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Pesquisa mostra que aposentadoria é assunto pouco falado entre influenciadores
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Das 271 mil publicações feitas entre janeiro e julho, apenas 1.011 trataram do assunto
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Para ter dinheiro na aposentadoria, você deve começar a se planejar o quanto antes
Qual foi a última vez que você viu alguém falar sobre aposentadoria nas redes sociais? Bem, deve fazer algum tempo, porque um levantamento que a Anbima divulgou hoje mostra que o assunto é pouco explorado pelos influenciadores. Das 271 mil publicações feitas entre janeiro e julho, apenas 1.011 trataram do assunto. Isso dá 0,37% dos temas abordados. A entidade acompanhou 266 influenciadores que abordam temas relacionados a assuntos financeiros nas redes sociais (Instagram, Twitter, YouTube e Facebook). Deste universo de influenciadores, 51% trataram de previdência.
Por outro lado, 4.482 posts trataram sobre renda fixa (Selic, poupança e Tesouro Direto) no mesmo período. A audiência alcançada foi semelhante: 6,2 milhões de seguidores para previdência e 6,1 milhões em renda fixa.
Por que você deve pensar na aposentadoria o quanto antes?
Você pode ser jovem hoje, mas chegar aos 60, 70, 80 ou 90 anos com dinheiro no bolso só vai acontecer se isso fizer parte do seu plano de independência financeira. Afinal, o tempo passa, e quem não se organizar pode não ter uma vida no mesmo padrão financeiro atual. Simplificando: você pode chegar na terceira idade com menos dinheiro do que tem hoje.
Já tem muita gente preocupada com o futuro. Tanto que no primeiro semestre deste ano, a previdência privada complementar registrou a entrada de R$ 16,4 bilhões em seus cofres, de acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Isso representa um crescimento de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. Se você não é uma dessas pessoas, vamos te ajudar a repensar seus planos.
O que é previdência privada?
A previdência privada, ou previdência complementar, é uma modalidade de investimento focada no longo prazo. A ideia é ter uma aposentadoria mais confortável, com uma renda adicional à previdência pública, caso você tenha.
Para isso, há uma variedade de planos oferecidos por instituições financeiras. O dinheiro investido ali é aplicado em um fundo de previdência, que renderá juros ao longo do tempo. Você pode investir quanto e quando quiser. Em alguns casos, pode haver um valor mínimo de entrada no plano.
Mas atenção: fazer aportes recorrentes e nenhuma retirada antes do tempo são metas que devem ser cumpridas à risca. Você não pode abrir mão de nenhuma delas, correndo o risco de comprometer sua tranquilidade financeira na velhice. Combinados?
Agora, como tornar o investimento na aposentadoria em algo suave, que não tire seu sono? Começando logo. Segundo Regina Pratavieira, planejadora financeira CFP pela Planejar, quanto antes você começar, menor será seu esforço. “Quando você tem mais tempo para investir na previdência, consegue diluir o valor e fazer aportes menores. Quanto maior o período, mais os juros vão contribuir para o crescimento do seu patrimônio”, ressalta.
Certo. Mas e na prática, por onde começar? Por aqui:
1. Escolha um tipo de plano: PGBL ou VGBL
Existem dois tipos de planos de previdência privada: PGBL e VGBL. No primeiro, o Plano Gerador de Benefício Livre, os pagamentos mensais podem ser descontados do Imposto de Renda. Ele costuma ser melhor para quem tem um patrimônio mais alto. “O PGBL só é indicado para quem faz a declaração do IR no modelo completo. Ele reduz até 12% da sua renda tributável, postergando o imposto para o momento de resgate do plano”, explica Regina. No final, é cobrado um imposto sobre a renda recebida ou sobre o patrimônio total resgatado.
Já o VGBL, Vida Gerador de Benefício Livre, não inclui o benefício fiscal e é voltado para aqueles que fazem a declaração simplificada. A tributação do Imposto de Renda só é cobrada sobre a rentabilidade, e não sobre o montante total. “No fim das contas, não é o valor da renda que define o modelo de plano ideal para cada investidor, mas sim o modelo de declaração de Imposto de renda”, ressalta Regina.
2. Entenda seu perfil de investidor
Assim como outros tipos de investimentos, os fundos de previdência também atendem a diferentes perfis de investidores. Existem, por exemplo, fundos de renda fixa, multimercado e de ações.
Ou seja, o rendimento e os riscos variam de acordo com a opção escolhida. “Existe uma infinidade de estratégias. Você deve saber qual é o seu perfil e qual produto se encaixa melhor nele”, explica Regina. A especialista também ressalta que é importante estar sempre de olho nas taxas de administração, custos e retorno esperado de cada um.
3. Estabeleça uma meta
Outro ponto importante é entender os seus gastos e quanto de dinheiro você precisa para manter seu padrão de vida. O cálculo da previdência privada leva em consideração três fatores: o quanto você deseja ter de renda mensal, por quanto tempo você quer receber e com quantos anos quer se aposentar. “Definindo isso, você consegue saber quanto tempo e dinheiro você vai precisar”, explica Regina.
Um exemplo para você entender melhor: suponha que você tem 25 anos e pretende se aposentar aos 60, com uma renda mensal de R$ 2 mil até os 85 anos. Nesse caso, você terá 35 anos para acumular uma reserva de R$ 600 mil. Sabendo este valor, você pode contratar um produto de previdência e simular o aporte mensal necessário para alcançar o objetivo. “Não existe uma receita certa. O valor que você precisa investir depende muito da expectativa de vida e do padrão que a pessoa pretende manter”, ressalta Regina.
4. Tenha disciplina
Mais importante do que fazer contas é ter consistência, foco e saber que o patrimônio não é construído da noite para o dia. “A aposentadoria pode parecer muito distante, mas não é. Você precisa se planejar cedo, ter disciplina e fazer disso um hábito. É quase um compromisso, um boleto que você deve pagar todo mês, assim como outras contas”, diz Regina. Comece o quanto, mesmo com pouco dinheiro.
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