiro trimestre de 2024.

Em comunicado nesta sexta-feira (8), a B3 informou que investirá R$ 10 milhões no negócio.

Como funciona

O mercado de crédito de carbono surgiu na década de 1990 na esteira de compromissos de países e empresas em diminuir a emissão de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global.

Assim, os participantes se comprometem a atingir determinadas metas de redução de emissões.

As instituições submetem seus projetos a empresas independentes, responsáveis por medir e certificar que as iniciativas efetivamente reduziram as emissões.

Uma vez certificada a redução, a entidade recebe um crédito, medido em tonelada de CO2 equivalente.

No mercado de carbono na União Europeia, o preço da tonelada gira em torno de 70 euros.

Há também empresas que obtêm créditos com atividades que, além de não poluir, contribuem para reduzir gases de carbono da atmosfera, o que também gera créditos.

Dessa forma, esses créditos podem ser vendidos para outras empresas, que também têm metas de reduzir emissões, mas não conseguem fazê-lo sozinhas. E por isso compram de terceiros para compensar.

Segundo a B3, a parceria com a ACX permitirá acesso de investidores globais ao mercado brasileiro, tido como um dos de maior potencial do mundo.

A ACX é uma empresa com origem em Cingapura e hoje sediada em Abu Dhabi.