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Marcação a mercado: tudo o que você precisa saber
Se, ao investir em renda fixa, você perceber que “sumiram” R$ 100 de uma aplicação, não se desespere. Isso acontece por causa da marcação a mercado. Isso porque a partir de 2 de janeiro, as instituições terão que divulgar, pelo menos uma vez por mês, os valores de referência de títulos públicos, debêntures, CRIs e CRAs investidos diretamente pelos clientes.
Ainda está perdido e não entendeu o que vai acontecer, essa é a oportunidade para se informar.
Pois te respondo as principais dúvidas:
O que é marcação a mercado?
A marcação a mercado é a atualização diária do seu investimento. Quando você adquire um titulo de renda fixa, dependendo do momento econômico, o seu preço pode variar, para cima ou para baixo. Na teoria, isso só vai afetar o investidor que quiser resgatar o seu investimento antecipadamente, ou seja antes do seu vencimento.
O que é a marcação na curva, como ocorre hoje?
Hoje, os bancos e corretoras atualizam os investimentos de renda fixa com base na marcação na curva.
Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA afirma que a diferença está na taxa utilizada no cálculo.
Um título marcado na curva tem o valor atualizado todo dia pela mesma taxa contratada pelo investidor.
A marcação a mercado valerá para quais ativos?
A partir de janeiro, bancos e corretoras vão precisar marcar a mercado o valor de alguns títulos de renda fixa, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Imobiliário (CRIs), debêntures e títulos públicos adquiridos por tesouraria.
A marcação a mercado não valerá para quais ativos?
A mudança não atinge CDBs, LCAs e LCIs, que continuarão com a marcação na curva.
Instituições financeiras emitem esses títulos e garantem a recompra dos papéis com base na marcação na curva.
Já no caso de CRIs, CRAs e debêntures, a empresa emissora não recompra o papel quando o investidor deseja.
Ele precisa encontrar outro investidor no mercado secundário.
Quais títulos de renda fixa já são marcados a mercado?
Os títulos do Tesouro Direto são marcados a mercado. Por isso, o preço do papel varia todos os dias.
Assim, quando o mercado precifica uma alta na curva de juros, por exemplo, a tendência é de que as taxas dos títulos públicos subam.
Como consequência, o valor dos papéis recua.
Sendo assim, o contrário também é verdadeiro: se as projeções para a Selic recuam, as taxas oferecidas nos títulos públicos caem – e os preços avançam.
Além dos títulos do Tesouro Direto, fundos que investem em ativos de crédito também marcam a mercado, como CRIs, CRAs e debêntures.
Investi em um Tesouro Direto que vence daqui a 30 dias. Então, se eu esperar até essa data, recebo todo o meu dinheiro com juros?
Em tese, sim. Mas fique de olho, porque mesmo a renda fixa tem riscos. Por exemplo, se uma empresa tem problemas no caixa, pode ficar endividada. Então, acompanhar o dia a dia dos seus ativos te ajuda a tomar a melhor decisão, inclusive saber se vale manter até o vencimento ou tirar seu dinheiro antes.
Todo investidor terá títulos com marcação a mercado?
Sim, mas apenas os investidores qualificados, aqueles que têm mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras, poderão escolher se preferem a marcação a mercado ou na curva.
Contudo, se optarem pela marcação na curva, terão que formalizar esse pedido junto à corretora.
Quando os títulos serão marcados a mercado?
Pelo menos uma vez por mês. Aliás, a razão é que os investidores que compram papéis desse tipo não costumam negociá-los todos os dias. Esse prazo é suficiente para o investidor ter uma noção de quanto o papel vale.
Quem poderá ser beneficiado?
Saída antecipada pode beneficiar o mercado secundário.
Portanto, com a marcação a mercado atualizada, o investidor tem a oportunidade de ver se pode ter um ganho para reinvestir, ou se é mais vantajoso esperar até o vencimento do papel até o vencimento, esclarece.
Para Queiroz, a marcação a mercado é a possibilidade de criar um ciclo positivo para a renda fixa.
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