Fusões no radar: Itaú BBA corta preços de Rede D’Or (RDOR3), Dasa (DASA3) e Fleury (FLRY3)

Banco vê espaço para consolidação no setor de saúde; entenda os motivos

As fusões e aquisições no setor de saúde podem voltar? Está é a pergunta do Itaú BBA em relatório que atualiza as estimativas para as ações de Rede D’Or (RDOR3), Dasa (DASA3) e Fleury (FLRY3).

Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio apontam que o setor privado de saúde está enfrentando desafios. São os seguintes, conforme o texto.

“Questões como aumentos acentuados de preços para planos de saúde empresariais e de pequenas e médias empresas até reclamações frequentes sobre a qualidade do serviço”, destacam.

“Descredenciamentos hospitalares e atritos contínuos nas negociações entre seguradoras e prestadores de serviços, são sintomas da arquitetura do setor”, acrescentam.

Para os especialistas do banco de investimentos, os problemas são ainda agravados por mudanças regulatórias e pelos níveis de frequência persistentemente elevados no pós-pandemia.

“Esse cenário complexo apresenta um ambiente desafiador para prestadores de serviços independentes e grupos já sob pressão financeira. No entanto, estes desafios também são oportunidades para outros”, pontuam.

Potenciais negócios

Dessa forma, o time de saúde do Itaú BBA vê o Bradesco como importante empresa nesta fase de consolidação do setor. Além de Rede D’Or.

“Dado seu histórico comprovado no sucesso de aquisições e integrações de hospitais, e um balanço robusto e pronto para novas atividades de fusões e aquisições”, explicam os analistas.

Assim, o banco analisou no relatório uma possível transação envolvendo a Dasa (ou uma parte de suas operações hospitalares) e o Americas (divisão hospitalar do grupo Amil).

“Vemos essas empresas como ativos estrategicamente alinhados tanto para a Rede D’Or quanto para a Bradesco Saúde, que poderiam fortalecer suas posições no setor de saúde”, sinalizam os profissionais.

Simultaneamente, a equipe do Itaú BBA avaliou também a forma como tais aquisições podem desafiar a alavancagem financeira do adquirente, ao mesmo tempo que aumentam potencialmente o valor de mercado.

RDOR3, DASA3 E FLRY3

Diante da possibilidade de uma consolidação das empresas de saúde, o Itaú BBA então atualizou as estimativas para três empresas negociadas na bolsa de valores: Rede D’Or, Dasa e Fleury.

Em suma, o banco manteve as recomendações neutra para RDOR3 e DASA3, e de compra para FLRY3. No entanto, o preço-alvo das três ações foi cortado.

“Embora vejamos a Rede D’Or como uma boa empresa para capturar a recuperação da rentabilidade das seguradoras de saúde (através da SulAmérica) e uma eventual aceleração da consolidação do mercado no ambiente hospitalar, o valuation de 18x o preço em relação ao lucro (P/L) em 2024 e 14x P/L em 2025 nos motivou a manter a recomendação neutra (em linha com o mercado)”, explicam os analistas.

“Mantemos nossa recomendação de ‘compra’ para Fleury devido ao seu valuation atrativo e boa dinâmica de rentabilidade (dadas as sinergias de Pardini). E uma recomendação neutra para Dasa devido à falta de visibilidade de uma recuperação mais forte na geração de fluxo de caixa”, continuam.

“Nosso preço-alvo revisado para RDOR3 é de R$ 30 (de R$ 34), R$ 22 para FLRY3 (de R$ 23) e R$ 8 para DASA3 (de R$ 15)”, completa o time do Itaú BBA.