Ibovespa volátil? Como descolar sua carteira do índice de referência
Em 2021, o principal índice da Bolsa brasileira acumulou queda de 11,92%; saiba onde investir quando tudo parece estar desabando no mercado acionário
Qualquer um dos mais de três milhões de brasileiros que investem na Bolsa de Valores precisa conhecer o Ibovespa. Em 2021, o principal índice da Bolsa brasileira acumulou queda de 11,92%. O pulo do gato, portanto, é saber quais os caminhos para bater o índice de referência da Bolsa brasileira. E, para te ajudar nessa jornada, a Inteligência Financeira ouviu especialistas em renda variável, que nos revelaram pontos importantes. A ver:
Como olhar para o Ibovespa
O Ibovespa é o principal termômetro do investidor que tem ações em carteira. Para saber se seu portfolio está performando acima ou abaixo da média do mercado, compare-o com o Ibovespa, que é para isso que ele serve. Mas Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, avisa: “não é um índice fácil de bater, porque ele une as melhores empresas do Brasil”.
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O investidor precisa ter consciência que o Ibovespa é um índice extremamente concentrado, em que poucas ações influenciam muito o movimento de todo o índice. A carteira teórica do Ibovespa é composta por 91 ativos. Juntas, as ações de Vale, Itaú, Petrobras (preferenciais e ordinárias) e Bradesco têm 34,42% no índice.
Outra característica importante do Ibovespa é sua concentração em dois setores principais: commodities e bancos. Se o mercado não está bom para esses dois setores a tendência é que o Ibovespa caia. Se o contrário acontecer será difícil bater o Ibovespa.
O que significa a queda do Ibovespa?
Quando o índice de referência está em queda, é hora de se desesperar, certo? Pelo contrário! É aí que surgem boas oportunidades. “Não à toa vemos um fluxo grande de investimento estrangeiro entrando na Bolsa, enquanto o investidor pessoa física migra para a renda fixa por causa da volatilidade”, diz Crespi.
É importante ponderar outros fatores que contribuem para a queda do índice de referência. Não é apenas a qualidade da empresa e avaliação sobre sua gestão que faz o preço de sua ação cair ou subir, há também fatores macroeconômicos, como a alta da taxa de juros, que é o principal fator de pressão nos preços do Ibovespa no momento. “Esse movimento de alta da taxa de juros acaba tornando a renda fixa mais atrativa, o que penaliza ativos de risco, como a Bolsa, em especial em mercados emergentes, que são mais arriscados”, explica Bruno Komura, analista da Ouro Preto.
Como superar o Ibovespa?
Todo mundo quer superar o Ibovespa, mas esta não é uma tarefa fácil. Existem alguns caminhos indicados para os iniciantes que querem desempenho acima da média do mercado.
Um deles é investir em empresas menores, que têm bons fundamentos, mas não recebem tanta atenção do mercado. “Elas são penalizadas em momentos de baixa por falta de liquidez e falta de cobertura do mercado, mas pegar companhias que não tiveram mudanças em seus fundamentos é uma boa forma de performar acima do Ibovespa no longo prazo”, diz Bruno Komura.
A composição do índice Small Caps, que reúne empresas com menor valor de mercado em comparação às que compõem o Ibov, pode ser uma boa referência para esse tipo de investimento.
Investir em BDRs também é uma alternativa para superar o Ibovespa. Esse instrumento dá ao investidor acesso a empresas estrangeiras como Apple, Amazon e Alibaba. “Os BDRs trazem novos componentes que não têm correlação com o Ibovespa, o que deve ajudar o investidor”, diz Rodrigo Crespi.
Outra alternativa é o investimento em ETFs, fundos que replicam índices. Há ETFs de Ibovespa, que certamente não o ajudarão a se descolar do índice brasileiro, mas há outros fundos que replicam a carteira de índices estrangeiros como S&P 500 e Nasdaq.