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Ganhou dinheiro com as big techs em 2024? Agora é hora de diversificar, diz Morgan Stanley
Apostar, direta ou indiretamente, em ações de big techs foi um grande negócio em 2024.
Como mostra a tabela abaixo, os papéis das chamadas 7 Magníficas (Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla) recompensaram seus investidores com ampla valorização.
Empresa | Ação | Valorização em 2024 |
Alphabet | GOOGL | 35,5% |
Amazon | AMZN | 46,3% |
Apple | AAPL | 34,9% |
Meta | META | 69% |
Microsoft | MSFT | 13,6% |
Nvidia | NVDA | 178% |
Tesla | TSLA | 62,5% |
Fonte: MarketWatch
De quebra, esses ativos ganharam maior participação nos índices mais importantes de Wall Street, carregando-os para cima em 2024.
O índice S&P 500 avançou 23,3% no ano, enquanto o Nasdaq evoluiu 28,6%.
Big techs cresceram muito e o risco também aumentou
Agora, no entanto, o investidor nesse tipo de papel deve tomar cuidado, alerta a chefe da área de gestão de riquezas do Morgan Stanley, Lisa Shalett.
E a razão é simples: uma lição clássica do bem sucedido investimento em ações é formar uma carteira diversificada de bons papéis.
É o que, em tese, oferece um índice como o S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas por valor de mercado na Bolsa de Nova York.
Contudo, as 7 Magníficas cresceram rapidamente e, hoje, representam cerca de 30% do índice, um nível historicamente alto.
Isso aconteceu na esteira das taxas de juros super baixas na maior parte dos últimos 15 anos e pelo entusiasmo recente com a inteligência artificial.
Em 2023, essas ações já haviam respondido por quase dois terços dos retornos do índice de ações dos EUA.
Ainda há espaço para essas ações subirem ainda mais. Contudo, a participação extraordinariamente alta índices cria risco para os investidores, alerta Lisa.
“Se uma só dessas ações cair, isso pode ser um golpe considerável, mesmo para o portfólio de um investidor cauteloso”, diz o relatório.
Para se ter uma ideia do que essas 10 empresas representam, em conjunto elas valem o mesmo que todas as empresas listadas de Reino Unido, França, Alemanha e Japão combinadas.
Uma década antes, esse grupo valeria menos da metade disso.
Dito de outra forma, se um índice é concentrado em um número pequeno de ações, menos eficaz ele será como uma ferramenta de diversificação.
Fatores de risco de investir em big techs
O primeiro e mais importante fator de risco que o investidor deve considerar ao manter a aposta nas 7 Magníficas é a diversificação.
Isso porque todas elas pertencem ao mesmo setor de tecnologia, com linhas de negócios sobrepostas.
Além disso, seus retornos recentes tiveram impulso do entusiasmo dos investidores pela IA.
Se o otimismo com essa inovação diminuir, todo o grupo pode cair, arrastando também os índices Nasdaq e S&P 500.
Adicionalmente, afirma a executiva do Morgan Stanley, ações de empresas de alto crescimento são mais sensíveis às taxas de juros.
Isso acontece porque, ao contrário de ações mais focadas em valor, suas avaliações são fortemente baseadas em retornos futuros.
No momento, os juros vêm caindo nos Estados Unidos.
Porém, as taxas provavelmente permanecerão mais altas por mais tempo do que muitos esperam, o que seria um desafio para as magníficas.
Outro ponto de atenção: a avaliação comparativa dessas empresas em relação à média do mercado está alta.
Isso significa que seus investidores apostam que elas seguirão lucrativas em circunstâncias econômicas diferentes.
Para efeito de comparação a relação preço/lucro (P/L) média futura do grupo é de cerca de 28, enquanto o múltiplo do S&P 500 médio é de cerca de 20.
Num cenário possível, se o P/L das ações do das magníficas voltasse aos níveis de dezembro de 2022, isso implicaria a perda de cerca de um terço do valor de mercado delas, o que também significaria uma queda de 9% do S&P 500.
“Considerando esses riscos, acreditamos que o S&P 500 ponderado por capitalização tem o potencial de decepcionar os investidores no futuro”, alerta Lisa.
Então, o que o investidor deve fazer?
Num cenário de correção das ações de big techs, o Morgan Stanley avalia que os índices de renda fixa dos EUA e ações não americanas surgiriam como alternativas de diversificação.
Para aqueles que gostam de investimentos referenciados em índices, a recomendação do banco é procurar aqueles cuja metodologia não dependa tanto do valor de mercado das empresas.
“Os investidores também devem considerar a seleção de ações e a gestão ativa no curto prazo”, acrescenta o relatório.
Por fim, a especialistas sugere fundos de hedge e ativos reais para ajudar a diversificar os portfólio.
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