Ibovespa sobe 0,55% na semana, mesmo com NY caindo em bloco; dólar também tem ganho semanal

Bolsa de valores hoje: veja o desempenho do Ibovespa e do dólar nesta sexta (16) e o que impactou o preço dos ativos

A bolsa de valores fechou em alta, com indicadores dos Estados Unidos no radar dos investidores. Nesse sentido, o dólar caiu e se afastou dos R$ 5, mas ainda está acima da projeção do Focus para a moeda ao final de 2024: de R$ 4,92.

Assim, o Ibovespa fechou a sexta-feira (16) em alta de 0,72%, a 128.725,88 pontos. O principal índice da bolsa também avançou na quinta-feira. Veja o que impulsionou os ativos no pregão de ontem.

O resultado da bolsa brasileira hoje, aliás, destoa do desempenho dos índices nos EUA, que caíram em bloco após indicadores econômicos relacionados a expectativa de consumo e inflação ao produtor.

Dólar hoje

Com relação ao câmbio, a moeda norte-americana fechou em queda o pregão. O dólar caiu 0,03%, cotado a R$ 4,9671. Porém, na semana, a divisa dos EUA subiu perto de 0,3%. No ano, o dólar avança mais de 2%.

No exterior, a divisa dos Estados Unidos anotou alta. O DXY, índice que compara o desempenho do dólar contra outras moedas importantes, ficou estável, a 104,32 pontos.

Ações em alta

Veja as ações da bolsa que registraram as maiores altas na sessão.

  • Braskem (BRKM5) +10,32%
  • Enauta (ENAT3) +9,45%
  • Banco Pine (PINE4) +5,98%
  • Cruzeiro do Sul (CSED3) +5,60%
  • Plano e Plano (PLPL3) +5,58%

Ações em baixa

Confira também os papéis que tiveram as maiores quedas do dia.

  • Zamp (ZAMP3) -14,29%
  • Oncoclínicas (ONCO3) -6,53%
  • Ser Educacional (SEER3) -5,41%
  • Tim (TIMS3) -3,81%
  • Santos BRP (STBP3) -3,13%

Os rankings contemplam ações da bolsa com volume acima de R$ 1 milhão no dia e que integram ou não o Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas depois do fechamento, às 18h07, mas podem ter ajustes.

Bolsas mundiais: Nova York

As Bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, com dado de inflação no atacado acima do esperado em janeiro nos Estados Unidos servindo de gatilho para uma onda de vendas após uma semana pontuada pela volatilidade.

Em Wall Street, o Dow Jones fechou em queda de 0,37%, a 38.627,99 pontos; o S&P 500 recuou 0,48%, aos 5.005,57 pontos; e o Nasdaq perdeu 0,82%, a 15.775,65 pontos. No acumulado semanal, o Dow Jones cedeu 0,11% e o S&P 500 perdeu 0,42%. O Nasdaq foi mais penalizado e acumulou baixa semanal de 1,34%.

Bolsas mundiais: Europa

As principais bolsas da Europa fecharam o dia em alta pela terceira sessão consecutiva, com o mercado de Londres em destaque após dados acima do esperado de vendas do varejo britânico em janeiro. O ímpeto contou com a contribuição do NatWest, após o banco anunciar resultado acima das projeções.

Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 1,53%, aos 7.714,03 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,42%, aos 17.117,44 pontos. E o CAC-40, referencial da Bolsa de Paris, ganhou 0,32%, para encerrar aos 7.768,18 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,12%, a 31.732,39 pontos. O PSI 20, de Lisboa, teve alta de 1,19%, a 6.199,81 pontos. Por outro lado, em Madri, o IBEX35 caiu 0,41%, a 9.886,40.

Inflação ao produtor dos EUA e o temor com juros altos por mais tempo

O mercado financeiro reduziu significativamente a probabilidade de um corte nos juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em junho. Isso após leitura surpreendentemente forte do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.

O PPI de janeiro registrou inflação de 0,3% MoM (0,9 YoY). Ou seja, acima da expectativa de mercado, cuja mediana das projeções apontava para um avanço de 0,1% MoM. O núcleo do indicador, por sua vez, ficou em 0,5% MoM (2,0% YoY), igualmente acima das estimativas de mercado.

Embora a redução ainda seja encarada como a decisão mais provável em junho, o monitoramento do CME registrou um salto na chance de manutenção nos juros: antes do PPI, a probabilidade de manutenção era de 25,2% em junho, e agora é de 30,9%.

“De forma geral, os serviços ainda mantêm uma inflação elevada, especialmente o subgrupo de outros serviços, que abarca diversos segmentos da economia e é representativo de uma inflação pulverizada e persistente, que acelera pelo 3º mês consecutivo”, diz Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.

Expectativa de consumo nos EUA e a bolsa de valores hoje

O índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos, elaborado pela Universidade de Michigan, avançou de 79,0 em janeiro para 79,6 na leitura preliminar de fevereiro, informou a própria instituição nesta sexta-feira (16). Analistas ouvidos pela FactSet previam alta levemente maior, a 80,0.

As expectativas para a inflação em 12 meses avançaram em 10 pontos-base, de 2,9% em janeiro a 3,0% em fevereiro.

Já para o intervalo de cinco anos, as expectativas de inflação se mantiveram em 2,9% na leitura preliminar.

Com isso, aumentam os temores relacionados a uma taxa de juro alta por mais tempo. Isso porque o aumento do consumo sem ganho de produtividade é um dos culpados pelo aumento da inflação.

As notícias relacionadas ao PPI e à expectativa de consumo nos EUA afetaram apenas marginalmente a bolsa de valores hoje no Brasil.

Desemprego no Brasil

A taxa de desemprego no Brasil caiu de 7,7% no terceiro trimestre de 2023 para 7,4% no quarto trimestre de 2023. Os dados são da Pnad Contínua, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, e também afetaram a bolsa de valores hoje, mostrando potencial alta da massa salarial e do consumo.

Nesse sentido, o índice recuou de forma estatisticamente significativa em duas das 27 unidades da Federação na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2023, segundo os dados: Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

Por fim, a única grande região com queda significativa na taxa de desemprego no quarto trimestre foi o Sudeste, passando de 7,5% no terceiro trimestre para 7,1%.

Com informações do Dow Jones Newswire e Estadão Conteúdo