O mundo todo sentiu os impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia. Na quinta-feira (24), o preço do petróleo passou dos US$ 100 pela primeira vez desde 2014, enquanto as Bolsas de Valores de diversos países caíram. O cenário é incerto, já que a ação militar da Rússia aumenta a temperatura no Brasil em um ano de volatilidade por conta de fatores como nossas eleições presidenciais e alta de juros nos Estados Unidos.
“Já estávamos em um cenário de entrada de investimento estrangeiro, principalmente via Bolsa, que fez com que o dólar entrasse em uma trajetória de queda. O investimento local tinha caído, com fundos e investidores individuais em uma tendência de se refugiar para algo mais seguro, como a renda fixa. Com o avanço daquilo que muita gente achou que não ia acontecer, que era o ataque da Ucrânia pela Rússia, o panorama muda”, explica Ricardo Rodil, analista financeiro e de líder de mercado de Capitais do Grupo Crowe Macro.
Prever o que virá é praticamente impossível. “Muitos não apostavam que haveria uma invasão de fato. É muito difícil ler os próximos passos e dar um diagnóstico neste momento. É um baque no comércio internacional, mas ele é resiliente, principalmente falando do mercado no Brasil”, ressalta Rodil. Em termos de relações comerciais, tanto a Rússia quanto a Ucrânia não estão entre os principais nomes das exportações e importações brasileiras.
O que deve acontecer com os ativos?
O momento pede cautela, principalmente pelas incertezas dos próximos dias. Por isso, para proteger os investimentos, a diversificação se torna ainda mais necessária. Quem se aventura em ativos mais arriscados deve acompanhar o mercado, fazendo ajustes na carteira com base na estratégia. Mas, não é hora de apostar em grandes mudanças.
“O rumo do mercado depende muito da evolução desse conflito. O que o investidor pode fazer depende muito do seu perfil. Aqueles que estão focados no ganho de curto e curtíssimo prazo possivelmente vão se comportar como especuladores, aproveitando as oscilações. O investidor de longo prazo já tem uma estratégia diferente. Esse não mexe muito na carteira, porque não vai atrás nem de altas e nem das baixas do dia a dia”, ressalta Rodil.
O investidor focado no longo prazo, segundo o especialista, aposta no desenvolvimento econômico, que por consequência reflete em maior atividade econômica e na Bolsa. “Ele é mais “calejado”, não são movimentos específicos que o fazem mudar de rumo”, diz Rodil.