3 reservas financeiras para garantir uma vida tranquila

Elas são fundamentais para a saúde financeira mas têm objetivos diferentes; veja como construir cada uma delas

Você sabia que são necessárias três reservas financeiras para garantir uma vida tranquila? É provável que você já tenha ouvido falar da necessidade de ter uma reserva de emergência, mas bem menos frequentemente as pessoas se lembram da necessidade destas duas outras:

  • Reserva para sonhos, objetivos ou construção de patrimônio, e
  • Reserva para independência financeira ou de aposentadoria

A seguir, vamos explicar em que consiste e como iniciar cada uma destas 3 reservas financeiras para garantir uma vida tranquila. Acompanhe:


1. Reserva de emergência

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Foto: Freepik

Como o próprio nome já diz, essa reserva serve para ser usada em caso de necessidade, de imprevistos. Ela é fundamental para a saúde financeira, porque é este dinheiro que vai ajudar a família a não se descapitalizar caso ocorra algum fato que diminua a renda de uma hora para a outra. Por exemplo, desemprego, doença, ou até mesmo algo pontual como a quebra do carro, do computador de trabalho, de uma geladeira.

Mas se não há uma reserva financeira, o que acontece? Geralmente, será necessário pedir dinheiro emprestado ou se endividar no cheque especial ou cartão de crédito, e, com isso, levar vários anos para que a família se reerga financeiramente de novo.

Como fazer a reserva de emergência?

Os especialistas indicam que o tamanho dessa reserva deve ser de, em média, seis meses de salário. Desse modo, quem recebe R$ 10 mil por mês, deverá acumular uma reserva de emergência de R$ 60 mil.

Este valor pode ser de 3 meses de salário, no caso de funcionários com empregos estáveis, como funcionários públicos que tenham estabilidade de emprego, ou até 12 meses, no casos de trabalhadores que não tenham renda fixa, como autônomos.

O dinheiro da reserva deve ser aplicado em investimentos de baixo risco e que permitem resgate imediato, como Tesouro Direto, fundos DI ou CDBs de liquidez diária, por exemplo.

2. Reserva para sonhos, objetivos ou construção de patrimônio

Homem espera com pés sobre mala voo em aeroporto

Os vários nomes dessa reserva descrevem para que ela serve: ajudar na conquista dos seus objetivos, na realização de seus sonhos e na construção de seu patrimônio.

Ou seja: é por meio dessa reserva que você conseguirá comprar a casa própria, adquirir um carro, fazer uma viagem mais luxuosa, pagar estudos no exterior, tirar um ano sabático…

Como fazer a reserva para realizar objetivos?

Para construir essa reserva, é preciso mensurar o valor do que deseja adquirir. Como os objetivos podem ser de curto, médio e longo prazo, o valor a ser destinado a cada um deles precisa ser investido em aplicações que “casem” com esse prazo.

Ao enumerar os objetivos, saber o valor de cada um deles e reservar uma parte do que ganha para realizar esses sonhos, atingir essas metas será apenas consequência.

De modo geral, o ideal é que essa reserva fique rendendo de 2 a 5 anos em investimentos de médio e longo prazo. O tipo de investimento vai variar de acordo com o prazo do resgate e também com o perfil do investidor.

Exemplos de objetivos:

  • comprar um carro zero que custa R$ 150 mil
  • comprar um imóvel que custa R$ 500 mil

Os dois textos a seguir mostram quanto poupar mês a mês para realizar esses objetivos em prazos diferentes.

Como juntar R$ 150 mil em 1, 5, 10 e 20 anos

Como juntar R$ 500 mil em 5 anos

3. Reserva para independência financeira ou de aposentadoria

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Aposentar-se é muito bom, mas se aposentar mantendo o padrão de vida atual é maravilhoso. Mas o fato é que, em nosso país, é muito raro que as pessoas se aposentem mantendo o mesmo padrão de vida de quando estavam trabalhando.

O motivo disso é que a maioria vai depender exclusivamente dos rendimentos da aposentadoria do INSS. Porém, as várias reformas da Previdência tornaram quase impossível que um trabalhador consiga se aposentar recebendo o teto do INSS (atualmente em R$ 7.507,49). Dados do próprio INSS mostram que cerca de 70% dos aposentados recebem apenas o salário mínimo (R$ 1.320).

Por isso, o que acaba acontecendo é que o aposentado tem de continuar trabalhando para se manter, ou dependa da ajuda dos familiares.

Para evitar que isso aconteça é que existe a reserva para independência financeira, que, sem dúvida, é a mais difícil de construir, não só pela grande quantia de dinheiro envolvida, como também pelo longo período de acumulação.

A boa notícia é quanto antes se pensar nela, menos esforço será necessário para atingir essa independência financeira.

Como construir a reserva para aposentadoria?

Um ponto de partida é a metodologia 1, 3, 6, 9, desenvolvida por Martin Iglesias, planejador financeiro, professor e especialista líder em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco.

Nesta metodologia, cada número significa a quantidade ideal de anos em salários poupados até as idades de 35, 45, 55 e 65 anos, respectivamente. Assim:

  • 35 anos: o trabalhador precisa ter o equivalente a 1 ano de salário em sua reserva de aposentadoria;
  • 45 anos: deveria acumular 3 anos de salários poupados;
  • 55 anos: a reserva deve contar com 6 anos de salários poupados;
  • 65 anos: o ideal é que a poupança tenha o equivalente a 9 anos de salários poupados.

Como se trata de uma reserva de longo prazo, investimentos interessantes são a previdência complementar e o Tesouro RendA+, por exemplo.