FIIs de papel reduzem pagamento de dividendos de abril; saiba os motivos e quais são esses fundos

Ao todo, 4 fundos imobiliários informaram que vão reduzir os repasses

Atenção, investidores: 4 fundos imobiliários de papel informaram ao mercado que foram afetados pela inadimplência em série de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).

Portanto, muitos vão sentir no bolso. Os administradores dos fundos imobiliários (FIIs), aliás, já avisaram sobre a redução no volume de dividendos que serão distribuídos aos cotistas ainda no mês de abril.

Quais FIIs vão pagar menos dividendos?

Pelo terceiro mês seguido, o Hectare CE (HCTR11) diminui o volume de lucro distribuído entre os investidores.

Assim, esse repasse será feito no dia 17, a R$ 0,50 por cota. A expectativa era de R$ 0,70 de março e do R$ 1,00 de fevereiro. Por outro lado, só para você ter uma ideia, em janeiro o fundo pagou R$ 1,10 por cota.

O Versalhes RI (VSLH11) é outro fundo que também informou a redução no pagamento de dividendos. No caso, a queda foi de 50% em relação ao valor que foi pago em março.

Dessa forma, o pagamento de abril do Versalhes será de R$ 0,03 por cota, abaixo dos R$ 0,06 do mês anterior. Os R$ 0,006, aliás, já estavam abaixo do que foi pago no ano passado, quando o dividendo chegou a R$ 0,14 por cota.

Além desses dois fundos, o Devant Recebíveis (DEVA11) vai pagar R$ 0,70 por cota já na semana que vem. O valor é abaixo do pago em março, que foi de R$ 0,90.

Contudo, pior desempenho até agora é o do Tordesilhas EI (TORD11). Seus gestores informaram que, novamente, não irão distribuir dividendos.

Por que os fundos vão reduzir os dividendos?

Os gestores dos fundos imobiliários de papel em questão divulgaram fatos relevantes ao mercado, informando que os títulos com vencimento em março são de projetos como Circuito das Compras, GPK, Resort do Lago IV, WAM Holging, Búzios Beach, EDA e Resort do Lago Park.

O que está acontecendo com os fundos imobiliários de papel?

Os CRIs já haviam atrapalhado a cotação dos FIIs, que eram classificados como high yield, ou seja, de maior risco. O DEVA11, por exemplo, estava no topo das maiores perdas, com queda de 33%.

As perdas do DEVA11 pioraram com o atraso no pagamento de diversos CRIs que estão no portfólio do fundo.

Além disso, os fundos Tordesilhas EI (TORD11), Versalhes (VSLH11) e Hectare CE (HCTR11) também reportaram problemas em CRIs ligados a sete projetos.

O que é o CRI?

O CRI é um título lançado por empresas do setor imobiliário para captar recursos no mercado.

Essas empresas, então, vendem receitas futuras que têm para receber. Entram nesse contexto: aluguéis e parcelas pela venda de apartamentos. Tudo isso é colocado em um título, que é vendido aos investidores, como os FIIs.

Os ativos têm rendimento mensal prefixado e correção monetária por um indicador, que normalmente é o CDI ou o IPCA.